22

2K 216 29
                                    

Vargas

— Bom dia, mané. — falei assim que ele abriu a porta, com aquela cara de sono de sempre.

Ele não respondeu, só passou os braços ao redor do meu pescoço, encaixando a cabeça na curva do meu ombro. Eu retribuí, abraçando a cintura dele e dando um beijo leve no pescoço.

Marrocos: — Tão cedo... — reclamou, arrastando a voz.

— São 9 horas, William. Deixa de ser vagabundo.

Ele levantou a cabeça e me encarou com aquele bico. Beijei o bico dele, enquanto fazia carinho em suas costas.

— Vai tomar banho, vou te esperar aqui.

Nos soltamos e ele foi pro quarto. Eu fiquei na sala, esperando. Uns minutos depois, ele voltou, cheiroso.

Marrocos: — Quer tomar café?

— Quero sim.

Ele foi pra cozinha, e eu levantei pra ir atrás. Hoje eu tava com vontade de ficar de dengo, e ele era o alvo perfeito.

Enquanto ele colocava a água na panela pra fazer o café, abracei ele por trás e dei alguns beijinhos no pescoço. Depois me afastei, e ele colocou a panela no fogo. Quando se virou, ficou de frente pra mim.

Marrocos puxou meu rosto, unindo nossas bocas. Sua outra mão segurou minha cintura enquanto eu deslizava as minhas para a nuca dele.

O beijo era intenso, ele chupou minha língua com vontade, e eu mordi seus lábios antes de voltar a beijá-lo. Quando a mão dele desceu até minha bunda e deu um aperto, eu suspirei, separando nossas bocas. Ele terminou com uns selinhos.

Marrocos: — Agora sim, esse foi um bom dia. — disse, ainda agarrado na minha cintura.

Minha postura foi com Deus. Só consegui sorrir, ainda meio desnorteado.

O café ficou pronto. Comemos pão com mortadela enquanto conversávamos.

— Tá afim de ir pra praia hoje à tarde? — perguntei, entre uma mordida e outra.

Marrocos: — Pode ser. Lá pelas tardezinhas, né?

— Show!

Mais tarde, já no esquema, Careca e Pirulito apareceram na boca com novidades.

Careca: — Chefes, temos informações sobre o caso das drogas falsificadas.

Pirulito: — Sabemos que um dos envolvidos é o Betão.

— Puta que pariu. Esse cara não desiste, velho.

Careca: — Mas tem um cabeça acima deles. Ainda não sabemos quem é.

Marrocos: — Precisamos resolver isso logo. Não sabemos qual vai ser o próximo passo, e pode ser pior. Fiquem de olho. Qualquer movimento, avisa.

— Exatamente. Tentem descobrir quem tá comandando essa caralho.

Eles saíram, deixando eu e Marrocos sozinhos. Olhei pra ele, que tava com a expressão séria, claramente pensativo.

— Que foi? Tá com medo? — perguntei, meio de brincadeira, tentando quebrar o clima tenso. Puxei o queixo dele pra ele olhar pra mim.

Marrocos: — Só pensando... — Ele sorriu de leve e deixou o olhar escorregar pros meus lábios. — Queria te beijar agora... — falou, inclinando a cabeça.

Porra, me deu vergonha.

— Deixa de ser otário. — dei um soquinho no ombro dele, tentando disfarçar a vergonha. Nam como foi que me tornei isso?

Ele fez bico, virou o rosto e foi pra mesa, onde começou a folhear um caderninho.

Eu fiquei olhando. Papo reto, o homem é gostoso demais. Minha mente já tava viajando longe.

Do nada, uma mina entrou. Nunca tinha visto antes. Era bonita, corpo violão, bunda grande, andando como se tivesse desfilando.

Ela deu um sorriso pra Marrocos, apoiou as mãos na mesa e se inclinou, deixando o decote em evidência. Fechei a cara na hora.

Marrocos olhou rápido pra mim, claramente percebendo minha expressão. Ela entregou um pacotinho e o dinheiro pra ele.

XXX: — Valeu, gatinho.

Revirei os olhos com força.

Assim que ela saiu, Marrocos se levantou e veio até mim.

Marrocos: — Que foi, vida? Melhora essa cara. Para de ser ciumento.

— Vai se foder. — Levantei, indo em direção à saída.

Marrocos: — Só se for com você...

Idiota.

Imprevisível Onde histórias criam vida. Descubra agora