Pov Tom
🪼O volante tremia sob minhas mãos suadas. Meus dedos apertavam tanto que os nós estavam brancos. O motor do carro roncava alto enquanto eu passava dos limites de velocidade, mas foda-se. Nada importava agora, só Sn.
Ela estava ao meu lado, caída contra o banco, a cabeça tombando de leve para frente. Respirava de um jeito estranho, pesado, como se cada fôlego exigisse um esforço absurdo. O rosto dela estava pálido, os lábios secos.
Tom: Sn? Ei, amor, fala comigo.
Ela abriu os olhos por um segundo, mas só um pouco. Ela estava com a mão sobre o braço, segurando o sangue que escorria, já que seu sensor de glicose tinha se descolado.
Sn: Tom... tô tonta...
Tom: Eu sei, eu sei, aguenta firme, tá? A gente já tá chegando.Como foi que a gente deixou isso acontecer? Eu refazia cada passo do dia na minha cabeça, buscando onde foi que erramos. O evento da ONG tinha sido perfeito – discurso emocionante, aplausos, Sn toda linda falando sobre o projeto que ela tanto amava. Só que, no meio da correria, ninguém percebeu que o sensor de glicose dela tinha sumido. E olha que nem deixamos ela se jogar no tanque dos tubarões.
E agora... agora ela estava assim.
Cetoacidose diabética. Eu já tinha lido sobre isso, já tinha visto ela passar por umas crises de hipoglicemia, mas isso? Isso era muito pior.
Quando a glicose dela sobe demais por muito tempo, o corpo começa a quebrar gordura rápido demais, produzindo cetonas. O problema é que essas cetonas são ácidas. Tipo, realmente ácidas. O sangue dela fica tóxico, e os órgãos começam a entrar em colapso. E a gente nem percebeu que isso tava acontecendo.
Como eu sei disso tudo? Sn é diabética desde sempre. Eu amo essa mulher desde sempre. Então se tem uma pessoa que já passou noites e mais noites pesquisando sobre, sou eu.
Sn: Tom...
A voz dela era um fiapo de som.
Tom: Oi, amor, tô aqui, tô aqui
falei rápido, o pé afundando no acelerador.
Sn: Tá... doendo...
Tom: Eu sei, meu amor, mas você tem que ficar acordada, tá ouvindo? Conversa comigo. Sei lá, qualquer coisa. Me xinga se quiser, mas não dorme!
Ela tentou soltar uma risada fraca, mas virou um gemido. Meu estômago revirou.Eu precisava distraí-la. Ela não podia apagar.
Tom: Ei, Sn, você viu que a Babi e o Harry finalmente assumiram que estão namorando? Harry postou um foto deles no Instagram. E o Harry nunca posta nada.
Joguei a pergunta no ar, esperando que isso a puxasse de volta.Ela demorou um pouco pra reagir, mas mexeu de leve os lábios.Sn: Hm?
Tom: Sim, cara! Meu irmão e sua melhor amiga. Quem diria, né?
Forçava um tom leve, mas meu coração estava batendo tão rápido que doía.
Tom: Você sempre dizia que isso ia acontecer e eu achava que era maluquice. Mas olha aí, você tava certa.
Ela piscou devagar.
Sn: Sempre... tô certa...
murmurou.
Tom: É, isso é verdade.
Engoli em seco, sentindo um alívio minúsculo por ela ainda estar respondendo.Tom:Mas agora eu que quero saber... Você acha que eles vão durar? Porque, sinceramente, eu nunca vi meu irmão tão babaca por alguém. Ele tá completamente obcecado por ela!
Sn tentou sorrir, mas foi mais uma careta de dor.
Sn: Tom...
Tom:
Não, pera, Sn, me responde isso primeiro!Minha voz falhava, mas eu não podia deixar ela apagar.
Ela abriu um olho com esforço.
Sn: eles são almas gêmeas...
Tom: Outro dia ouvi ele no telefone chamando a Babi de 'estrelinha'.Dessa vez, um som engasgado escapou dos lábios dela. Um quase riso.
Sn: Ridículo...
Tom: Eu sei, né? Vou zoar ele pelo resto da vida por isso.
Ela respirou fundo, como se precisasse de toda a força que restava pra falar.
Sn: Babi... deve... tá amando...
Tom: Ela tá! Mas finge que não, claro. Sabe como ela é.
Sn fechou os olhos por um segundo e meu peito se apertou.
Tom: Ei, não dorme, Sn! Tô falando sério!
Ela forçou os olhos a abrirem, mas estava cada vez mais difícil.O hospital apareceu na curva, as luzes da emergência piscando como uma promessa de salvação.
Tom:Aguenta mais um pouco, amor. Eu tô aqui. Eu vou salvar você.
Estacionei o carro em frente ao hospital, e então vi que seus olhos haviam se fechado.
Tom: sn! Sn! Acorda.
Ela nem se moveu, corri até sua porta e a peguei no colo.Tom: preciso de ajuda!
Disse ao pisar dentro do hospital, uma equipe médica logo correu em nossa direção e trouxeram uma maca para Sn. Então a afastaram de mim. Sai correndo atrás, mas não deixaram que eu acompanhasse.Uma médica loira se aproximou de mim, estava usando uma crocs cor de rosa com um pin de um útero. Olhei rápido em seu crachá e vi que ela era de outro setor.
Médica: tudo bem? Está sentindo alguma coisa também?
Tom: ela é minha namorada... tentei fazer com que ficasse acordada até aqui, mas ela desmaiou... eu não consigo viver sem ela.
Médica: Não se preocupe, ela vai ficar bem. A equipe daqui é toda muito preparada.
Tom: ela é diabética tipo 1. Alérgica a penicilina e ibuprofeno. Acho que teve uma Cetoacidose diabética.
Médica: Eu vou la dentro avisar. Tente respirar um pouco. Eu prometo que ela vai ficar bem.
Ela sorriu para mim de uma forma similar, talvez por ela ser loira e estar de rosa acabou de lembrando a Babi.🪼
Estava na sala de espera quando ouvi o barulho de uma ambulância chegando e uma equipe entrando correndo. Logo em seguida, uma menina que veio junto se sentou do meu lado. Ela me olhou uma vez, olhou pra frente, me olhou de novo, olhou pra frente, e então olhou de novo.
Ela: cara, você é o tom Holland.
Tom: eu sou.
Ela: caraca.
Tom: aham.
Ela: muito maneiro. você.
Tom: valeu.
Ela então olhou pra frente de novo e começou a chorar. Mas não era por mim e sim pelo garoto que tinha entrado com a equipe.
Tom: minha namorada é diabética e deu uma merda monumental.
Ela: meu namorado caiu de moto e abriu a cabeça. Na verdade, não é meu namorado, a gente se conheceu ontem.
Tom: vai ficar tudo bem.
Ela: acho que vão cortar o cabelo dele.
Tom: ele é cabeludo?
Ela: super.
Tom: a minha namorada pinta o cabelo toda hora, eu sempre acho que ela vai ficar careca mas nunca fica.A menina acabou rindo e eu ri junto. Não que estivéssemos felizes, mas era bom ter alguém do seu lado, sentindo a mesma coisa que você.
A aflição e a angústia de saber que a pessoa que você mais ama no mundo entra dentro de uma sala de hospital e você não pode fazer absolutamente nada para ajudar.
🪼
JACK
jack, eu e Sn tivemos que sair correndo daí não consegui te avisar.
COMO ASSIM?
EU ACHEI QUE VOCÊS ESTAVAM APENAS NAMORANDO ESCONDIDOS DE MIM.O sensor de glicose da Sn caiu, ela começou a passar mal, tive que vir correndo pro hospital
CHEGO EM QUATRO
MINUTOS E MEIO.obrigado jack
COMO SN ESTÁ? ELA FICOU ACORDADA?
desmaiou
TO CHEGANDO.
VAI FICAR TUDO BEM.
VOU ROUBAR UM CARRO.jack pega um Uber
NAO CONFIO EM UBER.
eu pago o táxi
OK. MAS SE DEMORAR EU VOU ROUBAR UM CARRO.

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JUST FRIENDS | TOM HOLLAND
Fanfictionfriends to lovers | +18 | seunome e Tom são inseparáveis desde criança, aquele tipo de amizade que você sabe que sempre pode contar, mas essa história começa a mudar quando tom percebe que talvez essa amizade tão querida possa vir a se tornar algo a...