Capítulo 3

18 1 0
                                    

Fico observando aquele anjo dormir com dificuldade,por causa da fome e da dor do corte. Tento acordá-la e pergunto:
- O que seu médico te deixa comer?
- Uma sopa líquida. Mas por quê a pergunta?
- Te ver contorcendo de fome não é confortante para mim. E liga para o seu médico agora!
- O que foi?
- Seu corte está sangrando.
Desesperada,a vejo pegando o telefone e discando os números trêmula. Estava ficando muito fraca. Logo,o médico chegou e injetou um pouco de morfina,porque a dor estava insuportável. Vejo-o retirar os pontos enfraquecidos e recosturando novamente,passando um spray cicatrizante,que fechou de uma vez aquele corte horrendo. Ele a deixa descansando,enquanto prepara uma sopa,sussurrando:
- Ela precisa comer. E eu vou denunciar aquele imbecil. - Vejo ele telefonando para a polícia,dizendo tudo o que havia ocorrido. No telefone o escuto dizer que iria visitá-la e soube do ocorrido e logo foi ajudar. A polícia o encontrou e o prendeu,tendo que cumprir uma pena infiançável de 40 anos,segundo foi anunciado na tv,algumas horas depois da denúncia do médico.
Alesy acordou enfraquecida,o médico logo a serviu com a sopa. Ele olhou para mim,calmo,e ela voltou a falar:
- Esta é Liz. Ela não consegue acordar de seu coma e estão planejando desligar as máquinas.
- Olá,Liz. Tentarei lhe ajudar. Obrigado por fazê-la me avisar. Ela poderia ter morrido com aquele sangramento.
- Faço apenas o melhor por ela.
- Creio que ela não tenha me apresentado. Sou o pai dela.
- E como pode me ver?
- Na verdade,somos todos psíquicos. É hereditário. Sinto-me envergonhado da situação que a minha filha está passando. Minha carga horária me impedia de estar mais próximo,mas depois do que aconteceu,dedico-me a ela. E fiquei sabendo sobre você há um bom tempo. Sei que não lembra,mas fui um dos médicos que cuidei de você a pedido dela,mas precisei cuidar dela e te deixei com o resto da equipe. Sinto muito.
- Tudo bem. Mas sinceramente preciso fazer uma coisa.
- O que seria?
- Acordar. Ela precisa de mim.
- Então vá. Acho que é sua hora.

Quando a Neve Deixou de CairOnde histórias criam vida. Descubra agora