Capítulo 8 - De volta para Hogwarts

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1994

1º de Setembro

Eu, mamãe e Wesley chegamos à Kings Cross à 10h30min da manhã. Papai já estava lá nos esperando. Quando eu o vi, corri na direção dele e pulei para um abraço segurando-o em volta do pescoço. Ele correspondeu o gesto e me segurou há alguns centímetros do chão por um tempo. Meu corpo esguio possibilitava que ele me levantasse sem muita dificuldade. Depois de me colocar de volta no solo, papai cumprimentou mamãe e Wesley.

- Vamos? - perguntou.

No ano anterior, mamãe e Wesley haviam me levado apenas até Kings Cross no entanto, como agora estávamos tentando mostrar um pouco mais do mundo bruxo para Wesley, chegamos à conclusão de que levar ele para conhecer o expresso de Hogwarts e outras famílias bruxas seria uma boa ideia.

- Para qual plataforma nós vamos? - Wesley perguntou.

- Para a 9¾ - respondi.

- Qual? - Wesley ficou intrigado.

Eu dei um sorrisinho e olhei para papai.

- Você vai ver - eu disse começando a andar pela estação. - Wesley pode atravessar a passagem com a gente, papai? - eu perguntei enquanto andávamos.

- Sim, pode - papai respondeu. - Os muggles só não sabem da existência dos lugares e passagens mágicas, mas eles existem e todos podem encontrá-los, a não ser que algum feitiço de camuflagem seja utilizado, e são na maioria dos lugares. Se um muggle olhar apara Hogwarts verá um castelo em ruínas com uma placa de alerta: "Mantenha-se afastado, edifício perigoso".

- Eu entraria lá, só para ver do que se trata - afirmei.

- E você acha que eu não sei disso - papai olhou para mim sorrindo.

Paramos perto da passagem entre as plataformas 9 e 10. Esperamos um grupo de pessoas se afastarem antes de nos aproximarmos.

- Pode deixar que eu levo nosso muggle - mamãe anunciou enquanto segurava Wesley pelo braço. Ele estava com uma expressão muito engraçada no rosto, pois certamente não estava entendendo nada.

- Vamos primeiro então? - sugeriu papai.

- Vamos - respondi.

Eu empurrei o carrinho com minha bagagem em direção à passagem e papai veio logo atrás de mim. Eu percebi que ele estava preocupado com alguma coisa, mas não consegui imaginar o que seria e ainda não tivera a chance de perguntar.

Um tempinho depois, mamãe e Wesley apareceram.

- Às vezes eu esqueço que você também é bruxa - eu disse à mamãe, sorrindo.

- Eu também filha - mamãe acariciou meus cabelos. Ela parecia tão maravilhada quanto Wesley - faz tanto tempo desde a última vez que estive aqui. Desde a última vez que fui para Hogwarts.

- De qual casa você era mesmo, mamãe?

- Corvinal, meu anjo.

- Casa? - perguntou Wesley.

- Depois eu explico, querido - mamãe beijou levemente os lábios de Wesley. - Temos que levar a Lana para o trem. Ele sai pontualmente às onze horas.

Eu estava achando engraçado o deslumbramento de Wesley olhando para os bruxos, suas roupas, malões e animais de estimação e para o Expresso de Hogwarts.

- Tudo isso aqui em Londres? - ele perguntou sem conseguir tirar os olhos das novidades que o rodeavam.

- Não só aqui - respondi sorrindo. - No mundo inteiro.

O trem soou o primeiro apito.

- Hora de ir - anunciou papai.

Eu senti um aperto no coração. Da última vez papai estava na escola, agora seria apenas eu. Ele pegou meu malão e levou para o vagão onde devíamos deixar a bagagem, enquanto isso, dei abraços de despedida em mamãe e Wesley.

- Bom ano letivo para você, meu amor - mamãe disse.

- Isso tudo é muito incrível! - Wesley exclamou enquanto eu o abraçava.

- Eu também acho - concordei.

Os dois ficaram de pé à minha frente e sinalizaram para que eu me virasse. Papai já havia voltado e estava de pé atrás de mim. Ele se abaixou e eu o abracei. Quando nos afastamos eu aproveitei para perguntar o que o preocupava tanto.

- Não é nada Lana, não precisa se preocupar - ele respondeu enquanto eu brincava com algumas mechas do cabelo dele.

Agora eu tinha certeza que alguma coisa o preocupava, mas não ia me contar. Ele achava que não havia problema e eu estava segura, então teria que confiar nele, o que para mim era algo natural.

- A gente se vê no Natal?

- Acho que não nesse ano - respondeu papai.

- Por quê? - eu quis saber.

- Você vai descobrir quando chegar a Hogwarts.

- Tem alguma coisa a ver com o pedido de trajes formais, não tem?

Papai apenas sorriu enquanto se colocava de pé. O trem soou o segundo apito.

- Acho melhor eu ir, ou não encontrarei cabine desocupada.

- Não se esqueça de nos escrever viu! - recomendou mamãe.

- Pode deixar! - eu sorri e depois de abraçar os três novamente, entrei no trem.

Quando o Expresso de Hogwarts começou a se mover fiquei olhando para papai, mamãe e Wesley acenando da plataforma ficarem cada vez menores enquanto o trem avançava em direção ao seu destino.

***
Nem preciso mencionar o frio na barriga por não saber como seria meu segundo ano na escola, né!

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Livro 2 - Magia em todo lugarOnde histórias criam vida. Descubra agora