11 de agosto de 1936.
Florence
A caverna ainda estava escura e não batia nenhuma luz solar. Só sabia que era dia por conta da entrada. Ao menos, mesmo na escuridão, eu já enxergava o ambiente. Acordei com o corte em minha perna ardendo e meu pescoço dolorido, abrindo meus olhos e me deparando com a fogueira já apagada. Tentei me mover mas algo me impedia.
Olhei para o meu corpo e o longo braço esquerdo de Harry estava atravessado sobre a minha cintura, com sua mão tocando o chão. Mas que merda. Nossos corpos não estavam nem encostados, o que é ótimo, porque isso seria mais do que estranho, mas ele acabou por quase me abraçar enquanto dormia. Com cuidado, tirei seu braço de cima de mim e joguei para trás. Virei em sua direção e me deparei com uma figura completamente diferente do que eu estava acostumada. Ele estava deitado com a cabeça sobre o outro braço e o corpo de lado, assim como eu. Seu cabelo havia secado durante a noite e por isso estava uma completa bagunça cobrindo o seu rosto. Harry não dormia de boca aberta, não fazia qualquer barulho respirando e não havia um pingo de baba. Seus olhos só estavam fechados e ele dormia serenamente. Sério? Como ele faz isso? Eu sou uma completa bagunça dormindo. Digo, literalmente... Se eu não estou em alguma dessas situações, no mínimo o lençol da minha cama vai parar do outro lado do quarto e eu estou virada quase que de ponta cabeça.
Me sentei esticando os braços para cima e virando meu pescoço para os lados afim de me alongar. Minha nuca estava realmente doendo demais, só não superava o corte em minha coxa. Antes que eu pudesse fazer algum movimento para me levantar, ele acordou.
– Bom dia.
Fuck. O que aconteceu com a sua voz?
– Bom dia. – respondi. Levei até um susto, não parecia a mesma pessoa do meu lado antes de eu me virar para ele.
– Minha garganta está seca... – ele riu quando percebeu minha reação em relação a sua voz.
– Por isso essa rouquidão toda?
– Na verdade, acordo sempre assim, com sede ou não. Você está melhor? – ele se sentou de frente para mim e, em punho fechado, esfregou os olhos com as costas das mãos.
Que fofo.
– Sim, obrigada por perguntar. Agora só sinto dores no corpo da queda de ontem e de dormir em um chão de pedra. – respondi olhando para minhas mãos logo em seguida.
– Tem a certeza disso? Não me parece apenas que... – ele não pôde terminar antes que eu o interrompesse.
– Eu estou bem fisicamente, apenas com meu ego e meu psicológico abalados. Não queria que tivesse presenciado aquilo ontem, e agora só estou preocupada com a repercussão disso.
– Repercussão? – ele apoiou as mãos em meus ombros e esfregou suavemente – Florence, não se preocupe. Eu não vou contar isso pra ninguém! Sabe disso... Além de você não precisar se sentir envergonhada. Todos nós temos alguns peculiares momentos assim. Seu segredo tá guardado comigo, depois penso em algo sobre mim que ninguém saiba pra te contar, caso isso te faça sentir melhor. Apenas esquece que isso aconteceu, pode ser? – ele sorriu, olhando para mim.
– Oh... – fiquei surpresa com as suas palavras, contanto muito confortável – Obrigada, Harry. Confio em você. – retribui seu sorriso.
– Ótimo! Agora o que acha de sairmos daqui? Sabe-se lá que horas são agora e muito menos quanto tempo vamos demorar pra achar a saída. – ele disse se levantando e oferecendo uma mão para me puxar do chão.
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Fire Head ☞ H.S
RomanceA história de uma juba vermelha e um rapaz florido encontrando o caminho para o coração um do outro em meio ao caos. • Harry Styles Fanfiction • "Um conflito militar que durou de 1939 a 1945: É assim que basicamente definem a Segunda Guerra Mundial...