Capítulo XX

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Quase dois dias depois – 31 de Dezembro: Próximo ao horário do baile.

Lidar com o coração nunca era fácil. É por isso que as pessoas nunca escolhem quando e por quem vão se apaixonar, porque se dependesse delas mesmas, provavelmente, ficariam sozinhas para sempre por nunca se sentirem prontas para amar.

E Anthony Zabine era uma dessas pessoas. Apesar da pouca idade, desde criança dizia para quem quisesse ouvir que nunca teria nada sério com garota alguma e que casaria apenas depois dos 30, isso se chegasse a se casar algum dia.

Porém, a irritante, prepotente e mimada Lilian Luna Potter mudou seus pensamentos. Por ela, Zabine acreditaria no amor. Por ela, Zabine pensaria em ficar com uma garota só. E por ela (e com ela) e ele aceitaria se casar.

Mas amar era uma droga, porque nem sempre você tem recebe a graça de ser correspondido. E era por isso que sentia inveja de Scorpius naquele momento: porque mesmo que o amigo estivesse com a sabe-tudo Weasley por causa de um acordo, ele sabia que os dois terminariam juntos. Anthony tinha a teoria de que quando um garoto e uma garota brigam muito um com o outro há muita tensão sexual acumulada entre os dois. Aparentemente, estava certo quanto a Rose e Scorpius. Mas e quanto a ele e Lilian? Por que a sua teoria não podia se encaixar?

Amar já era difícil por natureza. Amar Lilian Luna Potter tornava tudo ainda mais complicado.

Tivera uma conversa longa com Albus na manhã daquele dia e estava disposto a tentar conversar com Lilian, tentar dizer a ela tudo o que ele estava sentindo. Pelo menos ele não precisaria conviver com o fardo de nunca ter tentando de verdade ficar com ela.

E foi com esses pensamentos que Zabine se encarou no espelho de seu quarto uma última vez, ajeitando a gravata borboleta e o terno que o deixava parecido com um pingüim. Naquela noite o baile de fim de ano do ministério ocorreria. Talvez os fogos de artifício da meia noite criassem um ambiente propício para uma declaração. Ou talvez ele voltasse para casa ainda mais frustrado do que vinha se sentindo nos últimos dias.

Mas mesmo assim valia a pena tentar.

Porque por ela, Zabine arriscaria qualquer coisa.

**

– Vamos logo, Lilian! – Ela ouviu os gritos impacientes de Albus do andar debaixo. – Falta só você aqui!

E pela terceira vez naquela hora, ela não se importou.

Lilian estava pronta desde as seis horas da tarde, o problema não era esse. Ela apenas não se sentia preparada para enfrentar a vida fora do seu quarto depois de todos aqueles dias.

Desde que brigara com Rose, as coisas não ficaram fáceis. Hugo esteve com ela em todos aqueles dias, mas não era a mesma coisa. Sentia falta de sua melhor amiga, mas era orgulhosa demais para dar o braço a torcer e pedir desculpas à Rose pelas coisas que fez.

Outra coisa que a vinha preocupando era a sua relação com Hugo. Eles não tinham assumido nada para a família ainda, mas mesmo assim seu pai e seus irmãos já vinham se mostrando contrariados com a idéia, alegando que Hugo era seu primo e que relacionamentos eram estranhos entre parentes.

Aquela era uma desculpa furada, ela sabia, porque relacionamentos entre primos no mundo bruxo era algo totalmente normal e que seu pai e seus irmãos, provavelmente, não gostariam de qualquer garoto que ela apresentasse como namorado. Mas ela, várias vezes naquele dia, se pegou pensando em dar a Hugo essa mesma desculpa.

Era ridículo, porque a sua mente gritava a todo o momento que ela estava sendo idiota por se sentir tão insegura, afinal, era apaixonada pelo primo desde criança não era?

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