Desliguei o telefone sem entender muito bem o que minha mãe queria me dizer, parecia não achar palavras, e isso era exatamente o contrário dela.
- Quem era? - Alex segurou minha mão e saímos andando assim.
- Minha mãe, ela quer que eu vá para a casa dela amanhã.
- Não falou por que?
- Não, isso que é estranho.
Chegamos em casa e eu tomei banho e me arrumei, jantamos e dormimos juntos. Era tão bom ficar perto dele, sentir seu braço me aconchegando, seu corpo perto do meu. Me virei e ele me encarava, o beijei com vontade e ele me acariciava com suas mãos.
- O que você fez comigo Carol? - sorri e tirei sua blusa, ele me olhou e foi tirando minha roupa beijando meu corpo.
Não parecia o Alex de antes, na verdade não era, ele foi calmo comigo, era cheio de sentimento aquele momento, um não queria largar o outro. Um precisava do outro.
Acordei querendo ficar ali, deitada, com Alex do meu lado. Mas eu tinha que ir ver minha mãe, troquei minha roupa e fui para a empresa. Acabei nem tomando café, já tinha feito hora demais na cama.
A sensação de gostar de alguém te deixa estranha, você fica feliz sem motivo, sua vida tem sentido, até o nome da pessoa mexe com você. Fechei minha porta e fui trabalhar, eu tinha certeza que se Alex chegasse, minha concentração ia embora.
Acabei de pensar na edição especial de aniversário do jornal, ia ser organizada uma festa para comemorar, isso só significava mais trabalho para a empresa, mas já estava acostumada com isso. Foi questão de minutos para eu acabar a ligação com o local da festa e Regina entrar na minha sala para resolvemos o restante, faltavam dois meses, mas sempre era organizado muito tempo antes.
Alex entrou na minha sala várias vezes, ele me fazia rir e minha vontade era ficar com ele lá, mas eu não sou disso.
- Vamos jantar onde hoje? - Alex pegou minha bolsa e me esperou arrumar minha mesa.
- Tenho que ir na casa da minha mãe, esqueceu? - peguei minha bolsa de volta e fui andando.
- Quer que eu te leve?
- Não, obrigada - dei um beijo nele e fui até o meu quarto.
Sempre vou ter a sensação de calma quando entro na casa da minha mãe, é tão bom lembrar de quando se é criança, quando você não tem nenhuma preocupação. Entrei na casa e meu pai estava na cozinha, ele odiava cozinhar, mas como minha mãe não consegue, ele aprendeu, e fica uma delícia.
- Oi pai - o abracei pelas costas e ele sorriu, se virando para mim.
- Minha princesa, precisamos conversar com você - ele pegou na minha mão e me levou até mamãe, ela estava deitada na cama vendo televisão.
- Então mãe? Pode me contar agora? - falei em tom de brincadeira, mas vi seu sorriso forçado e ela ficando sem jeito.
- Carolina, eu não sei como te falar isso, eu não queria, mas é meu dever como mãe. Sabe, sempre temos pessoas erradas na nossa vida, mas elas não entram atoa, sempre tem um objetivo, como nosso crescimento.
- O que aconteceu mãe? - vi uma lágrima em seu rosto e ela se virou para pegar um envelope.
- Foi seu aniversário antes de ontem meu bebê. Te liguei e desejei tudo de melhor, mas o que me mostraram - ela não me olhava, não aguentei e abri o envelope, eram fotos.
Parece que eu ouvi meu coração se partindo, meu corpo endurecendo, eu não queria acreditar, não podia ser verdade. O pior era que tudo estava coerente, a roupa do Alex, o dia da "reunião", seu atraso. Fechei os olhos e senti minhas lágrimas chegando, eu não tinha mais forças, não tinha mais chão.
- Eu ... eu preciso ir.
- Carolina, calma - meu pai tentou me segurar mas não adiantou.
Eu queria sumir dali, daquela cidade, daquela vida, queria apagar tudo que eu tinha sentido, mas eu sabia, que era impossível. Entrei no carro chorando e minha visão estava pouca, mas minha raiva ia conduzindo meus movimentos. Eu só queria sumir.
Não me lembro de muita coisa, só sei que perdi o controle do carro e senti uma forte dor na cabeça, me senti fraca e acabei desmaiando.

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Contrato em Dobro
RomanceCarolina estava em sua carreira dos sonhos, mas será que ia continuar tão perfeito assim? Uma crise desequilibra toda a empresa e só um casamento para salvá-la da demissão. Mas será que ia valer a pena? E você, o que decidiria?