Capítulo VIII

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"Eu fiquei com vontade de gritar que havia lançado uma bola curva." - Candy Cummings, lançador

Keely não estava nem um pouco animada para se levantar com o nascer do sol, especialmente depois de ter passado uma noite particularmente insone, tentando reviver a cena com Jack, de forma a não parecer uma idiota sem cérebro. Pior: uma idiota sem cérebro o assediando.

Mas o quarto de Mary Margaret era do lado leste da casa e, quando o sol nascia, Mary Margaret se levantava com ele, com as fraldas molhadas, a barriga vazia e os pulmões em perfeito estado de funcionamento.

As janelas da casa de Jack podiam ser perfeitas pérolas da arquitetura, a casa podia ser suficientemente isolada dos vizinhos para garantir privacidade e cercada de belas paisagens, mas chegara a hora de pensar nas cortinas.

Depois de vestir e alimentar Mary Margaret e de colocá-la na cadeirinha de balanço que ficava suspensa no limiar da porta, uma espécie de bungeejump para crianças pequenas, Keely sentou-se à mesa da cozinha, cercada de meia dúzia de mostruários com uma variedade de materiais para cortinas que havia acabado de tirar da caminhonete.

Já havia decidido o revestimento das janelas para os cômodos do andar inferior e estava tentando resolver os blackouts para o quarto de Mary Margaret, quando Petra Polinski apareceu. Quando voltara da caminhonete, Keely havia deixado a porta dos fundos destrancada o que, para Petra Polinski, era evidentemente um convite para entrar direto.

- Ei, belezas, como vai a vida esta manhã? - perguntou Petra, caminhando para a cafeteira. - Ou, para dizer melhor, tudo em cima!

- É uma surpresa vê-la aqui - disse Keely. - Eu pensei que no verão as adolescentes dormissem até o meio-dia - prosseguiu, olhando para Petra que, a essa altura, já havia se servido de café, bebido um gole e agora fazia caretas diante de uma Mary Margaret encantada.

Certamente, os bebês gostavam muito de cor. A atração só podia ser essa. Naquele dia, Petra estava vermelha. Short vermelho berrante, tênis vermelhos, camiseta vermelha justa e fitas vermelhas nos cabelos loiros. Era como olhar para uma placa gigante de "pare".

Petra pegou um chocalho, entregou-o a Mary Margaret e foi até a mesa, apontando para um dos espessos livros de amostras.

- Cortinas, hein?! Quer minha ajuda? Keely olhou-a de cima a baixo, mais uma vez.

- Hum, obrigada, mas eu creio que não.

-- Claro que quer. - Petra se sentou, abriu um dos mostruários e começou a virar página após página de amostras. - Ah! Veja este, que beleza - disse, parando em uma das páginas e passando a mão pela amostra. - Uma boa combinação de tecidos e design, imponente sem ser excessivo. E é um padrão do século dezoito, um verdadeiro clássico que provavelmente ficaria muito bom na sala de jantar. Cortinas finas cor de marfim, longas, até o chão. um xale, definitivamente. Você vai optar por um ambiente mais formal lá, não é? Quero dizer, com as colunas jônicas e aquela bela janela ovalada, você precisa manter certa dramaticidade.

Keely recostou-se na cadeira, observando Petra, preocupada.

- Deixe-me dar um palpite: outra fase sua?

Petra assentiu, arrancando uma folha de um bloco próximo e marcando a página antes de prosseguir.

- Eu projetei e decorei minha própria casa de bonecas aos sete anos. Meu avô a construiu... uma coisa linda, de três andares. Eu descobri que meus preferidos são os estilos Regência e Georgiano, tenho certa influência do estilo Vitoriano, mas não muita, apesar de nutrir uma grande admiração por Frank Lloyd Wright. Mas você não acha que há muito mais "alma" em Sheraton, Chippendale e índigo Jones? Ah, legal! Você já marcou esta página. Para a sala de visitas, não é? Acho que temos alguma espécie de sintonia cósmica. Aposto que isso a deixa apavorada.

Perfeita para amar - Kasey MichaelsOnde histórias criam vida. Descubra agora