3 anos depois
Não sinto nada. Meu corpo é como pedra, não consigo mexe-lo. Estou deitada em um breu, com apenas uma luz branca sobre mim. Meus olhos ardem e meu peito doe. Um barulho irritante ecoa pelos meus ouvidos. Será um sonho?
É calmo aqui, um lugar como esse não é meu tipo... Me assento, usando todas as minhas forças, mas logo que minhas costas saem do chão, a gravidade faz o favor de joga-las de volta para traz, com toda a força. Ouço um barulho e água, como se estivesse serenando, mas não vejo nenhuma gota, nem sinto.
Fecho meus olhos e tento preencher minha cabeça com outros pensamentos. Ainda não sei onde estou, nem porque estou aqui. Não sei o que aconteceu, e porque estou sozinha. Meu corpo começa a amolecer, minhas pernas ficam dormentes e meus braços estão formigando. Tento me debater, mas é como se alguém estivesse me pressionando contra o chão quente.
Depois de algum tempo, a sensação ruim passa e as mãos me soltam lentamente. Tento me lembrar do porque dessa dor. Meu coração se aperta e uma única imagem passa pela minha mente... Vejo Luke. Encaro o nada por um tempo. Será que ele está bem?
- Idiota! - ouço a voz de Luke ecoar pela escuridão. - Fique longe de nós!
Sua foz parece sofrida e cansada, mas orgulhosa. Minha mente continua viajando, não consigo me lembrar de detalhes, mas sei que está tudo confuso.
De repente, a luz branca fica mais forte, iluminando o breu. Vejo paredes preenchidas com fios de tintas de varias cores, jogados aleatoriamente. São cores alegres, mas me deixam mais tristes cada vez que olho.
Sinto algo segurar meu pescoço, mas não parecem mãos. Sinto um abraço caloroso, e tudo volta a ficar escuro, só que dessa vez sem nenhuma luz. Minha suplica ecoa, mas não tenho certeza de que é possível escutar. O ar escapa de meus pulmões. Tento respirar, mas travo antes de conseguir. Meu corpo parece se degradar, e meus olhos começam a se fechar. Com minha última gota de força imploro novamente:
- Me salve, Luke!
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Sweet
Teen FictionEstou a 5 anos em um reformatório, 5 anos me agarrando na culpa e segurando lágrimas, todas as noites. Minha vida era resumida em ficar calada e esperar que tudo mudasse, e quando resolvi me intrometer, me machuquei, e machuquei ao...