Capítulo 05 - Boca fechada

371 38 1
                                    

Estávamos tremendo, Bea só faltava chorar. Queríamos muito ver os meninos de novo, mas eu já sabia que o chamado teria algo relacionado com o Caíque. Mal conseguia respirar, senti a mão de Bea soar frio cada vez mais.

Subimos o palco, e fomos até os bastidores. Atrás do palco. O segurança logo apontou para Nathan, que abriu um sorriso e nos chamou. Eu ainda estava preocupada com a minha bolsa, tudo estava lá. Tudo.

Entrando nos bastidores, logo encontrei Caíque com as mãos para trás, como quem esconde algo. Ele estava disfarçando um sorriso naquela grande sala branca. Bea olhou para trás e Nathan estava lá, ele a puxou e eles saíram de lá. Olhei para Caíque e ele olhou para mim.

Caíque revelou o que estava escondendo, minha bolsa. Ele abriu um sorriso e colocou minha bolsa ao meu alcance. Eu precisava que Bea estivesse comigo naquele momento, mas ela simplesmente, desapareceu.

- Como você achou minha bolsa? - parei de andar e olhei confusa.

- É fácil quando se tem um segurança local. - ele sorriu, eu peguei a bolsa.

- Valeu. - sorri.

- Eu posso conversar com você? - ele perguntou.

- Olha, se é sobre...

- Não. - ele interrompeu. - Deixa que eu falo. Olha, eu não deveria ter feito isso. Me desculpa ok? Não vamos mais falar sobre isso, por enquanto. Combinado?

- Tudo bem. - na verdade, eu queria muito falar sobre aquilo, mas não podia negar um pedido do Caíque. Forcei um sorriso e ele me abraçou sorrindo.

- Obrigado, fã. Vou esperar. - ele disse me abraçando.

Me levantei e saí andando. Encontrei Bea, ela estava com o rosto todo borrado de batom. Nathan estava logo atrás, com as mãos sobre a boca.

- O que foi isso, Bea? - perguntei forçando um sorriso.

- Eu fui passar batom, aí borrou um pouco. Quando eu fui limpar borrou mais ainda, né? Sabe como é. - aquela cara de mentirosa não me enganava.

- Ah... Sim, claro. - cruzei os braços e sorri. Olhei para trás, Caíque não estava mais ali. - Tudo bem, Tchuco?

- Sim e você princesa? - ele respondeu sem tirar a mão da boca.

- Sim. O que houve? Machucou a boca? Precisa de ajuda?

- Não! - Ele gritou e tirou as mãos da boca. - Não precisa não. Fui meninas.

- Tchau. - dissemos em coro.

- Bea, vamos embora.

Aquele ar que ele respirou e inspirou milhares de vezes, estava me sufocando. Precisava sair dali. Para evitar ataques cardíacos.

31Onde histórias criam vida. Descubra agora