Capítulo 12

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A semana passou voando, hoje já é sexta-feira, e graças a Deus o sol resolveu dar as caras por aqui. Bom, hoje não teve aula pois teria uma reunião entre os professores, eu resolvo ir dar um passeio pela pracinha que eu costumava ir quando criança, fazia tempo que eu não ia lá, com certeza estaria cheia de crianças correndo e brincando, e isso me faz bem, pois me faz lembrar de todos os momentos que passei ali com a minha mãe e com o Ben.

Quando chego na pracinha vejo o movimento que eu já suspeitava que teria, crianças correm por todo o lado, umas sentadas brincando na areia, outras no balanço, outras chorando, mães sentadas lendo livro ou revista enquanto seus filhos brincam, e outras conversando com mulheres da mesma idade. Então eu fui sentar em baixo de uma velha árvore que tem no parque, lá fazia sombra e não tinha ninguém, pra mim não ficar com a cara pra cima coloco meus fones no ouvido, ligo a minha play list e fico ali observando cada movimento das pessoas, o meu passado vem a tona, me fazendo voltar pra lá, começo a ver o Dimi me balançando forte no balanço, minha mãe sentada no mesmo banco que uma mulher está agora, vejo agora o Ben brincando comigo na areia e me sujando toda...

- AMELIEEEE, ACORDA, volta pra terra, em que planeta você está? - diz o Austin depois de ter me chamado umas vinte vezes. - Oh, perdão é que eu fui dar um passeio no meu passado - digo a ele com um sorriso torto. O Austin então senta do meu lado - você gosta daqui? - pergunta ele ao perceber a maneira como eu olhava para aquelas pessoas,então viro pra ele e respondo - eu já morei naquela casa ali que hoje tá pintada de cinza, e o meu amigo Ben morava na próxima rua, eu e ele víamos  todos os dias aqui - o Austin me olha e depois me faz uma pergunta que me deixou ainda mais cheia de dúvidas - você nunca imaginou que esse seu amigo pudesse está por aqui, más não quis te procurar por medo de você não gostar mais dele? - eu fiquei uns segundos pensando mas logo respondi - pra ser sincera, eu já pensei de tudo Austin, já pensei que ele pudesse está namorando e nem lembra mais que eu existo, já pensei muitas coisas - então ele balança a cabeça e diz - se fosse eu no seu lugar pensaria de tudo também, e por que você não o procura nas redes sociais, hoje em dia está mais fácil de achar alguém - eu volto a olhar pra uma criança que brincava no balanço enquanto a menininha estava sentada um menino a empurrava, sem querer deixei uma lágrima cair sem nem importar que o Austin estivesse do meu lado - ei você está chorando? Não chora, logo logo você encontrará esse seu amigo - diz ele me abraçando, eu coloco minha cabeça no peito dele e me aproximo mais pra perto, ultimamente eu venho precisando me desabafar com alguém, estou precisando de um abraço apertado como de um urso, então eu envolvo meus braços no Austin e o abraço forte, ele ficou sem jeito más logo cedeu em me devolver o abraço forte, ficamos por um bom tempo assim, até que eu decido voltar pra casa pois já estava ficando tarde, o Austin me deixa na porta de casa e segue o caminho pra casa dele. Eu entro e vou direto para o banheiro tomar um banho, preciso de um longo banho pra poder tirar um pouco dessa solidão que existe dentro de mim, e são nessas horas que um colo de mãe faz falta. 


Amor de infância- A.BOnde histórias criam vida. Descubra agora