Capítulo 4

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Eu disse ao Dimitri que já era hora de voltarmos para a sua casa. Depois ficarmos assistindo ao nascer do Sol, fomos em uma padaria e tomamos o nosso café. Confesso que extrapolei um pouquinho, mas não dá para simplesmente ignorar rosquinhas, não é mesmo? E o quê eu queria mesmo era estar em casa e me jogar na cama e dormir até o outro dia. Mas eu não podia, iríamos comemorar o aniversário do Dimitri. Não que eu estivesse reclamando nem nada. Eu estava bem animada - ansiosa, na verdade - pois estava louca para ver a reação dele ao abrir o presente que eu iria te dar.

Chegamos e já se passava das 13:00 da tarde, a nossa caminhada foi um tanto longa.

- Por onde andaram filhos? - perguntou Olena enquanto caminhava de um lado para outro ajeitando algumas coisas que eu diria ser da pequena festa. - Não importa. Rose, você pode me ajudar? As garotas dividiram entre si umas tarefas. Mas você sabe, estou precisando de ajuda. E você Dimka, pode ir na lojinha e abastecer as sacolas com bebidas.

Dimitri deu um sorriso amarelo em minha direção como quem dizia "Boa sorte, vai precisar". E eu sabia que iria mesmo, porque quando se tratava de festas ao redor de uma fogueira com convidados compartilhando histórias excitantes enquanto tomam uma vodca russa que mais parece água vindo das profundezas dos infernos, bom, eu precisaria de toda boa sorte do mundo.

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- Roza, já deu por hoje. Venha comigo. - Dimitri me estendeu a mão. - Vamos tomar um banho antes que todo mundo chegue e dona Olena nos obrigue a recepciona-los estando suados.

- Por São Vlad, tudo que preciso agora é um banho. Banho esse longo e quente. - peguei em sua mão. - Eu não sei o quê sua avó tem na cabeça de me obrigar a trazer lenhas que mais pareciam troncos gigantes de árvores da casa do Mark até aqui.

- Eu não acredito. - gargalhou. - Ela realmente fez isso? Mas era só esperar eu chegar do mercado.

- Por favor senhor risadinha, dê um time. - bufei - Ela é realmente uma bruxa. Sente prazer em ver as desgraças alheias, principalmente quando eu estou envolvida.

- Não seja absurda. Ela só quer ter certeza se você é a mulher ideal para o neto dela. - sorriu de lado.

Nem me dei ao trabalho de responde-ló. Não é porque é o seu aniversário que eu deixaria minha vontade de dar uns golpes nele de lado.
Tirei minhas roupas à caminho do banheiro. Dimitri trancou a porta do quarto e logo veio tomar banho comigo. Eu não mais sentia vergonha de ficar nua na sua frente ou dividir o banheiro enquanto tomávamos banho. Ele era o meu parceiro. Já estávamos bem acostumados à isso.

Me ajude aqui. - chamei a atenção do meu russo.

- O que foi, Roza?

- Não consigo fechar a droga do colar. Acho que o treco imperrou. - apanhei os meus cabelos dando um visão do fecho do colar.

Senti os dedos abilidosos de Dimitri sobre a minha pele, e logo senti umas fisgadas quentes. Ele realmente sabia como me provocar, mesmo quando nem ele sabia que estava me provocando tais sensações.

Quando terminou o seu serviço de lidar com fechos emperrados, ele apanhou os cabelos da minha mão e deixou que caíssem sobre as costas. Me virou de frente pra ele fazendo com que ficássemos próximos demais. E roçou o seu nariz entre o espaço da minha clavícula e pescoço, me arrepiei num instante.

- Acho que poderíamos...

- Hey, vocês dois. Já podem sair daí. - uma voz histerica ressoou abafada pela madeira da porta. Viktoria! Ela sabia muito bem a hora errada de atrapalhar.

Dimitri murmurou algo em russo sorrindo, e dessa vez eu não sabia se era algum xingamento feliz ou qualquer outra coisa.
Dei um beijo rápido em seus lábios e fomos abrir a porta.

- Nossa gente. - uma Viktoria estridente falava sem parar. - Já chegou praticamente todos os convidados e os pombinhos ainda estão aí fazendo sabe se lá o quê.

- Vik. - fiz um sinal com as mãos para que ela parasse. - Hoje não. Estou com a cabeça doendo.

- Claro. Mas pra fazer o que vocês deveriam estar fazendo lá dentro não tem nenhuma dorzinha que atrapalha!

E então uma pequena discussão entre irmãos começarão. Bom; eu não entendia absolutamente nada do que eles falavam em russo, mas pelo tom de voz do Dimitri só poderia ser isso.

Chamei a atenção dos dois os chamando para descermos logo.

Quando chegamos nos últimos degraus, não quis acreditar no que meus olhos estavam vendo.

- O que essa loira de farmácia está fazendo aqui? - apontei na direção das gêmeas. Em questão, eu só queria saber da tal Carolina.

Viktoria parou de sorrir de uma piada que tinha acabado de compartilhar com o Dimitri e seguiu o olhar para aonde o meu dedo acusatório estava direcionado.

- Ah, ela. - sorriu. - É a ex do Dimitri. Acho que mamãe a convidou. Tem uma simpatia muito grande por ela.
Se eu estivesse na frente de um espelho minha cara seria de pura indignação. Eu não estava acreditando! Como uma pessoa já teve algo com essa dampir de quinta? Melhor, como Dimitri já teve algo com ela?! Não; eu não acreditava! Até olhar para ele e e vê que ele estava sorrindo para ela.

Cruzei os braços e respirei até dez. Eu iria acabar com a vida dessa aí se ela desse encima do meu Dimitri.

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Trilha MortalOnde histórias criam vida. Descubra agora