B E A T R I Z
Eram apenas 12h30 quando eu acordei com Tonks ao meu lado, me observando atentamente.
Me levantei, com preguiça. Fui até o banheiro e meu olhar se voltou ao meu reflexo no espelho e ao ninho escuro que meu cabelo simulava. Fiz minhas higienes matinais, saindo do banheiro enrolada numa toalha enquanto escovo meus cabelos úmidos. Como estava frio, resolvi vestir uma calça jeans e um moletom turquesa que encontrei no armário (que é maior por dentro, bem maior). Na parte de baixo do armário havia um gavetão, onde encontrei os sapatos. Calcei uma chinelo e fui pra cozinha decidir algo para comer.
Não havia o que eu mais queria: ingredientes o suficiente para uma torta de limão. Precisava de mais limão e ovos. Vasculhei o lugar, a fim de relembrar onde guardo cada coisa e confirmar o que falta. Fiz uma listinha do que precisava e grudei na geladeira, logo em seguida retirando uma panela de um armário. Iria fazer panquecas para o almoço, já que tinha passadk a hora do café. Fiz tanto doce como também salgada, e comi sob o olhar pidão de Tonks.
Fiquei enrolando em casa, simplesmente não me vinha à cabeça alguma coisa pra fazer além de observar os vários livros na estante de ying yang. Quando era umas quatro da tarde, resolvi pegar a listinha de compras e saí para fazer compras. Calcei uma bota de cano curto sem salto (bem mais confortável do que pensei), e em seguida peguei uma bolsa, colocando na mesma apenas o essencial: celular, carteira, fones de ouvido e minha varinha. Se não fosse por minhas memórias restauradas, eu certamente acharia idiota carregar uma varinha por aí.
As compras se resumiram a três sacolas do mercado, as quais eu carregava em uma só mão. Estava perto do meu prédio quando vi um café aberto, e resolvi entrar. A comida era muito boa. Antes de sair, pedi um capuccino para viagem, o qual tomei a caminho de meu apartamento.
Ao chegar, eu fiquei preocupada quando notei que a porta fora arrombada. Entrei de forma sorrateira, colocando as sacolas perto da porta que dá para a cozinha. Mas não havia ninguém no apartamento, apenas bagunça. Alguns móveis fora do lugar, as almofadas do sofá espalhadas pelo chão... Levei as sacolas para a cozinha, e encontrei os armários escancarados e a porta da geladeira encostada - adeus energia. Deixei as sacolas na bancada, fechando todos os armários e a geladeira. Todas as portas estavam abertas, e ao adentrar o meu quarto, vi um baú perto da minha cama, fechado e sem tranca à vista. As bordas do cobertor estavam para cima da cama, revelando o espaço vazio debaixo do móvel. O guarda-roupa escancarado despertou uma preguiça em mim ao lembrar que precisaria arrumar, devido a algumas roupas espalhadas, e o gavetão de sapatos aberto no máximo (eu não sabia que o gaveteiro era tão grande) com alguns sapatos espalhados.
Suspirei, começando a arrumar a bagunça, a partir do meu quarto, com feitiços. A caminho da cozinha, arrumava quaisquer itens fora do lugar. O único canto que permanecia o mesmo era a pequena área onde havia a máquina de lavar roupa.
Ao terminar tudo, me joguei no sofá, e após um tempo olhando o nada, meu olhar se voltou aos livros na estante. Um livro em particular me chamou atenção, sobre mitologia greco-romana. O peguei para dar uma olhada.
Ao tocar o livro, eu senti um pequeno choque, seguido de uma sensação estranha. Era como se eu tivesse uma breve revisão do básico que eu sabia sobre Poseidon, Hades, Zeus e os deuses. Como se eu estivesse obtendo aquele conhecimento por osmose, mas na verdade tudo aquilo já estava em minha mente. Depois do acontecimento doido, comecei a folhear o livro, até parar numa página aleatória. Nessa página, havia dois gigantes, um pouco mais humanizados, com duas pernas em vez das pernas reptilianas da sua espécie. Os cabelos de ambos estavam representados trançados em dreadlocks, e o que os diferenciava era a cor do cabelo: enquanto o de um era roxo, o outro era verde. Aquilo me era familiar de algum lugar...
•-•
E mais um dia se vai... Cansada da caminhada, me joguei na cama do meu quarto, agradecendo aos deuses por ter chuveiro elétrico nesse hotel. Deixei minha bolsa ali em cima da cama mesmo, e me levantei para ir ao banheiro. Mal toquei na maçaneta, ouvi alguma coisa atrás de mim. Com rapidez, peguei minha agada da bota e me virei. Tudo que vi antes de apagar foi um vulto grande, com... tutu? Certo, um vulto grande com tutu. E acho que alguma coisa verde. Depois, escuridão. Eu apaguei, e logo em seguida, já me esquecia de algumas coisas, como... Qual o meu nome mesmo?
•-•
Ok, então quem me raptou foi um desses titãs. Mas por quê e para quê? Suspirei, guardando o livro.
- Acho que sei quem te raptou e o motivo. - uma voz falou e eu pulei de susto
- Ai meu paizinho.
- Não, sou só eu. Castiel. - o anjo acenou
- Quer me matar do coração? - ele abriu a boca pra responder, mas interrompi - É uma pergunta retórica, cara.
Ele acenou e indicou o sofá, sentando-se em seguida.
- Acho que quem te raptou foi enviado por algum titã, apesar de não saber ainda qual. E te raptaram por causa de uma quebra de maldição.
- Hein?
- Poseidon não pode ter filhas, né? Então como você está aqui?
- Minha mãe quebrou a maldição... - relembrei - Uma semana antes do meu nascimento. É o que ela me disse antes dela morrer.
- Exatamente. Mas a dríade que amaldiçoou Poseidon, ficou revoltada e se aliou aos titãs. Ela os ajuda agora. Os titãs querem o fim dos semideuses, e como os filhos dos três grandes são os mais importantes, estão praticamente camuflados.
- E quem estaria me protegendo?
- Eu e Castiel - outra voz disse do nada, me fazendo pular de susto. Loki se dirigiu até a poltrona e se sentou.
- Vocês amam me assustar né? - ironizei.
- Não é a minha intenção, mas é engraçado. Você fica fofa, parece indefesa. - Loki disse e Castiel concordou. Vou fingir que isso é normal.
- Hm, só pra avisar, pelo que eu descobri, foram gigantes que me capturaram. Provavelmente enviados por algum titã mesmo, mas foram gigantes.
- Bem, isso ajuda a reduzir nossa lista de suspeitos... Mas enfim, voltando ao assunto inicial, os titãs vão acabar com o mundo, começando com o Olimpo.
- E depois, toda Midgard. E depois, de reino em reino, acho eu. - Loki opinou.
- Certo. E como eu posso evitar isso?
- Por enquanto, não encontramos nada. Apenas mantenha-se armada, mesmo que vá cruzar a rua. Pelo menos um de nós acompanhará seus passos diariamente. - Castiel avisou.
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C A I T L I N
- Sobre o quê exatamente eles estão falando? - Cisco perguntou, acompanhando a conversa pelo vídeo.
- Acho que um possível fim do mundo... - Barry disse, observando a tela em minha frente por cima de meus ombros, e eu concordei.
- Mitologias? - Wells perguntou, olhando em outra câmera.
- Vou ver o que consigo achar - avisei, iniciando uma pesquisa sobre mitologia greco-romana.
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Magia Ou Ciência?
RandomOs céticos dizem ciência. Os crentes dizem magia. E eu? Eu digo que os dois podem trabalhar muito bem. Achava que estava tudo em perfeito estado, ela morava no lugar mais quente que conhecia (Rondônia, Brasil), sem saber que faculdade fazer, morando...