O PRIMEIRO PASSO

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- Katherine Jackson

  Terminei de me arrumar peguei minha mochila e então sai do quarto. O apartamento carregava um ar solitário, obviamente minha mãe ainda estava no hospital, aliás não nos vemos muito o trabalho dela sempre a deixa longe, já até me acostumei a ficar sozinha nesse apartamento enorme e vazio. 

  Depois que meu único amigo (meu pai, John Jackson) se foi meus dias são assim, tristes e sem a menor graça. Até minha relação com meu irmão, Nicolas, se abalou, ele também está me abandonando, sinto que estou sozinha nesse mundo. (literalmente

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  Peguei o resto das minhas coisas e então sai do apartamento, caminhei até o elevador e como de costume apertei algumas vezes os botões até a porta se abrir.
   Entrei e me pus a apertar o botão do 1° andar onde ficava a portaria. Um... Dois... Andares e novamente as portas se abriram, um rapaz entrou e se moveu até o outro canto do elevador, eu nunca o tinha visto no prédio antes, se mantia de cabeça baixa dificultando minhas deduções sobre ele... Cabelos negros cobrindo parte dos olhos, blusa negra com estampa de caveira, calça jeans também negra e all star, mochila nas costas assim como eu pendurada apenas por uma alça. Desde a hora que entrou não se atreveu a me olhar, simplesmente ficou ali parado era como se nem tivesse me notado, como se eu não passasse de um fantasma.
  Na medida que o elevador ia seguindo mais desconfortável eu ficava, o clima se tornava cada minuto mais estranho, passei a mão em meu cabelo e esperei a porta novamente se abrir, finalmente o 1° andar. Dei o primeiro passo porem o garoto passou em minha frente e como consequência acabou esbarrando em meu ombro.   Aonde estava o cavalheirismo ou a educação daquele bruto?! Aquilo tinha sido desnecessário.
   Sai do elevador ainda olhando para ele que nem ao menos olhou para trás quando foi cumprimentado,  simplesmente passou reto pelo "bom dia" que o senhor Lincon (o porteiro) o-deu, aquilo sim tinha sido grosseiro. Sem duvidas aquele poço de ignorância era movido a encrencas, sua postura denunciava, suas menores atitudes já me faziam ter impressões sore ele.

  Desloquei meu pensamento e me aproximei do balcão da portaria apoiando no mesmo assim que cheguei bem perto.

----- Bom dia senhor Lincon - olhei para ele que sorriu.

----- Bom dia senhorita Jackson. - respondeu gentilmente me fazendo sorrir em retribuição.

----- Quem é o garoto? - perguntei um tanto curiosa.

----- O senhor Nobel?

----- Nobel? Como aquele tal ministro Jordan Nobel? - o tão ''amado'' ministro de NY, a mistura de ignorância e falsidade da boa e tediosa politica desnecessária.  

------ Sim, o filho dele Adam Nobel. O garoto está morando sozinho aqui... Se mudou faz poucos dias para o apartamento da família.

------ Ah... Bem mal educado ele - Lincon sorriu novamente - Bom, tenho que ir... - sorri - Até mais senhor Lincon...

------ Tenha um bom dia senhorita.

  Dei as costas para a portaria e caminhei até a saída do prédio onde um táxi já me aguardava. Olhei em volta e de dentro da garagem um veiculo prata em alta velocidade quase provocou um acidente, obviamente o motorista devia ser um louco, sem noção do que poderia ter acontecido caso o ónibus não tivesse desviado a tempo.
  Entrei no táxi e o mesmo seguiu até o colégio. Estava na hora de encarar a realidade, meu estômago se fechava na medida que o carro virava a esquina da tão temida "área escolar". As pessoas na rua, meus antigos colegas, tudo me fazia viajar no tempo sem ao menos sair do lugar, as lembranças dos dias tristes e dos dias de superação, as lágrimas insistiam em tentar cair, porem uma força maior as mantinham presas.

"Eu disse que iria sorrir! Eu vou!"

> uma suicida e seu psicopata <Onde histórias criam vida. Descubra agora