cap 35

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- Como assim, Kenna vai voltar conosco? - pergunto incrédula.

Depois de transarmos, Bennet me conta de sua conversa com minha irmã no corredor.

- Ela disse que quer ir para Nova York.

Estou deitada em seu peito fazendo movimentos circulares com a unha e toda enrolada ao lençol. Nunca pensei que ficaríamos assim. Não sei como vai ser quando fomos embora. Tenho receio de sair até do quarto e perder o que encontramos aqui.

- Não sei se quero ir embora. - falo vagamente.

Ele se mexe, e pega meu rosto.

- Não brinca comigo. - ele está sério. - Você tem um estágio para terminar e uma amiga grávida a sua espera.

Sorri ao lembrar de Julie. Mas, ele não tinha me dado um motivo real. Eu quero ouvir que ele me quer.

- Eu só não quero que isso - aponto para nós dois. - desapareça.

Ele me beija o que me acalma.

- Não vai.

- Que história é essa de você querer ir pra Nova York? - pergunto a Kenna.

Estamos na cozinha preparando o café, como nos velhos tempos.

- Claro que ele foi fofocar pra você. - ela reclama.

- Por que você achou mesmo que eu não ia ver você no jatinho? - pergunto em um tom óbvio.

Ela abre a geladeira e pega o suco.

- Eu quero alguma coisa da vida, Care. Tenho que recomeçar em algum lugar e esse lugar pode ser Nova York.

- Quem vai para Nova York? - Eric entra na cozinha.

Ficamos quietas, na verdade eu estou a espera de sua explicação.

- Ok, ninguém vai falar? Eu falo. - ele se encosta do meu lado cruza os braços - Laura está gravida.

Silêncio. Não sei como reagir a noticia de que meu irmão vai ser pai. Na verdade sempre pensei que isso fosse acontecer, ele ser o primeiro de nós a construir uma família.

- Vocês podem falar alguma coisa? - ele reclama.

- A mamãe sabe? - Kenna pergunta.

Ele nega.

- Isso é algo bom? Tipo, devo dizer parabéns? -ela arqueia as sobrancelhas.

- Kenna, é um filho, não um monstro. - ele dá de ombros.

Nos olhamos e em seguida atacamos Eric com abraço como os velhos tempos.

- Ok, já chega. - ele brinca, mas nos soltamos. - E você Carrie, o seu namorado já deve ter acordado.

Um estalo. Se meu irmão não tivesse falado eu provavelmente deixaria Bennet lá em uma situação nada confortável.

- Merda.

Saio correndo e quando finalmente chego ao topo da escada vejo Bennet na porta do meu quarto e do outro lado do corredor meu pai com uma cara não muito boa.

- Hm, querido. - finjo - Já veio me acordar, eu tentei falar com você no seu quarto, mas você não acordava. - sorri falsamente.

Entra na brincadeira Bennet, pelo amor de Deus.

- É, já estava estranhando você não estar aqui. Até conferi no banheiro.

Sorri.

O café da manha ocorreu sem nenhuma turbulência, Kenna passou um tempo com meus pais na sala de reunião, provavelmente explicando que iria vir comigo. Está tudo pronto para irmos para o hotel e depois para casa.

- Carrie, uma palavra por favor. - meu pai me chama.

Sigo ele até a sala de reunião. Sento na cadeira e ele faz o mesmo. Fazia um tempo que eu não sentia essa coisa de pai e filha. Sempre que meu pai descobria que fizemos algo de errado ele nos chamava para a sala de reunião para conversarmos.

- Estou orgulhoso de você. - são suas primeiras palavras.

Sorrio.

- Pai, sem rodeios. Vamos ao ponto.

Ele se encosta na cadeira e faz aquele olhar que quando criança eu temia, mas agora sou uma adulta.

- Esse seu relacionamento é sério?

Engulo seco.

- Pai, isso é complicado. - falo.

- Quanto complicado? Imagine você passar dois anos sem vem sua filha e descobre que ela está namorando o chefe dela. O que eu devo pensar?

O que isso quer dizer? O que ele pensa que sou?

- Pai eu vou me recusar a pensar que o senhor está insinuando algo. Eu lutei muito para estar onde estou e sinto muito se não sou o que o senhor esperava. Eu e Bennet simplesmente aconteceu. - me exalto.

Me levanto.

- Eu só quero saber...

Suspiro e decido me impor.

- Pai, eu queria que essa visita fosse boa e não algo como isso aqui - aponto para nós dois. - Eu não procura um homem com dinheiro para me sustentar. Tenho minha casa, minhas coisas e minha vida. Acredite, eu neguei com todas as forças essa coisa com Bennet, mas não deu. Estamos juntos, aceite.

Ele não parecia nada feliz. Nunca agi assim com ele, na verdade foi algo como espontâneo. Ele está com a. ara fechada.

- Eu tenho que ir. Tchau. - saio da sala axaltada.

Todos estão na sala e me olham quando saio do escritório, devem ter escutado nossa " tranquila " conversa.

Me despeço de minha mãe com um abraço bem demorado, faço o mesmo com Eric.

- Conte logo para mamãe, ela vai amar saber. - sussurro em seu ouvido.

Em seguida me despeço de Laura.

- Parabéns mamãe. Eu serei uma ótima tia. - sussurro e ela sorri.

Bennet guarda as malas de Kenna no carro enquanto entramos. Segundos antes de partir meu pai se junta a minha mãe na porta e ascena com a cabeça.

- Tchau familia. - sussurro.

Kenna põe a mão no meu ombro o que me cosola.

- Vai ficar tudo bem.

Diamante irresistívelWhere stories live. Discover now