Os Últimos Cortes.

02.

“Seu mundo real é bem diferente do imaginário. Não é como a consciência e o oceano.”

A Sophia tinha acabado de receber alta, eu estava atordoada, tinha acabado de acordar e eu havia tido sonhos estranhos ultimamente, era como se meu subconsciente estivesse sendo puxado pela minha sombra negra, bem bizarro. Peguei as chaves do carro e dirigi ao hospital, quando cheguei na recepção assinei uma papelada para que a alta da Sophia fosse totalmente concedida, quando ela saiu do seu quarto ela não me olhou, quando chegou perto de mim agradeceu baixinho e envergonhada. Fomos pro meu carro e dirigi até um shopping para comermos eu não queria voltar até a mansão tão cedo.

–Como vai o bebê ?–A Sophia perguntou enquanto caminhavamos ate o Subway.
–Aparentemente bem.–Respondi.
–Hm, que bom.
–Por que está tão calada?
–Depois de tudo que fiz com você a única coisa que posso fazer é ficar calada.–Ela disse com um tom de culpa. Eu não sabia o que responder por isso fiquei calada.

Pegamos um lanche e nos sentamos, comemos caladas o tempo todo, até encontrar o Pietro caminhando com uma garota. Ele não tinha me visto até então, mas quando me viu sorriu largo e caminhou até mim, a garota de cabelos pretos veio atrás, senti uma pontada de ciúmes não nego.

–Sara, que bom te ver.–Ele me cumprimentou com dois beijinhos.
–Digo o mesmo. Pensei que já tivessem voltado pro colégio.
–Não, vamos amanha, você não vai?–Ele estranhou.
–Pretendo desistir dos estudos e focar nas coisas do meu pai, não conseguirei ter um bom futuro antes do meu filho nascer.–Me expliquei.
–Entendo, mas seus estudos é a base de tudo, ainda mais que você já perdeu.–Ele disse e eu revirei os olhos.
–Ela nunca se importou.–A Sophia tomou minha fala, só fiz erguer as sombrancelhas.
–Ah, minha nossa.–Ele deu risada e olhou pra garota de cabelos pretos.–Ah, deixem apresentar a Cris, a conheci no cinema e estamos rodando aqui.–Ele disse e a garota deu um sorriso e eu só não voei nela por que eu não tenho nada com o Pietro.
–Linda.–Disse com um sorriso falso no rosto.
–Obrigado, você é mais, sortuda por ser ruiva.
–Legal.–Mordi as bochechas e sorri sarcástica.
–Vamos indo, até mais Sara, sói bom te ver.–Ele se despediu e eu bufei assim que ele deu as costas.
–Que ciumes.–A Sophia comentou.
–Cala a boca.–Disse e mordi insatisfeita o meu sanduíche.

Ao final do dia fomos pra mansão, soube que a Bianca tinha viajado, pra fazer algo, só não entendi o milagre, ela nunca viaja.