vitrine de bolsas

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Era um fim de tarde de sábado, o crepúsculo se desatava pelo céu, na multidão que ia e vinha uma mulher se destacou. Ela estava apaixonada, e em frente a vitrine de bolsas na avenida principal, sonhava com seu amado.

Confusa, perdida, podemos dizer que também estava louca, pois via o homem querido em todos os lugares, nos bares, restaurantes, até dirigindo um carro vestindo amarelo. Por um instante hesita, teria sido o amado a vir em sua direção? Com o coração disparado suspira "outra miragem".

A cidade é grande, abriga milhares de pessoas, cada qual com a sua singularidade, mas ela escolheu aquela que talvez nem fosse real. A idéia de que em milhões de habitantes ele estivesse ou andando, ou parado, ou na rua ao lado, ou na praia, a deixava incrivelmente atordoada, eram tantas as hipóteses que poderiam surgir.

A noite se ergue, as luzes dos outdoors, postes e estabelecimentos tornaram a avenida abrigo de constelações falsificadas, como estrelas as luzes iluminavam quem caminhava. O cheiro de gasolina e o barulho dos motores embriagavam a mulher, que sem esperança reptia o nome do amado em frente a vitrine de bolsas na avenida principal.

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