Capítulo 2

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Hodor Montgomery, um velho careca e alcoólatra que maltratou e abandonou eu e minha mãe estava diante de mim agarrando meu braço direito por cima da minha jaqueta e apertava com força enquanto me encarava com um olhar vazio de seus olhos castanhos. Permaneci em silêncio sem qualquer tipo de reação, eu estava em uma mistura confusa de raiva e medo...

- Você...

- Sim, sou eu... Quanto tempo. - O velho disse abrindo um sorriso quase que imperceptível no canto de seus lábios e eu apenas tentei puxar meu braço em resposta. Em vão. Ele continou agarrando meu braço com força e a essa altura o metrô já tinha ido embora e eu fiquei ali sozinha com meu pai.

- O que você quer aqui?! Já não ferrou com a minha vida e a da minha mãe o suficiente?! - Continuo relutante puxando meu braço mas ainda sim ele não largava.

- Tem como você apenas se aquietar? Eu vim em paz. E eu por acaso não posso vir ver minha filha? - Ele deu uma risada sarcástica e eu fiquei ainda mais irritada. Puxei meu braço com força e na mesma hora ele me largou e pude sentir meu corpo sendo atirado para trás. Tropeço em meus próprios pés e caio sobre os trilhos. Uma dor forte tomou conta das minhas costas e era tão forte que eu podia achar que quebrei umas 5 costelas mas logo a dor passou quando ouvi o som do metrô chegando. Eu gelei. Comecei a me rebater e gritar por socorro. Olhei em desespero para o meu pai mas ele não fazia nada mas pude perceber a preocupação em seus olhos. Mesmo com dor nas costas eu me levantei o mais rápido que podia e estendi minhas mãos para meu pai mas ele não conseguia me puxar de jeito nenhum. O metrô se aproximava ainda mais. Eu comecei a chorar de desespero meu pai continuava a tentar me puxar quando ele foi empurrado para o lado e senti sendo puxada para cima com muita força. O metrô passou nesse exato momento. Eu estava em choque e perdi o ar por alguns instantes e logo olhei para cima e encontrei novamente aqueles belos olhos azuis que havia visto hoje mais cedo no parque. Os braços fortes daquele homem me envolveram e me agarrei à eles. Por um momento eu desviei meu olhar para o meu pai que estava caído ao meu lado e ajeitando os óculos em seu rosto. Eu apenas voltei minha atenção para o rapaz.

- Obrigada.. - Minha voz saía trêmula e eu suava frio. Eu chorava e chorava agarrada a camiseta azul do rapaz e meu pai apenas observava.

- Está tudo bem agora pequena... - Ele acariciou meus cabelos lisos enquanto olhava atentamente para o meu pai. Nisso ele se levantou me erguendo do chão. Minhas pernas estavam tremendo e eu me apoiei no rapaz que me deixou solta depois de ter recuperado o equilíbrio.

- Eu... Estou bem agora... - Ele sorriu e segurou minha mão dando um beijo sútil nela.

- Eric - Ele sussurrou e eu fiz uma cara de confusa. Ele riu - Meu nome, Eric. Eric Lourance.

- Ah sim claro... Seu nome... É... Oi... - Eu ainda estava nervosa então minhas palavras saíam enroladas da minha boca. Logo minha visão começou a ficar embaçada e minha cabeça girava. Eu apaguei e já não me lembro de mais nada...

Acordei deitada numa cama de hospital provavelmente no dia seguinte e eu torcia para que ainda fosse cedo... Oh céus eu não podia perder minha formatura! Abro meus olhos e minha visão ainda não está muito nítida. Quando finalmente consigo enxergar melhor vejo meu pai sentado em uma poltrona dormindo próximo a cama e no canto do quarto Eric apoiado na parede com os braços cruzados. Ele percebeu que eu havia despertado e sorriu para mim. Eric se aproxima.

- Acordou... Você não me disse seu nome...

- Faye.

Cubro meu rosto com ambas as minhas mãos.

- Que horas são? - Digo com voz de sono.

- São seis da manhã. - Eric respondeu sentando ao meu lado na cama do hospital - Prazer em lhe conhecer Faye. - Ele me deu um sorriso e eu apenas virei meu rosto para o lado. Suspirei fundo.

- Teria como você chamar algum enfermeiro ou enfermeira? Preciso ir logo...

- Claro.

Ele se levantou e foi procurar um enfermeiro que logo apareceu no quarto em seu uniforme branco.

- Olá senhorita Faye. Se sente melhor hoje?

- Sim, estou bem. Eu já posso ir?

- Com certeza! Pode pegar suas coisas e ir.

Ele veio até mim e me ajudou a tirar todos aqueles fios em mim. Meu pai acordou.

- Como você está...?

Não respondi. - Ela está bem senhor. - O enfermeiro respondeu.

Depois de estar totalmente livre de todos aqueles fios peguei minhas coisas e saí do quarto acompanhada do enfermeiro e do meu pai. Eric não apareceu depois que foi chamar o enfermeiro. Talvez ele tenha ido embora... Quando estava na porta do hospital com meu pai eu me virei para ele e disse calma.

- Não precisa me acompanhar. Eu vou sozinha e por favor nunca mais me procure.

- Faye eu só quero concertar as coisas... Eu posso ao menos ligar pra você?

- Tchau. - Saí pela porta do hospital e fui caminhando até o ponto de ônibus mais próximo. Peguei um ônibus que me levou direto para a casa do Andrew e quando cheguei lá todos estavam carregados de preocupação por minha causa.

- Aí meu Deus Faye! O que aconteceu? Você tá bem? - Andrew disse me dando um abraço forte e logo em seguida sua esposa veio me abraçar também.

- Bem... Eu... É que eu sofri um pequeno acidente. Acabei desmaiando e parei no hospital... Mas está tudo bem, sério...

- Que bom! Venha minha querida vou preparar um banho quente pra você e poderá descansar mais um pouco. Você tem uma formatura para ir hoje não tem? - Disse Valíria muito animada e estendendo sua mão para mim. Eu a peguei e sorri. Ela me levou até o banheiro e encheu a enorme banheira com água quente e parecia estar maravilhoso. Eu me despi e ela me deixou sozinha...

Alguns minutos depois...

Depois do meu banho, eu fui para o meu quarto me trocar e descansar mais um pouco (ainda eram sete da manhã se não me engano) quando ouvi o som da campainha tocando e alguém entrando.

- Eai irmãzinha, como você está?

Ouvi uma parte da conversa e a voz me parecia muito familiar. Aparentemente esse alguém estaria falando com a Valíria... Tratei de me trocar mais rápido e então fui até a sala ver quem era. Óh céus. Pensei comigo mesma...

- Eric?

- Faye?

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Olá meus anjos. Espero que gostem deste segundo capítulo <3 Beeeeeijo!

Corações Bastardos [Trilogia Paixões Inglórias]Onde histórias criam vida. Descubra agora