Prólogo

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 – Senhor, estais anoitecendo e a chuva não irá parastes tão cedo. – Afirmou Bill, e acrescentou: Não achas melhor voltarmos?

– Não tem como voltar por enquanto, Bill. Vamos esperar o mar ficar mais calmo. E logo a frente, tem uma ilha, podemos ficar lá até a tempestade passar. – Respondeu o Capitão Merle, com voz firme.

Essa história se parece com mais uma em que pescadores se perdem em alto mar e são comidos por tubarões, mas não é. Não é!

Neste dia, era para ter cinco pescadores no barco Megalondonte (O nome foi colocado pelo Capitão Merle, por ele ser velho, grande e feroz. Quando foi comprado, ele se chamava Big Fish, ou seja, só mudou o nome, pois praticamente daria no mesmo significado. Megalondonte sem dúvida é, ou era, um grande peixe. Grande, muito grande!)

Mas enfim, o barco só tripulava Bill e Merle, por isso eles estavam tão casado. Longe de suas casas, resolveram seguir a luz de um farol, que brilhava tão forte e intenso, como um anjo descendo do céu, para nos mostrar o caminho para o paraíso, mas nesse caso, seria o caminho para o inferno.

Antes de prosseguir, deixe-me desenhar com palavras o quão belo és a cena que estais passando dentro da minha cabeça, que apesar de pequena, úmida e escura, tem espaço o suficiente para imaginações fantásticas. 

Um barco velho sendo tripulado por um Capitão velho, não tão velho quanto o seu barco, mas o suficiente para saber que não terás muitos anos de vida. Logo na proa, um pescador pobre, tão pobre que seria mais fácil arrancar partes de si, não do mar, para sustentar sua família. O barco não deslizava no mar suavemente, como deveria ser, ele seguia em frente com dificuldade, ficando mais lento a cada batida de ondas que o golpeava de vez em quando. O céu, o céu... O céu estava ficando escuro, do jeito que eu gosto, não totalmente escuro, ele estava com uns tons de laranja e vermelho, como num fim de tarde, o sol se pondo... Mas como eu poderia gostar de algo assim? Aliás, eu gosto de cenários em um fim de tarde, não só tarde, onde o sol ainda se prevalece, fazendo calor e essas coisas felizes. Era diferente, o sol estava se escondendo dentre a escuridão, e, estava chovendo. Chovendo. Chuva são gotas que caem majestosamente para limparem nossas sujeiras, são como mães chorando por algum erro nosso. E essa chuva, estava caindo forte, tão forte que parecia que as madeiras do barco estavam ficando mole, mas o seu cheiro de madeira molhada, ah, sem dúvida, é o melhor, até para tocá-la... Chuva, neblina, frio e vento. Paraíso! Afinal, o paraíso para alguns, podem ser o inferno para outros.

Essa cena estava escura na minha cabeça, ou melhor, ainda está. Ela se clareia aos poucos, quando a luz de um farol acende este canto. Acendeu. Apagou. Acendeu. Apagou. Se apaga mais, do que se acende. Essa parte que consegui descrever, foi uma pequena parte que estava acesa. Esse texto daria um belo prólogo, mas como ainda terminarei este conto neste mesmo capítulo, vamos encerrar este assunto de mente por aqui e vamos para o que interessa. A ilha.

A ilha. Sem dúvida, a parte que não citei na cena, apenas deixei que vocês se encantassem um pouco com a minha mente, antes de perturbar com essa tal ilha. E afinal, essa ilha tem nome? Alguém mora por lá? Se sim, por quê ainda continuar vivendo num lugar onde um farol se acende sozinho toda noite? Ou será, por quê sair de algo tão mágico assim? Se é que ele deixaria você sair... Ele. Esse ''ele'' é o que mais me perturba. Pois você sabe que é algo que existe, mas quem? Ou pior, ''Mas O QUÊ?''


O barco ia se aproximando daquele grande clarão amarelado, ou branco, ou talvez a mistura dos dois. A luz girava lentamente, como se estivesse pesada, como se estivesse cansada...

FINALMENTE CHEGAMOS! – Gritou o Capitão, entusiasmado.

ESPERO QUE TENHAS UM BOM LUGAR PARA DORMIR E COMER, CAPITÃO! – Gritou Bill também, não por causa do entusiasmo, mas pelo barulho que o mar fazia. Não tinha como ser escutado se falasse baixo...


Farol. Mente. Por que estou citando os dois com tanta frequência? Seria a mesma coisa? Você poderia confiar na sua mente o quanto confia em um farol? Se a resposta for sim, essa é uma prova que você não deveria confiar tanto nela. Afinal, eu não confio na minha. Veja só, eu achei que teria um final aqui mesmo para vocês, um final bonito, que talvez, deixaria a mente de vocês livre do verdadeiro final que o criei. Eu acreditei na minha mente. Bill e Merle acreditaram no farol. Que decepção...

O Segredo Do FarolOnde histórias criam vida. Descubra agora