I hate myself because I love you

Capítulo 66

*POV ON EMMALINNE*

Este local não tinha nada em comum com o sítio onde, outrora, a minha festa de aniversário havia sido realizada. A parte exterior fazia-me lembrar uma daquelas tendas do circo brancas mas que, à noite, com os holofotes a transmitirem luz de todas as cores, criaria um efeito fantastico na tela branca. O bar estava acabar de ser limpo e as garrafas eram dispostas por tamanhos e cor. Não que o Harry apreciasse isso, pois eu sei bem que não, mas a dedicação com que todas as pessoas trabalhavam era digna de ser vista. Os pufes também brancos estavam dispostos por toda a área assim como mesas e cadeiras mais modernas para que toda a gente se sentisse confortável e cômoda quando se sentissem cansados de dançar. Isso não me iria acontecer. O DJ e o técnico das luzes estavam como a fazer um ensaio geral para à noite estar tudo em condições. A equipa de catering ajustava-se na cozinha improvisada para acabar os últimos pormenores na magnifica comida que iria circular sem parar. A Megan tinha um auricular no ouvido ligado diretamente ao bolso de trás das suas calças onde continha a versão mais recente do iPhone. Com uma das mãos segurava uma capa vermalha e ia passando folhas de um lado para o outro alternando entre ajeitar o seu rabo de cavalo com extensões loiras ou colocar os óculos no sítio impedindo-os de deslizarem pela cana do nariz. De facto, ela parecia bastante proficional enquanto calculava milimetricamente todos os passos que todas as pessoas iriam dar, mas, por vezes, os seus pensamentos pareciam suga-la e ela deixava de falar. Era uma mulher estranha. Eu ouvia-a falar mas depois, com todas as inadequadas paragens, perdi o total interesse nela e deixei que a minha mente se abstraísse e fosse para locais onde eu não poderia de facto ir. Não é que fosse um sacrifício para mim estar ali a fazer companhia ao meu namorado na preparação da festa do seu vigésimo aniversário, mas eu tinha pedido folga de tarde ao George e esta estava a ser totalmente desperdiçada. Com todo o respeito, que raio é que eu estava ali a fazer?

- Perceberam tudo? - a Meg perguntou-nos interrompendo a minha queixa mental.

- Sim. -eu e o Harry respondemos em coro mas um de nós estava a mentir.

Ela não pareceu aperceber-se que eu não tinha apanhado nem uma ponta do que ela tinha dito, mas talvez seja melhor assim.

- Podes-me explicar o que ela disse? -eu pedi ao Harry que esteve aquele tempo todo a ouvir a loira falsa a falar.

- Tu parecias estar a compreender tudo que foi dito. -ele olhou-me confuso depois de pedir uma coca-cola para molhar a boca.

- Pois, isso também foi o que a minha professora de Inglês me disse quando eu tirei uma negativa no 10° ano. -eu comparei a situação pois acentava que nem uma luva.- Eu estava a ouvir mas não estava a interiorizar. -fui totalmente sincera.

- A serio, Emma? -ele suspirou com uma ponta de raiva- Quer dizer, a Meg estava aqui a explicar as coisas todas ao pormenor e tu não prestas atenção? Fogo, mas que raio...?

Podia parecer estranha aquela reação dele mas eu sabia porque que ele estava assim: nervos. A Modest deixou que assumíssemos o namoro e desde ai ele tem andado super stressado e irritadisso. Da primeira vez que ele foi mais agressivo comigo, eu passei-me por completo, pois não havia razão para tal.

"Quem é que tu pensas que és para falares assim comigo?" Lembrei-me daquilo que lhe tinha dito, impulsivamente, na altura com um tom serio.

Eu odiava ser bruta com ele, mas ele mereceu naquele momento. Claramente que pedi desculpa depois dele me explicar que estava com os nervos à flor da pele. Eu também passava metade da minha vida a morrer de stress, por isso compreendia perfeitamente o porquê de algumas das suas ações involuntárias. Ele mexia no cabelo, mordia o lábios, coçava a parte de trás do pescoço, batia com o pé no chão e mais uma infinidade de outros movimentos que indicavam que o seu corpo estava mesmo a ceder ao nervosismo e a pressão.