Capítulo 61 - Rédeas curtas

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Nícolas



Acabei dormindo, na cama da minha pequena. O rosto amassado, e os olhos inchados. Esse era o meu estado quando coloquei-me de pé, e vi meu reflexo no espelho do quarto dela. A cabeça doía, pelo whisky de ontem. Abri a porta, e sorrateiramente fui andando até a porta do outro quarto. Na sala, não tinha mais ninguém. Meu vizinho tinha ido embora, mas teve a decência de limpar a bagunça que fizemos. Abri a porta, e não a vi no quarto. Me estiquei para olhar na cozinha,mas também não tinha ninguém. Ela tinha saído. Entrei e abri o armário, puxei uma roupa do cabide e antes de sair do quarto olhei pra porta que ela ocupava e fiquei tentado a abrir. Deixei a roupa na cama,fechei a porta do meu lado, e abri a dela. Não tinha mais nada. Ela não estava mais naquela casa,porque tinha ido embora da minha vida. A primeira coisa que fui impulsionado a fazer, foi ligar pra ela. Mesmo sabendo que ela não iria atender, e foi o que aconteceu. Depois, notei que havia três ligações do Artur perdidas no meu aparelho. Retornei e ele logo atendeu.

— Nícolas, tá todo mundo te esperando. — Me disse,e eu só conseguia pensar que ela teve a ousadia de ir embora.
— Nícolas, você está me ouvindo?

— Eu não tô com cabeça pra discutir nada. Cuide de tudo pra mim. — Pedi.

— Eu não posso. — Murmurou. — Eles querem você nessa reunião. Ou...

— Ou o que? — Insisti.

— Eles vão te afastar do cargo. Seu Lúcio não vai gostar de saber disso,não acha?

— É, ele não vai.— Constatei. — Daqui uma hora,tô chegando aí.

— Nícolas, eles não vão esperar isso tudo. — Eu sabia disso.

— Não tenho um foguete pra chegar mais rápido, então faz o que sabe fazer de melhor. Enrola eles.

— Nícolas! — E eu desliguei na cara dele. Ele iria me perdoar por isso quando entendesse meus motivos. Segui pro banheiro, e fui tomar um banho. Quando a água bateu no meu corpo eu chorei. Não um choro de derramar de lágrimas apenas,mas de desespero na alma. Eu estava sozinho de novo. Até da gata dela eu estava começando a sentir saudades. Agora era apenas o bolinha e eu,novamente.



Gisele



Eu era feita de impulsos, e seria inútil tentar dormir e aguardar o dia raiar pra vê-lo novamente. Ele já me odiava pelas coisas nas quais eu disse. Um ódio a mais,não iria fazer diferença. Então, retirei a mala de cima do guarda roupas,e em seguida as roupas de dentro dele. As dobrei, e quando terminei chorei. Eu me lembrava do dia que vim parar aqui. Nem era pra eu estar aqui. É agora, chegava a hora deu partir. Se era pra sempre eu não sabia,mais era necessário pra revermos o que é realmente importante pra nós dois. Eu iria retormar a minha empresa de volta, buscar meu amigo das cinzas dele, e juntos erguer a bandeira do dane -se pra quem ousar nos ofender de novo. A minha família é aquela empresa. E o Davi, e as pessoas que ganhei da vida,como o Sidney,o Erick ,A Fernanda e agora a menina Pérola. A minha menina roqueira. Uma princesinha pop star. Sair de casa, sem ser vista era impossível. Afastei as malas, e tentei ao máximo sair sem fazer barulho. Nosso vizinho ainda dormia no sofá, mas seu sono era tão profundo que se o teto caísse, mesmo assim,ele ainda estaria dormindo. Abri a porta e coloquei as malas dentro do carro. Eu ainda estava suja e fedorenta,mas aliviada por está fazendo o que eu achava certo. Pelo menos pra mim é. Eu não podia ir pra casa do Sidney,não agora tarde da noite. Então fui pra um hotel barato de beira de estrada. Aluguei um quartinho, e coloquei as minhas coisas nele, depois de destravar a porta me joguei na cama e adormeci.

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