37-Tribo Incontrolável

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No dia seguinte...
 
Pov's Seeylfe
 
Assim que acordei, me arrumei, deixei um bilhete para Dag e fui direto pra casa. Queria ver como Flora estava.
 
Adentrei a casa vendo Soluço, Astrid e mamãe na mesa, tomando café.
 
- E aí? Como foi? - questionou minha cunhada sorrindo maliciosa.
 
Corei violentamente enquanto meu irmão rolava os olhos.
 
- Falamos disso depois, vim ver a Flora. - declarei me agachando ao lado da mesma. - Oi, garota. - sorri acariciando sua cabeça.
 
- Verificamos os filhotes ontem, são 5 machos e duas fêmeas. - explicou mamãe.
 
Sorri de lado.
 
- Vamos escolher os nomes? - perguntei animada.
 
Soluço e Astrid se levantaram e andaram até meu lado.
 
- Erick e Osman são bons nomes. - comentou minha cunhada sorridente.
 
- Brenda e Loki também. - afirmei num tom maroto.
 
- Adam e Ruan. - concluiu Soluço.
 
- E Ária! - ouvi mamãe dizer.
 
- Erick, Osman, Brenda, Loki, Adam, Ruan e Ária. - contei. - Perfeito!
 
Peguei um dos filhotes e ri quando ele lambeu minha bochecha.
 
- Muito bonito. - ironizou Dag entrando em casa. - Eu achando que ia acordar ao lado da minha linda esposa... quando eu acordo, ela já tinha sumido.
 
- Bom dia pra você também. - respondi irônica recebendo um selinho. - Precisamos que você e Astrid cuidem da academia hoje, eu e Soluço teremos reunião.
 
- Okay.
 
(...)
 
Mais tarde...
 
Eu e Soluço pousamos na arena.
 
Descemos de Banguela olhando ao redor. Tudo estava queimado e destruído.
 
- Pelo o amor de Thor! O que aconteceu? - perguntei incrédula retirando a máscara.
 
- Os gêmeos Thorston brigaram. - respondeu Astrid rolando os olhos.
 
- E agora Bafo e Arroto estão fora de controle. - completou Dag preocupado.
 
- Ah que ótimo... - gemi frustrada.
 
- Amanhã é o dia em que nós vamos assinar o contrato de firmamento com a aliança que temos com a Tribo Incontrolável. - alertou Soluço.
 
- E esse descontrole do Bafo e Arroto pode causar um verdadeiro caos. - completei. - Essa é a nossa primeira reunião com outra vila e já estamos bastante nervosos.
 
- O líder deles é Osvaldo, o Adorável. - declarou Perna de Peixe. - Eles não batalham há 50 anos.
 
- Tomara que ele não traga o lunático do filho dele. - resmungou meu irmão mal humorado.
 
Franzi a testa confusa.
 
- Quem? - questionei.
 
- Dagur. - respondeu. - Ele é louco, acredite. Ele sempre vinha quando papai tinha reuniões com Osvaldo.
 
Engoli o seco quando ele falou o nome de papai.
 
- Desculpa... - pediu ao perceber.
 
- Tá tudo bem. - declarei.
 
- Olha, eu vou vigiar o Dagur para ele não destruir nada, mas o importante é esconder os dragões. - explicou. - Eles não sabem que estamos em paz com os dragões e acho que eles não vão aceitar muito bem se souberem.
 
(...)
 
No dia seguinte...
 
Estávamos voando no alto, levando os dragões para a antiga ilha deles.
 
- Tomara que o Dagur venha! Ele é tão legal! - exclamou Melequento empolgado.
 
- Legal? Da última vez que ele veio, me usou para treinar pontaria com faca. - respondeu meu irmão incrédulo.
 
Arregalei os olhos chocada.
 
- Esse cara devia tá numa jaula. - comentei aborrecida.
 
- Cuidado! Arrepiante! - alertou Astrid.
 
Bafo e Arroto passaram voando e foram pra longe.
 
- Nós precisamos achar os gêmeos para controlar aquele dragão! Os incontroláveis podem chegar a qualquer momento! - esbravejei desesperada.
 
- Já chegaram. - alertou Dag preocupado apontando.
 
Segui sua indicação, arregalando os olhos ao ver uma enorme frota de navios.
 
(...)
 
Assim que escondemos Banguela, eu e Soluço fomos para o cais com Bocão, para receber o barco que ancorava.
 
- Apresentando o grande líder da Tribo Incontrolável, Dagur, o Temido!
 
Arregalei os olhos.
 
A pequena ponte abaixou e revelou um cara que tinha nossa idade, capacete com chifres enormes, tatuagens e cicatrizes.
 
- Ah não... - ouvi Soluço lamentar.
 
Dagur jogou uma faca, mas meu irmão se abaixou há tempo.
 
Ele se aproximou.
 
- Soluço! Quanto tempo! - sorriu. - Onde está seu pai?
 
Minhas mãos tremeram.
 
- Ele morreu em uma batalha, Dagur. - respondeu Soluço com dificuldade. - Eu e Seeylfe somos os líderes de Berk agora.
 
- Seeylfe?
 
Arqueei uma sobrancelha. Sou tão baixinha assim?
 
- Dagur, essa é minha irmã gêmea, Seeylfe. - apresentou.
 
Dagur sorriu largamente pra mim. Isso me deu medo.
 
Ele pegou minha mão.
 
- É um prazer conhecê-la, Seeylfe. - declarou beijando-a.
 
- O prazer é meu... - respondi retirando minha mão. - Agora eu é quem pergunto: Cadê o seu pai?
 
- O meu pai se aposentou, eu sou o líder agora. - explicou. - Então, onde esconderam o exército de dragões?
 
Levantei as sobrancelhas surpresa.
 
- Não há nenhum dragão em Berk. - menti.
 
- Sei... Se eu descobrir que estão mentindo, eu atacarei Berk. - alertou. - Seeylfe, é a primeira vez que lhe vejo. Quando seu pai descobriu de sua existência?
 
Me ofendi com essa pergunta.
 
- Eu sempre existi. - respondi num tom irônico, sendo repreendida com os olhares de Bocão e Soluço. - Mas eu descobri que ele era meu pai com 15 anos de idade, é uma longa história.
 
Ele levantou as sobrancelhas parecendo surpreso com a minha ousadia.
 
- Muito bem... de acordo com o Tratado, minha visita começa por um passeio por Berk, no arsenal, no banquete, o grande salão, a arena da morte... - comentou  - Se é que ainda matam dragões, pois soube que o pai de vocês virou um tremendo covarde.
 
Meu sangue ferveu de raiva e senti pela a conexão que Soluço também.
 
Colocamos as mãos sobre nossas armas, mas Bocão nos impediu.
 
- Não na frente do exército. - alertou num sussurro.
 
Nos acalmamos e retiramos as mãos.
 
Começamos a sair com Dagur e seus guardas, quando avistei Astrid acenando.
 
"Vai você. - pedi à Soluço."
 
Pov's Soluço
 
Fui para trás de uma casa com Astrid.
 
- Soluço, estamos com um problema. - declarou preocupada.
 
- Ah, não me diga? Dagur, é o novo líder! - esbravejei incrédulo.
 
- O que? - ela arregalou os olhos.
 
- O pai dele se aposentou e ele acha que escondemos os dragões. - respondi.
 
- É, a gente escondeu, o que nos leva ao nosso próximo problema. - comentou.
 
Ela indicou as patas no chão.
 
- Bafo? Arroto? - murmurei assustado.
 
Virei, avistando eles comendo de uma cesta, do arsenal, para onde minha irmã levava Dagur.
 
- Droga! - exclamei correndo para tirá-los de lá.
 
Pov's Seeylfe
 
- E aqui guardamos... - falou Bocão quando chegamos no arsenal de comida. 
 
- Deixa eu adivinhar? Sua comida? - ironizou Dagur.
 
Revirei os olhos.
 
Minutos depois, fomos para o armazém de armas e Dagur ficou brincando com um machado.
 
- Ele é bom. - comentou Bocão.
 
- Será? - questionei prendendo o riso.
 
A porta estava aberta e eu vi Bafo e Arroto passarem correndo.
 
- Zíper Arrepiante!?! - minha boca falou automaticamente. Droga!
 
- Eu sabia! - exclamou Dagur correndo pra fora.
 
O seguimos, vendo somente Soluço.
 
Ufa!
 
"Cadê Bafo e Arroto? - questionei."
 
"Estão soltos por Berk. - respondeu aflito.
 
"O QUE!?! - berrei assustada."
 
- Ei Soluço, e sua perna? - questionou Dagur ao meu irmão.
 
- Como assim? - perguntou confuso.
 
- Eu já tô sabendo... - comentou. - Você, sua irmã, Morte Rubra... derrotaram ele sozinho.
 
- Isso foi há cinco anos. - respondi.
 
- Então é verdade? - perguntou Dagur me encarando.
 
Engoli o seco.
 
Vi Soluço ficar pálido e acho que fiquei também, mais do que já sou.
 
- Estou querendo dizer que há cinco anos, esse boato foi criado. - expliquei rapidamente. - Eu e Soluço não conseguiríamos derrotar o Morte Rubra.
 
- Hum. Talvez esteja certa Srta. Strondus. - afirmou.
 
"Hofferson. - corrigi."
 
"Chega né, Seeylfe? - repreendeu meu irmão."
 
- Mas quando eu soube dos dragões treinados... - declarou Dagur. - Eu fiquei um pouco... equivocado.
 
- Dragão treinado? - riu Soluço. - Onde já se viu? Como é que treina um dragão?
 
Dagur riu.
 
- Eu não sei. - respondeu cessando as risadas. - Como é que treina? - questionou encarando meu irmão com firmeza, que retribuiu.
 
- Okay, chega. - pedi me metendo entre os dois.
 
- Srta. Strondus, acho que está na hora de irmos para o Grande Salão. - comentou Dagur me encarando. - Estou curioso sobre uma coisa, por isso lhe pergunto: Tem namorado?
 
Arregalei os olhos incrédula.
 
Abri a boca para responder, mas...
 
- Melhor, ela é casada.
 
Me virei vendo Dag se aproximar emburrado. Vish, ele estava com ciúmes.
 
- Marido? - questionou Dagur incomodado.
 
Me virei enquanto segurava a mão de Dag.
 
- Dagur, esse é meu marido, Dag Hofferson. - declarei.
 
Estranhei a palavra marido, mas ao mesmo tempo, era bom dizer aquilo.
 
Dag e Dagur trocaram olhares mortais, deixando o clima pesado.
 
- Vamos para o Grande Salão. - pediu meu irmão arrastando Dagur.
 
Me virei para Dag.
 
- Eu não gosto desse cara, faça questão de mostrar sua aliança. - pediu.
 
Eu ri.
 
- Você é tão fofo com ciúmes. - comentei apertando sua bochecha. - Mas estamos com problemas mais sérios, preciso que ache os gêmeos Thorston.
 
Ele assentiu antes de me dar um selinho e se afastar.
 
Pov's Soluço
 
Eu, Dag e Astrid entramos na casa dos gêmeos.
 
- O que vocês estão fazendo aqui? - questionou Cabeça-Dura, pendurado de cabeça para baixo.
 
- Oi, Cabeça-Dura! Dá pra descer? - perguntou Astrid.
 
Ele desceu.
 
- É sobre Bafo e Arroto. - declarei. - Nós precisamos que você e Cabeça-Quente controlem aquele dragão.
 
- Ah não, obrigado. - negou ele. - Eu estou oficialmente fora do ramo dos dragões e também do ramo da irmã... e do ramo do dragamã.
 
Franzi a testa não querendo entender o que ele disse, pois me daria dor de cabeça.
 
- O que aconteceu entre vocês dois? - questionei.
 
- Simples, o que é isso? - perguntou mostrando uma colher.
 
- Uma colher? - Dag arqueou uma sobrancelha.
 
- Não! É nossa colher! - respondeu. - Assim como nosso prato, nosso machado, nosso iaque! Eu cansei do nosso! Pela a primeira vez, eu queria algo só pra mim... bom, se me dão licença.
 
- Aonde você vai? - perguntou Astrid confusa.
 
- Não sei, pra qualquer lugar. - respondeu melancólico. - Essa casa, traz muitas lembranças.
 
(...)
 
No Grande Salão...
 
Pov's Seeylfe
 
Soluço se sentou do meu lado.
 
- E aí? - perguntei aflita.
 
Ele suspirou derrotado.
 
- Não. - respondeu.
 
Massageei as têmporas com as pontas dos dedos.
 
- Que ótimo. - murmurei erguendo a cabeça.
 
- Dagur, que tal assinar o contrato? - sorriu Bocão.
 
- Claro! - respondeu Dagur. - Tragam o sangue de dragão!
 
Paralisei. Aí... e agora?
 
Me levantei.
 
- Mas os nossos pais não assinam com sangue de dragão há anos. - alertei.
 
- E qual o problema nisso? - questionou me encarando. - Ah não ser... que não matem mais dragões...
 
Franzi a testa irritada.
 
- Nós ainda matamos dragões. - afirmei.
 
- O problema é que matamos tanto, que não tem mais nenhum. - explicou Bocão sorridente.
 
Bafo e Arroto entraram no salão com tudo.
 
Arregalei os olhos chocada.
 
PORQUE THOR ME ODEIA!?!
 
- Tirando esse aí. - completou.
 
- Eu sabia! - exclamou Dagur se levantando. - Seeylfe minha querida, uma cabeça pra mim e uma pra você! Vamos caçar o dragão!
 
Eu e Soluço nos entreolhamos antes de sair do salão.
 
(...)
 
- Eles devem estar na Caverna Perdida  - comentou Melequento enquanto voávamos. Eu ia com Dag no Chama.
 
- Como é que você sabe? - questionou Astrid curiosa.
 
- A Cabeça-Quente me disse que era o lugar preferido deles, estamos juntos. - declarou.
 
Perna de Peixe...
 
Encarei o mesmo que deu de ombros, ignorando.
 
Quando chegamos, eu, Dag, Soluço entramos pelo o norte da caverna e os outros foram pelo o sul.
 
- Cabeça-Dura? - chamei quando achei algo perto de nós.
 
Meu irmão acendeu a espada, iluminando o local.
 
- Querem parar de me seguir. - pediu Cabeça-Dura aborrecido.
 
- Cabeça-Quente? - ouvi a voz de Astrid.
 
- Quer parar de me seguir! - reconheci a voz da Cabeça-Quente.
 
Cabeça-Dura contornou a pedra, que era única coisa que separava ele da irmã. Fala sério.
 
- O que você tá fazendo no meu lugar molhado!?! - exclamaram ao mesmo tempo.
 
- Escutem! - pedi impaciente. - Precisamos que vocês controlem Bafo e Arroto, é muito importante!
 
- Eu não vou a lugar nenhum com ele/ela! - rebateram em sincronia.
 
Respirei profundamente.
 
- Escutem, querendo ou não, vocês estão ligados entre si, assim como eu e Soluço. - expliquei. - E estão ligados ao dragão, assim como eu com a Flora, Soluço com o Banguela...
 
- Eu com o Chama. - declarou Dag.
 
- E eu com a Tempestade. - completou Astrid.
 
Os gêmeos se entreolharam por uns instantes, antes de se abraçarem e em seguida, baterem as cabeças uma na outra.
 
Não pude evitar a risada.
 
- Então? O que é importante mesmo? - perguntou Cabeça-Dura.
 
- O Dagur tá caçando o dragão de vocês pra usar o sangue dele como tinta. - respondeu Melequento imediatamente.
 
O encaramos incrédulos.
 
- O que? - perguntou confuso.
 
(...)
 
Dagur havia capturado Bafo e Arroto e agora, na arena dos dragões, estávamos presentes para vê-lo matar o dragão.
 
- Agora. - murmurei para Soluço que assentiu antes de gritar:
 
- ATAQUE DE DRAGÃO!
 
Dente de Anzol entrou e disparou fogo. Batatão saiu derrubando os homens de Dagur e Tempestade disparou espinhos para tudo o que é lado.
 
Em seguida, Bafo e Arroto usaram o gás e a faísca para causar o caos.
 
Claro, tudo isso, com os sinais que fazíamos com as mãos, disfarçadamente.
 
Mas de repente, Banguela entrou na arena, com Flora do lado.
 
- Flora... - murmurei assustada.
 
- FÚRIAS DA NOITE! ELES EXISTEM! - berrou Dagur chocado.
 
Eu e Soluço fizemos sinal e nossos dragões dispararam.
 
Dagur começou a fugir com os homens.
 
- Espera! E o contrato? - perguntou Bocão.
 
Dagur parou na entrada e trocou olhares entre mim e Bocão.
 
- Considere assinado! - respondeu antes de fugir.
 
Todos comemoraram.
 
Encarei Flora aborrecida.
 
- A senhora não devia estar em casa? - questionei arqueando uma sobrancelha.
 
Ela me encarou do tipo: Eu tive filhos, não estou doente.
 
Revirei os olhos sorrindo, antes de abraçá-la.

A filha de StoicoOnde histórias criam vida. Descubra agora