Capítulo II

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Uma semana. Passou-se uma semana desde o sumiço da Amberlly e a polícia não soube desvendar o mistério. O máximo que conseguiram foi o depoimento de uma das amigas, a Emma. Ela contou que a Amber disse ter escutado alguém a chamar e foi caminhando para dentro da floresta. A Emma não foi atrás, pois ficou assustada e quando notou que a amiga não retornou, foi buscar ajuda. O clima nas ruas ficou pesado, as pessoas quase não saíam e aquele boato do Slender Man estar entre nós ficava cada vez mais forte.

— Spencer! — ouço minha mãe gritar.

Levantei-me da cadeira, guardei o livro que eu estava lendo, saí do quarto e desci para a sala.

— Oi, mãe! — respondi. 

— Você tem visitas. — disse minha mãe. — Eles estão lá no quintal.

Eu já sabia quem eram as visitas e fui correndo para vê-los.

— Vocês me ama tanto assim? — perguntei, rindo.

— Convencida. — resmungou Justin.

— É sábado, está um dia agradável. Vamos ficar um pouco na praça. — disse Clarice.

— Tudo bem, irei avisar a minha mãe. — digo. 

Voltei para dentro de casa e falei com a minha mãe, ela disse que tudo bem, mas que eu não deveria voltar tarde. E assim nós quatro seguimos para a praça, ficava bem próximo da minha casa. 

— E a menina que sumiu, tem notícias? — perguntei.

— Não, ela sumiu mesmo. — respondeu Clarice. — Estão dizendo que a polícia encerrou o caso.

— Isso é triste, sabe. Eu fico pensando que poderia ser qualquer um de nós. — disse Willian.

— É, eu sei, mas não podemos deixar isso nos abalar. Se tem algo acontecendo na cidade, temos que tomar cuidado. — disse Justin.

— Eu mantenho firme a minha opinião de que isso tudo é culpa do Slender Man. — disse Clarice.

— Eu sei que para vocês é normal essa coisa de sobrenatural, mas não faz sentido. — digo.

— Mas, Spencer, essa é a opção mais válida no momento. Moramos em Hallstatt, foi aqui que a lenda teve sua origem. — disse Justin.

— Eu não vou entrar nesse assunto com vocês. — digo.

Nós ficamos em silêncio por alguns minutos, até o Willian quebrar o gelo.

— Vocês já pensaram em entrar na floresta? —perguntei.

— Não. Não somos loucos. — disse Clarice.

— Está de dia, gente, poderíamos dar uma espiadinha. — digo.

— Spencer, depois do que aconteceu com a Amber, não deveríamos arriscar. — disse Clarice.

— Se bem que é uma ideia tentadora. Imagina irmos quando anoitecer? — disse Justin.

— Então vamos a noite. — digo.

— Eu já tenho medo de tudo claro, imagina no escuro. — disse Willian.

— É um medroso mesmo! — digo, rindo.

Nós finalmente chegamos a praça e a Clarice foi diretamente para o balanço, eu resolvi ficar sentada no gramado.

— Você acha que entrando na floresta nós teremos a chance de achar a Amberlly? — perguntou Justin.

— Não sei, mas é uma possibilidade. — digo.

— Não adianta, Spencer, Clarice e eu não iremos entrar lá. — disse Willian.

— Relaxem, se acontecer algo eu protejo vocês. — digo.

— E como vai fazer isso? — perguntou Willian. — Você não aguenta nem contigo.

— Sou uma pessoa formada em Supernatural! Posso lidar com coisas estranhas. — digo. — Eu assisto com a minha mãe essa série. É boa demais!

— Você deveria parar de assistir essas coisas, está ficando maluca. — disse Willian, rindo.

— Mas falando sério, eu estou determinada a ajudar encontrar pistas para desvendar essa lenda. — digo.

— Boa sorte! — disse Justin.

— Ei! Por que não foram brincar também? — perguntou Clarice, vindo em nossa direção.

— Desculpa, amiga! Nós ficamos conversando aqui e esquecemos da vida. — respondi. — Falávamos sobre a ideia de entrar na floresta.

— Não contem comigo, é perigoso. — disse Clarice.

— Bom, eu acho que vou sozinha. — digo, levantando-me do chão.

— Vá com Deus e morra sozinha. — disse Willian.

— Até mais! — digo saindo, mas sou puxada pelo Justin. — O que você pensa que está fazendo?

— Me solta! — gritei. 

— Nós iremos com você. — disse Justin. 

Soltei o meu braço das mãos do Justin e segui para a trilha do começo da floresta.

— Spencer, espera! — gritou Justin. — Vocês vão vir ou não?

— Está bem, eu vou. — disse Willian.

— Eu não irei. — disse Clarice.

— Vocês só atrapalham! — digo, parada com os braços cruzados.

— Qual é, Spencer! — disse Justin.

Eu não quis saber de mais nada, voltei a caminhar e logo percebi que os três estavam atrás de mim.

— Você precisa parar de ser tão impulsiva! — disse Justin.

— Não te perguntei nada, seu bocó! — digo.

Enquanto eu discutia com o Justin, o Willian alegou ter ouvido um barulho.

— O que é isso, meu Deus? — perguntou Willian, assustado.

— Não deve ter sido nada. — digo.

— Já está escurecendo, acho melhor voltarmos. — disse Justin.

— Escurecendo? Mano, o céu ainda está claro. Isso é só um pretexto para nós irmos embora. — digo.

— Parabéns, você acertou! Agora vamos sair daqui, pois o Willian daqui a pouco vai passar mal. Você sabe como ele fica com medo. — disse Justin.

— Isso não teria acontecido se tivesse me escutado antes. — digo, irritada.

— Pessoal, eu estou vendo algo estranho ali na árvore. — disse Willian.

— É também estou vendo, Vamos sair daqui já! — disse Justin.

Desta vez não pude contestar, então segui o caminho de volta.

Slender Man - O Conto [Livro 1]Where stories live. Discover now