marry

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Quatro anos haviam se passado.

Você estava vestindo aquelas batas enormes que todos os alunos que se formaram vestiam.  Você parecia um saco de batata com rosto. Mas é claro que eu não te disse isso, porque você provavelmente me bateria com suas mãozinhas e depois daria aquele sorriso infantil alegre, que me fazia desmoronar.

Eu estava começando a achar estranho os meus sentimentos por você. Como era possível que depois de tantos anos, eu ainda te amava como se fosse a primeira vez a se apaixonar?

Eu não sabia ao certo se estava voando pelas nuvens do céu azul que nos cerca ou se estava caindo no mais fundo e sombrio precipício.

Mas eu não me importava. Porque te ver sorrindo, com os olhos brilhantes e profundos, enquanto estava vestido de batata era a melhor definição de felicidade e orgulho que eu poderia sentir.

Seus pais fizeram uma festa para comemorar a sua formatura, e é claro que eu estava lá. Assim como os seus familiares e amigos que você fez em Harvard.

Durante a pequena festa você não parou de sorrir um segundo sequer, como se o mundo fosse apenas coisas agradáveis e doces; como você era para mim. Você sorria como se não existisse maldade no mundo. E naquele momento, talvez não existisse. Porque tudo o que eu via era o seu sorriso, e nele não havia um rastro sequer de maldade. Havia pureza, amor.

Quando todos os convidados foram embora, e seus pais já haviam adormercido a horas, você me chamou até a entrada da sua casa, e disse que queria me mostrar um lugar.

Você ainda estava tão feliz, agitado. Embora eu estivesse com o interior completamente adormecido, eu segurei sua mão e te deixei me guiar para o tal lugar.

Você caminhava com passos precisos e rápidos, quase correndo no meio da rua deserta, já que eram por volta de três horas da manhã.

O vento congelante colidia contra os nossos corpos, mas sinceramente, eu só conseguia sentir a temperatura quente da sua mão na minha. Eu só conseguia sentir a sua euforia interna em meu corpo; como se fôssemos interligados e todas as suas emoções, sensações, estivessem ligadas a mim.

Pisquei e suspirei fundo quando chegamos em uma praça; onde o chão era inteiramente beijado por uma relva verde clara, e por entre elas haviam alguns tipos de flores de todas as cores.

O céu estava preenchido por inúmeras estrelas bonitas, e você às olhava com tanta atenção e admiração que me faziam se perguntar se você se identificava com elas, porque você certamente era uma.

Eu não sabia se a paz interior que eu estava sentindo era pelo fato de o lugar ser completamente tranquilo, ou se era por simplesmente está ao seu lado novamente; com meus dedos longos e grossos entrelaçados no seus dedinhos finos e indiretamente curtinhos. Seus olhos estavam semicerrados devido ao vento forte e frio que soprava ao nosso redor. Seu lábio estava com uma coloração roxa em resposta ao frio que fazia aquela noite.

Por que você apenas se tornava cada vez mais bonito aos meus olhos? Por que eu não me cansava de reparar nos seus detalhes e suas manias? Por que eu não cansava de te amar tão intensamente?

Eu não tinha respostas. E mais uma vez; eu não ligava.

Porque quando estávamos sentados na grama, olhando para as estrelas, você se pôs comportadamente em minha frente, tocando meus joelhos com as suas pernas. Seus olhos ainda sorriam para mim, igualmente ao primeiro dia em que nos vimos naquele parquinho. Seus lábios ainda roxos estavam curvados em um sorriso visivelmente tímido, enquanto você se aproximava vagarosamente de mim.

Eu sorri instantaneamente ao sentir sua respiração quente em minha pele. Ela se semelhava à um ácido naquele momento, e eu não me importava de se machucar.

O vento frio ainda nos rondava, diferente do imenso calor que eu estava sentindo por te ter tão próximo à mim, a centímetros do meu rosto, enquanto ocilava o olhar entre meus lábios e meus olhos.

Meu coração naquela altura havia disparado. Todos os meus pensamentos haviam se dissipado de meu cérebro, e tudo o que restou foi a sua imagem a minha frente.

Minha audição só ouvia sua respiração pesada, e seu coração acelerado. Minha visão só enxergava seus olhos inexplicavelmente bonitos em minha frente. Meu tato só conseguia distinguir o toque suave da suas mãos em ambos lado do meu rosto.

Seus lábios estavam entreabertos, vindo lentamente em direção a mim.

Eu sentia melhor do que nunca o aroma suave e delicioso de seu perfume entrar pelas minhas narinas.

- Jungkook-saeng... - você falou baixinho, sussurrando, enquanto se encaixava perfeitamente em meu colo. Segurei em sua cintura fina, sentindo suas curvas bem estruturadas em minhas mãos. Meus lábios ansiosos pelo seus passeavam pelo seu pescoço, sentindo a textura macia da sua pele.

Então você me fez olhar para você novamente. Você continuava sentado em meu colo, com suas mãos tocando firmemente meu rosto, enquanto me olhava de uma forma prazerosa, como se eu te transmitisse paz da mesma forma como você faz comigo.

Minhas veias nãos transportavam mais sangue, eu não as sentia. Também não sentia as batidas do meu coração. Eu só sentia o seu toque delicado em minha pele, me fazendo perder completamente a razão.

- Eu posso te beijar? - você me perguntou baixinho, sorrindo levemente e movimentando lentamente seus dedos pela minha pele.

- Você sempre pôde, Jimin-hyung... - falei, no mesmo tom que você, apertando minimamente meus dedos em suas curvas.

O céu em que outrora observavamos, haviam caído sobre nossas cabeças, e eu me sentia em meio à todas aquelas estrelas quando você tocara carinhosamente meus lábios com os seus.

Felicidade fluía em minhas veias e artérias. Eu podia sentir meu coração bater felizlimente por você naquele momento.

Seus lábios macios se movimentavam delicadamente contra os meus, enquanto suas mãos paiaravam pelo meu cabelo moreno.

Seu beijo, seus toques, eram como o vôo de uma borboleta; sutil, leve e delicado.

Naquele momento, eu me sentia completo. Me sentia realizado e profundente feliz. Eu te tinha em meus braços, em meus lábios. Eu te tinha de volta, como você me teve a vida inteira.

Senti um vazio temporário quando você separara nossos lábios, abrindo os olhinhos lentamente em seguida. O sorriso que você me dera enquanto me olhava me fez sentir que eu poderia morrer por você. Eu não sabia explicar o sentimento de amor que eu sentia por você. Eram tantas sensações, emoções, que não era possível descreve-las.

Sua boca, seu olhar, seu cheiro, seus carinhos era tudo intenso, verdadeiro. E não havia explicação.

- Eu deveria ter feito isso antes. - você admitiu, colando nossas testas e aumentando o seu sorriso. - Não é errado te amar, é? - perguntou quase que de uma forma inocente, fixando seu olhar no meu.

- Se for um erro eu não me importo. Eu só me importo de te amar o tanto que eu puder enquanto estiver vivo. - digo, juntando nossos lábios novamente e sentindo nossos corações vibrarem juntos.

Eu tinha vinte e cinco anos, e ainda não entendia por que julgavam errado amar-te.

smilax; jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora