I - Animais - Amor além da vida

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Desde o ano 2000, a minha vida se transformou no momento em que eu resgatei aquele filhote de gato, ainda com o cordão umbilical e todo molhado, eu entendia que ele tinha acabado de nascer. Sabia que se não o aquecesse e alimenta-se, sua preciosa vida iria embora muito rápido. Mantê-los aquecidos é essencial para a sobrevivência deles.O primeiro passo foi deixá-lo aquecido. Os recém-nascidos não conseguem manter a temperatura corporal sozinhos.

Coloquei uma bolsa de água quente, enrolei em um pano para que a temperatura não queimasse para evitar que o contato fosse direto na pele do bebê. Pensei em usar uma garrafa pet pequena, mas naquele momento foi mais rápido pegar a bolsa, aqueci a água e verifiquei se a bolsa quente agredia minha própria pele e então só depois o coloquei numa caixinha de sapato aquela criaturinha filho de Deus. Peguei uma luva de procedimento cirúrgicos. Pedi ao meu marido que fosse comprar uma mamadeira apropriada para filhotes no pet shop, com bico fino de borracha. Tudo que eu fiz às pressas foi pensando em substituir a mãezinha por hora para aquela pequenina vida.

Para a mamadeira, eu comprei leite em pó para gatinhos. E assim eu e meu marido se reveza oferecendo a mamadeira a cada 2 horas e sempre com o gatinho de pé ou de barriga para baixo. Eu sabia que não podia ser de costas, senão ele poderia aspirar o leite que iria para o pulmão e ele morreria afogado. (Nunca dê mamadeira se o bebê estiver com o corpinho frio, primeiro o aqueça e então o amamente. Recém-nascidos quando estão com frio, rejeitam a mamadeira, por isso a importância de mantê-los quentinhos.

Sempre que íamos dar mamadeira, pegávamos um algodão ou a gaze úmida e fazíamos movimentos circulares no pipi, no ânus e na barriguinha. (Os gatinhos não sabem fazer as necessidades sozinhos (a mãe-gato os lambe e precisam da sua ajuda).

De noite os cuidados eram iguais, revezamos. Recém-nascidos miam (choram) por 3 motivos básicos: frio, fome ou porque estão molhados pelo xixi. (Se resolvendo esses motivos e ele não parar de miar, leve-o ao veterinário).Eu cuidava dos olhinhos, pois sabia que se os olhinhos tivessem alguma remela, tinha que limpar com um algodão embebido em soro fisiológico. (Se a remela for exagerada, procure a ajuda de um veterinário).

Pensei em procurar por uma mamãe de leite, ou seja, uma gatinha que estivesse amamentando filhotes da mesma idade. (Muitas acabam adotando, mas é preciso ter cuidado para que os gatinhos não passem e nem pegue nenhuma doença da mãe de leite).Mas desisti, pois não achei nenhuma onde eu morava. Com 30 dias o gatinho já estava procurando um lugar para fazer suas necessidades na caixa de areia. Então já comia pastinhas e tomava água sozinho.

Foi aí que eu vi que tinha habilidades devido ao curso de auxiliar de veterinário que havia feito,e um amor enorme por esses animais abandonados, e então surgiu a vontade de cuidar deles. Não trabalhava com isso, quando fiz, foi para ajudar meus próprios animais e agora eu via o quanto era valioso. E quando decidi dedicar a minha vida em favor daqueles que não falam e que passam fome, frio e maus tratos nas ruas, e por milhares de vezes dentro de casa. Fui impulsionado pela compaixão, não aguentava ver o sofrimento deles.

E assim, mesmo agora depois de anos, ainda cuido, me dedico a uma causa que é como enxugar gelo, trabalho de formiguinha. É como um grão de areia no mar, e para Deus, com certeza faz muita diferença. Pois cuidamos daqueles que ele criou para viver entre nós, e aprender muito com eles...Aprendi a ser mais amável, ser mais resiliente.

Reino Animal, um Amor  IncondicionalOnde histórias criam vida. Descubra agora