Olhos azuis

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Acordo com o barulho insuportável do, despertador, aproximo meus olhos dele vendo o indicador marcar 7:00 AM. Coloco a primeira troca de roupa que vejo em minha frente e desço, sem encontrar ninguém acordado. Maravilha, hoje é fim de semana.

Decepcionado por perder meu sono saio de casa, caminhando a passos curtos e lentos em direção á cafeteria.Algo barra a minha passagem, ergo a minha cabeça saindo do meu devaneio para encara-lo, um homem com um sorriso maligno no rosto, me olhava como se eu fosse um prato de carne fresca, afasto um pouco assustado com a expressão que seu rosto marcava.

-Não tenha medo pequeno McCall, sou um aliado. - Ele muda totalmente seu semblante, sorrindo amistosamente.

Seus olhos brilham em uma tonalidade de azul, como se todo o oceano estivesse sendo contido em seus olhos. Ninguém da alcatéia tem essa cor de olho, mas......lembro da noite do ataque, o lobo que se aproximava do meu rosto sentindo o cheiro do meu medo, e tendo prazer com aquilo, seus olhos brilhavam da mesma cor que os desse homem.

-Prazer, Peter Hale. - Ele estende a mão ainda mantendo o mesmo sorriso aberto, como se fôssemos nada mais que bons vizinhos.

Não ouso me aproximar muito deixando o  cumprimento de lado. Ele recua sua mão parecendo surpreso com minha audácia. Eu consigo sentir, esse cara está longe de ser um dos amigos do Scott.

-Muito prazer senhor Hale, eu.....eu preciso ir, tenho que se encontrar com meus amigos. - Começo andar me esforçando para parecer que não quero correr para uma colina ou algo assim.

Sigo andando, desviando de sua frente, com um largo passo ele barra minha passagem segurando meus braços.

-Mente muito mal. - O sorriso sádico volta a marcar seu rosto, que agora estava bem próximo ao meu, como o lobo da noite em São Francisco.

O lobisomem se afasta um pouco, ainda me encarando surpreso com toda a minha reação. Ele estava se divertindo com todo meu medo. Sinto aquela sensação estranha tomando conta novamente, balanço a cabeça respirando fundo, tentando afasta-la de qualquer jeito. Me recomponho o encarando olho no olho.

-Ou você vai embora ou eu ligo pra polícia. - Pego o celular em mãos pronto para digitar o número.

-Calma, calma, não vamos nos exceder, apesar de que vamos ser grandes amigos. - Suas garras saltam e tilintam no poste enquanto ele vai embora.

Balanço a cabeça ignorando tudo o que ele diz e sigo andando. Entro na cafeteria, sentando em uma mesa ao fundo do local, a garçonete vem até mim esperando impacientemente o meu pedido.

-Um suco de laranja e batata frita. - Sorrio abertamente enquanto ela anota.

A mulher arqueia uma sobrancelha, deve estar pensando o que uma pessoa iria querer com batata frita as oito da manhã, mas acho que ela preferiu ignorar o assunto e não falar nada. Ultimamente eu estou andando muito pelas ruas, ser independente é algo novo pra mim. Lembro que sempre que queria ir ao banheiro ou dormir eu tinha que pedir ajuda a alguém. Agora que posso fazer qualquer coisa sozinho estou aproveitando ao máximo.

A garçonete traz o meu pedido e vai embora a passos firmes deixando o jornal na mesa como "Cortesia", começo a ler distraído a notícia dos assassinatos referente a noite que acordei na floresta. Sinto a mesa se mexer quando alguém senta á minha frente fazendo o maior barulho possível que alguém conseguiria.

-Batata frita no café da manhã cara? Vai ter uma dor de barriga daquelas.

Levanto a cabeça e sorrio ao ver Isaac enchendo a boca com a minha batata frita. Espero que ele tenha essa dor de barriga pelo resto do dia ja que gosta tanto de roubar comida.

Emissário do caos - Teen WolfOnde histórias criam vida. Descubra agora