Na enorme Sala da Autópsia, a Dra. Perez se encontrava sozinha, coletando amostras para análise. O ar gélido da sala, mesmo deixando-a com frio, não a impedia de se concentrar. Como pude esquecer meu sobretudo na sala do Josh? Ele lhe dissera que não havia tempo para esperar. O trabalho lhe chamava.
Após alguns segundos, conseguiu retirar um ferrão do corpo. Levou-o até um microscópio para ser melhor analisado. Era evidente que a arma do crime dessa vez eram ferrões de abelhas. Centenas de ferrões, o suficiente para envenenar uma pessoa a ponto de matá-la.
Esse homem teve uma morte dolorosa. Pensou cerrando os olhos ao imaginar a cena.
Se recompondo de seus devaneios, ela caminhou novamente até o corpo deitado sobre a mesa da autópsia. Um tecido branco cobria o corpo da vítima, deixando à mostra apenas sua cabeça e seus pés. Olga se aproxima e põe sua mão sobre o tecido, retirando-o aos poucos e analisando o corpo do homem inteiramente inchado e repleto pelos ferrões.
Enfim, ela retira o pano deixando o abdômen do morto à vista. Seus olhos analisam bem cada detalhe. Os inchaços causados pelas ferroadas. A tonalidade da pele azul-arroxeada certamente causada pelo veneno acumulado dos ferrões. Tudo aquilo, parecia comprovar a morte do rapaz. Porém, não era naquilo que a Dra. Perez estava interessada.
No abdômen do rapaz, um pouco acima de seu umbigo, haviam pequenas letras marcadas formando uma frase. Uma mensagem do assassino gravada diretamente em sua vítima. Será que descobrirão o verdadeiro significado disso? A frase parecia uma espécie de enigma um tanto peculiar:
"NA CONTAGEM DO UM AO TRÊS, OS PERITOS RETROCEDERÃO. TUDO PARECERÁ RESOLVIDO, MAS À DERROTA SE ENCAMINHARÃO.
--Blood."
Uma rima... E tem até assinatura... Faz um certo tempo que não pego um caso desse tipo. Não gosto nem de lembrar. Sua expressão se mantinha calma e seus olhos negros, ainda fixados na mensagem, tentavam decifrar o enigma por trás disso tudo.
Porquê sinto que isso não significa algo bom? Pensou tampando a frase novamente com tecido. Voltou seu olhar para o rosto da vítima. Isso não importa, logo as coisas se resolverão.
*****
Owen Campbell estava em seu escritório. Ao seu lado estava o Oficial Louis Roberts com a foto do corpo da vítima em mãos.
-- O que acha que isso significa? -- O homem mais velho questiona sem tirar seu olhar da foto.
-- Não sabemos, mas já enviamos os nossos detetives pro local do crime.
-- De qualquer maneira... -- O Chefe caminha em direção ao seu gabinete e se senta sobre sua poltrona. -- Preciso do meu hacker de volta na equipe, seria de grande ajuda nesse momento.
-- Logo o senhor encontrará alguém que o substitua. Não será difícil assim...
O homem mais velho inspira profundamente e solta o ar de uma só vez.
-- Só espero encontrar antes que as coisas saiam do controle.
*****
Alguns minutos depois, próximo à prefeitura da cidade, o Parque Clinton era o centro das atenções. Um grupo de curiosos se formou ao redor da área de contenção para observar o que se passava lá.
O local - que era um dos mais frequentados da cidade - havia sido interditado pelos policiais poucos minutos antes. A multidão ao redor ia se formando e os detetives ali presentes tentavam não se incomodar.
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Tem sangue ali
Mystery / ThrillerO decorrer da história se passa em Millestone, uma cidade fictícia dos Estados Unidos. A história começa a se desenvolver quando o Departamento de Policia Investigativa (DPI) da cidade se depara com casos de assassinatos minuciosamente suspeitos q...