Capítulo Final

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Música sugerida para leitura: Jack Johnson - Constellations

O sol ainda está tímido e o céu azul anuncia um belo dia de sol e calor. Sentada na minha pedra favorita eu vejo a Cachoeira da Pedra de uma perspectiva completamente nova. Lembro do meu primeiro encontro com meu marido nesse lugar mágico. Lembro das lágrimas que derrubei sentada no mesmo lugar. Lembro de cada reencontro e despedida nesse mesmo cenário. Lembro da adolescente insegura que eu fui e de como cada passo que eu dei me transformou na mulher que me tornei. A gente é meio borboleta né? Precisa passar por umas fases meio esquisitas e desconfortáveis para, no fim, evoluir para algo mais bonito, maduro e independente. E que sorte contar com a gama de pessoas que eu encontrei ao longo do meu caminho. Um caminho atípico, tortuoso e cheio de surpresas mas, no fim, me ajudou a construir minha família e me tornar uma pessoa melhor.

Ainda sentada olho para o lado e vejo minha filha dormindo na cadeirinha dela. O aniversário de um ano dos dois se aproxima e eu ainda me sinto insegura com a responsabilidade de criar, educar e amar os seres mais lindos do mundo. Acho que toda mãe tem um pouco disso. Um medo secreto de estar fazendo algo errado mesmo quando nos dedicamos além da conta no difícil dever que é criar um filho. Olho para a água e vejo os homens da minha vida. Sebastian brinca com Enzo na água, as gargalhadas gostosas e o sorriso bobo no rosto do meu marido fazem meu coração crescer ainda mais dentro do peito. Meus meninos e minha menina. Agnes e Enzo se mostram cada dia mais diferentes e eu acho isso ótimo. Enquanto Enzo esbanja sorriso, charme e beijinhos por onde passa Agnes é séria, doce e extremamente carinhosa.

– Não vai na água, amor? – Sebastian me chama enquanto Enzo faz festa jogando água pra tudo quanto é lado.

– Vou esperar a Agnes acordar, ela vai querer ficar na água mesmo.

Sebastian dá um dos seus sorrisos radiantes e volta a brincar com nosso filho. Meu marido. O cara que surgiu na cidade e transformou a minha vida. Olhando pra trás eu acho graça de como o destino nos prega umas peças muito doidas. A teoria do Efeito Borboleta diz que o bater de asas de uma borboleta pode causar um furacão no outro lado do mundo. Cada uma das nossas ações estão conectadas e desencadeiam reações imprevisíveis. Sebastian e eu nos esbarramos e mudamos a vida um do outro.

– Oi bela adormecida.

Pego Agnes no colo e recebo em troca um sorriso gostoso e praticamente sem dentes. Minha filha coloca as mãozinhas gordinhas no meu rosto e olha para a água com uma expressão determinada. Sigo para a água e entro com ela e seus gritinhos pela temperatura gelada.

– Chegou a peixinha! – brinca Sebastian me entregando Enzo e pegando Agnes para fazer algumas piruetas na água.

Meu filho pesa tanto eu estranho segura-po embaixo da água e não sentir esse peso. Assim que vê o pai brincando com irmã vira pra mim e exige com o olhar alguma brincadeira interessante.

– Esses dois amam esse lugar. Vai ser uma choradeira na hora de ir embora – Sebastian diz rindo.

– Nessa idade isso é tranquilo, quero ver quando os dois começarem a andar.

Sebastian concorda comigo e pega Enzo pra brincar com os dois.

Volto para a minha pedra e fico ali admirando como meu coração conseguiu sair do peito e se alojar naqueles três. Cada tropeço do meu caminho me levou na direção desse momento e eu faria tudo outra vez para ter esse tipo de felicidade. Amor, felicidade e uma alegria incalculável. Todo mundo merece um final feliz, fico feliz e me sinto sortuda por ter encontrado o meu.

EnviadosOnde histórias criam vida. Descubra agora