Capítulo 1. ❤

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Luna Victória.

Acordo com meu despertador soando tão alto que tenho quase certeza que acordou a vizinhança inteira. Desligo o agourento objeto e me ponho de pé.
Pego minha toalha rosa e sigo para o banheiro. Tomo um banho quente e demorado, afinal eu estava no horário. Faço minha higiene pessoal e saio do banheiro. Sigo até meu guarda roupa e escolho uma saia rodada preta, nem um pouco curta, batia mais ou menos no meu joelho, uma camisa azul de tecido moletom, de mangas compridas e com botões na frente que fica até um pouco mais grudada em mim. Calço minhas meias longas e meu AllStar preto. Penteio meu cabelo molhado o deixando solto, com a minha tão leal franja no rosto. Coloco meu óculos, preto, grande e tradicional. Olho no relógio da parede do meu quarto e batia exatamente 6:30 da manhã de uma segunda feira, 15 de Fevereiro. Confesso, estava um tanto ansiosa. Esse era meu último ano na escola e eu me perguntava se teria algo inovador por isso.

Pego minha mochila, e verifico se está tudo dentro dos conformes, e estava. Me olho no espelho de relance e continuo com a mesma imagem da garota nerd e sozinha dos anos passados. Afasto meus pensamentos e saio do meu quarto. Desço as escadas de dois em dois degraus ( adoro fazer isso ). Sigo até a cozinha e vejo minha mãe lendo jornal, já vestida com sua farda da empresa que a mesma trabalha. Ela estava distraída mais logo percebe minha presença e me lança um sorriso, retribuo.

- Sempre tão pontual. - ela acrescenta enquanto me sento à mesa junto com ela.

- Você sabe que sempre fui assim. - eu respondo sorrindo de lado e começando a me servir.

- É a cara do seu pai... - ela diz aérea.
Sei que ela ainda sofre com a partida do meu pai, e eu sinceramente também sinto falta da parte paterna dele na minha vida. Alcanço sua mão e aperto a mesma, lhe dou um sorriso fraco dando a certeza que ela precisa pra que tudo fique bem.

Começamos a comer em silêncio, com nossos próprios pensamentos... Quando estava no ensino. fundamental, cheguei até a ter uma amiga para falar tudo que eu sinto e penso, mais ela se foi. Viajou para bem longe daqui me fazendo ficar outra vez sozinha e isolada. Ela fazia falta, muita falta. Ana foi uma das poucas pessoas que souberam que meu pai me deixou... E até então eu nunca mais tive nenhuma amiga.
Termino de comer e me levanto atraindo a atenção da minha mãe.

- Eu já vou mãe, quase perdi o horário. - comento dando uma olhada no relógio grande da parede a minha frente. Eram 6:45, precisava correr!
Sigo até minha mãe e lhe dou um beijo na bochecha. - Vai fazer hora extra hoje?... - pergunto.

- Vou sim, filha. Assim que chegar da escola vá no mercado e compre o que precisa para o jantar, e o dinheiro vai estar em cima da geladeira. Qualquer coisa é só me ligar... Chego às nove.
- ela dá as instruções.

- Okay, tchau mãe! - me despeço correndo até minha mochila que estava no balcão.

- Tchau, querida. Tenha um bom dia!
- ela diz.

- Você também! - falo e corro até a porta. Abro a mesma vendo o lindo dia ensolarado que estava fazendo hoje. Fecho a porta atrás de mim e desço os pequenos degraus da escadinha seguindo até a bike florada encostada na cerca branca da minha casa. Subo na mesma e começo a pedalar rumo a escola. Como a minha saia era longa e soltinha tomei cuidado com o vento e pedalei devagar.

Adentro a escola depois de 10 minutos mais ou menos e paro com minha bike num canto onde estavam algumas bikes. Desço da mesma e prendo com o cadeado pequeno em um de seus ferros e a barra a minha frente. Começo a me dirigir para dentro da escola e tudo estava como no ano passado. Patricinhas mimadas já com seus grupinhos formados. Jogadores fortes e bonitos conversando com as garotas assanhadas do time de torcida. E algumas pessoas comuns espalhadas, conversando com seus amigos e colegas. Passo por todos eles de cabeça baixa, até que tombo com alguém e acabo caindo de bunda no chão. Olho para cima já com raiva e pronta para explodir.
Me levanto ficando frente à frente com o garoto mané, com cara de filhinho de papai, convencido do caramba.

- Qual é garoto, você não olha por onde anda não?! É cego por acaso?!... - grito o olhando com brava.

- Fica na sua nerdzinha esquisita! Se ponha no seu lugar e vê se não me irrita! - ele respondeu me olhando com indiferença.

- Mais antes uma nerdzinha esquisita que um idiota convencido filhinho de papai que não sabe nem quanto é 2 mais 2. - respondo olhando nos seus profundos olhos azuis. - Dá licença, não vou perder meu tempo com pessoas insignificantes como você!
- falo e saio pisando firme. Adentro os corredores movimentados e barulhentos a procura da minha nova sala.

Depois de muita luta consigo acha-la no andar de cima da escola. O professor ainda não tinha entrado na sala o que eu agradeci aos céus. Odeio atrasos. Me sento na primeira cadeira da fileira do meio da sala. Com o passar do tempo o local começa a encher e logo o primeiro professor entra também.

- Bom dia alunos! Meu nome é Théo, mais me chamem somente de professor. Ministro a aula da matéria de Geografia e nesse ano ficaremos juntos para aprendermos uns com os outros. - ele se apresenta colocando seus materiais em cima da mesa branca e se pondo no centro da sala atraindo a atenção de todos. Ele tinha um aspecto jovem de no máximo 30 anos. Olhos pretos e cabelos da mesma cor, estilo bem formal, e postura divertida. Ele seria um bom professor tenho certeza. A porta é aberta atraindo a atenção de todos inclusive a minha. E lá estava ele! O idiota que me derrubou.

A nerd mais complicadaOnde histórias criam vida. Descubra agora