Capítulo 12

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Voltei , mas antes de começarem a ler, quero dizer que o capítulo tem algumas partes pesadas. 


Natalie (Antes)

O que você está lendo? — Damien se senta ao meu lado. Mostro a capa do livro para ele — Um livro de banca, sério Nat?

Rindo marco a página e fecho o livro.

— É sério garoto bonito, esses livros são muito bons.

— Vai me emprestar, também para ler? — Damien me provoca

— Vai me beijar? — Provoco ele de volta

Rindo Damien me beija rapidamente e meu coração acelera.

— Assim está bom?

Reviro os olhos, rindo

— Isso é fraude! Como eu posso... — Faço o sinal de aspas — Ser a sua namorada e você com essa bobeira, de não querer me beijar? Você não é o senhor Darcy dos livros e nós não vivemos no passado.

Ele arranha a garganta e me puxa pela cintura, me sentando sobre as suas pernas. Seu braço rodeia a minha cintura com firmeza.

— Fecha os olhos — Ele me pede, com a voz um pouco rouca

— Sério, Damien?

— É sério Nat. Fecha os olhos — Um nervoso me envolve, com ele acariciando a minha cintura.

Fecho os olhos e quase posso acreditar que ele está sorrindo.

— Pronto, fechei e agora?

— Agora sente — Sua voz sai como um sussurro

Sua outra mão afasta o meu cabelo, jogando por cima do ombro. Suspiro fundo de antecipação, ao sentir a sua respiração perto do meu pescoço e minhas pernas falham um pouquinho quando sinto a sua boca perto meu pescoço.

— Você sente isso? — Ele me pergunta e eu afirmo. Nossa como eu sinto. Com sorriso baixo ele morde levemente a ponta da minha orelha. — Quando eu te beijar como eu quero fazer, vai ser assim, melhor que isso. Porque quando eu te beijar, eu vou te fazer minha. E quero ter a certeza que você me ama como eu te amo. Não um amor que vai ser esquecido, mas um amor que vai durar. Esses épicos que você lê nos livros.

Seguro a sua mão e levo sobre o meu peito, para ele sentir.

— Essas batidas por minutos e que estão aceleradas agora é por você garoto bonito. Eu te amo e mesmo que um dia esquecermos isso, eu vou fazer meu coração se lembrar sempre.


Natalie

Me sinto como se estivesse viva e morta. Estou tentando lutar contra uma crise que está por vim. Minha vontade é sair correndo a espera de uma amnésia que não vai mais me atormentar, mas Damien não me largou desde o aeroporto. Durante muitos anos eu me segurei em qualquer coisa que não me deixasse cair e hoje eu não sei mais o que fazer para lutar contra isso. Talvez eu não devesse mais lutar, apenas por hoje eu só precisasse deixar ir. Damien me senta na cama de um quarto estranho, se sentando na minha frente sinto sua mão quente segurar a minha, que está gelada.

— Nat... Nat... Eu estou aqui — Olho para ele, seu rosto desfocado me faz oscilar entre o passado e o presente.

Sinto uma manta ser jogada em torno dos meus ombros, sinto seus braços me puxando e me encostando nele. Sinto o calor do seu corpo, que quase me aquece, mas é tudo tão vazio, tão quebrado e distorcido. Deixo a minha cabeça me levar.

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— Depois que tinha terminado de me arrumar, para ir ao seu encontro...

— Shiii!! Você não precisa me contar agora — A voz de Damien, vem de longe

Balanço a minha cabeça negando, ele fica quieto

— Preciso, por que eu já estou lá, Damien... George veio correndo, dizendo que você precisava da minha ajuda. Ele disse que você estava em uma festa, arrumando briga. Eu não pensei duas vezes, acreditando nele. Eu sabia que você não estava bem, por causa da morte da sua mãe. Cheguei lá na casa e assim que entrei na cozinha, senti uma picada no meu braço. Antes que eu me desse conta do estava acontecendo Michele se aproximou de mim, dizendo que iria me levar até você.

Vazia, revivo todo aquele momento. Me foco em uma parede, como se eu pudesse me transpassar.

— Passando pelas pessoas, com a música alta martelando nos meu ouvidos, eu senti uma tontura. Michele, parou nos degraus da escada...

Minha visão começa a ficar embaçada. Tento de tudo para controlar, mas não consigo. Mesmo contando a Damien toda aquela noite, sinto a escuridão me envolver. Eu me transpasso, volto.

— Qual é a sua garota? Eu não tenho a tarde toda.

Segurando o corrimão passo a mão pela barriga, enjoada e tonta.

— "Algo não está certo, aqui Nat — A voz de Belle salpica na minha cabeça, como um aviso. Eu sei que não é ela, minha irmã está com os anjos — Corre! Você é inteligente Nat, corre"

Dou um passo para trás e bato de costas em alguém, que gargalha.

— Você acha que vai para onde? — Me viro e dou de cara com George. Ele segura o meu braço e antes de conseguir puxar, sinto outra picada. — Não tem para onde correr, nem sair daqui.

— Trás logo ela — Michelle fala do alto da escada — Max te pagou uma grana boa e ele não gosta de esperar.

Dou dois passos para trás, ainda mais tonta. Quero pedir ajuda, mas a minha voz não sai. Michelle gargalha, eu olho ao redor vendo as pessoas dançarem, outras beberem e se drogarem. Sem forças, George me arrasta pela escada. Já em um corredor, com várias portas, recebo um tapa. Tonta quase caio e sou segurada pelos cabelos. Quem me arrasta agora é Michelle, até um quarto. Sou jogada sobre uma cama. Uma mão alisa o meu cabelo, eu tento lutar.

— Olha, mas ela é forte — A voz de Max é irônica — Ben, trás mais da pura ai, hoje ela vai ficar mansinha nas mãos do Max aqui. — Sou puxada novamente pelos cabelos — Calma, amor. Relaxa nas mãos de Max. Haaa não se preocupe, seu namorado logo vai chegar para participar da nossa brincadeira. Michele vai trazer ele.

Meu braço é novamente estendido, sinto outra picada e olho para a seringa. Erick me olha e eu o encaro, ele desvia o olhar. Já tonta, Max me puxa me jogando contra a parede, meu corpo quase cai e mãos me seguram, enquanto ele abre a calça. Tento me debater, gritar, mas não consigo fazer nada disso. Minhas lágrimas caem, quando ele me violenta sem pena.

— Caras ela é gostosinha, é por isso que aquele pé rapado cuida tanto dela. Quando eu terminar aqui, vocês podem pegar e volto para a segunda rodada.

Chorando, sendo ainda mais drogada, Max sai de dentro de mim. Dylan sorrindo, vem na minha direção e me arrebenta. Sinto o sangue escorrer pela minha perna e uma dor que lacera todo o meu corpo. Faço um juramento. Todos eles iriam me pagar, se eu saísse com vida eles, iriam me pagar. Dylan termina. Denis se aproxima friamente e antes de começar a minha tortura ele gargalha me queimando com cigarro e me bate. Eu só fico ali parada recebendo aquela violência, que nunca terminava. Meu corpo e minha vida pareciam um troféu para eles usarem, abusarem e ferir. Mesmo com meu corpo ferido, minha cabeça ainda drogada funciona de algum jeito e eu só que queria que ela parasse, só assim eu iria parar de sentir dor. Max gargalha e junto outras risadas altas o acompanham.

Atraída a Você - Série Destinos traçados - Livro 4Onde histórias criam vida. Descubra agora