Uma breve história de amor

Capítulo 4

Sentamos todos em uma única mesa, Paulo veio com uma amiga, Susana ela é uma moça de morena, cor de chocolate, os cabelos cacheados e olhos tão castanho que chegam a ser pretos, uma mulher extremamente bonita, é técnica de enfermagem no hospital onde eu trabalho, ele já disse várias vezes que queria chamar ela para sair, mas tinha receio de ter uma resposta negativa, de todos, ele é o mais tímido do grupo, entrou na equipe por último é alto e um pouco desengonçado, é um pouco moreno, cabelos pretos e olhos verdes, ele e Daniel são os únicos com um par, Catarina conversa animada com Susana, Catarina é loira, baixinha, de olhos castanho, tem a pele queimada de sol, morava na praia, ela é tem o bronzeado tão perfeito, que da inveja em todos que a conhecem. João que estava sentado em silêncio, fica sério e começa a falar interrompendo todo mundo.

- Ainda bem que o dono do hospital deu essa semana livre, aquele cara pode ser chato, mas fez uma coisa de útil uma vez na vida.

Todos damos risadas, Pedro sorri um pouco, mas fica sério antes de começar a falar.

- Não seja por isso, arrumem suas coisas, férias canceladas, até a sua Susana.

- Mas são minhas férias acumuladas.

- Então você não vai me obedecer, está demitida por insubordinação.

Ela faz uma cara de assustada e todos damos risadas, menos Pedro que faz um esforço para ficar sério, faço sinal para Susana indicando que é brincando.

- Calma Susana ele te contrata em outro - Ele me olha sorrindo.

- Obrigado secretaria - Dou um soquinho no seu ombro

- Espera, quantos hospitais você tem? - Catarina pergunta curiosa, Pedro fica sem graça, ele não gosta de tocar no assunto, depois que seus pais morreram, ele teve que assumir todas as responsabilidades, era filho único e todos os patrimônios passaram para ele, seus pais eram médicos, assim como todos em sua família, com isso eles abriram clinicas e hospitais, Pedro contratou a todos nós para trabalhar com ele, sendo assim quando precisavam de médicos voluntários para trabalhar na ONG, ele nos liberaria e não correríamos o risco de ficar sem emprego. Ele me olha pedindo ajuda, é uma história complicada e de contar, falar sobre seus pais é uma das coisas que mais mexem com ele.

- Ele tem três clinicas e dois hospitais - Ela me olha e depois para Pedro, esperando uma confirmação, ele só sorri meio tímido.

- Uma pergunta que não quer calar, por que você mora com a Liz? - Artur pergunta me olhando, olho para ele de volta e ninguém responde, até João começar a rir e falar antes que eu consiga pensar em alguma coisa.

- Ele precisa de alguém que cuide dele, esqueceu de quando ele ficou pendurado naquela sacada só de toalha?

- Quando foi isso? - Artur pergunta curioso, Pedro já se jogou na cadeira e olha para o céu, ele adora essa história.

- Vocês não ficaram sabendo? Liz conta para eles - Todos me olham, João está com os braços cruzados e uma cara de sínico.

- Conta para eles Liz - Pedro me encara e então sorri.

- Tudo bem, a uns quatro anos nós três, João, Pedro e eu, estávamos em uma festa e o Pedro saiu com uma mulher, ela era bonitinha.

- Era gostosa - Ele me interrompe, reviro os olhos, me sinto incomodada pelo comentário, talvez eu tenha sentido uma pontinha de ciúmes, mas ignoro "Alto controle Liz, para de bobagem".

- Continuando, eu fui pra casa e no outro dia as seis hora da manhã, ele ligou desesperado e pediu para eu buscar ele, me passou o endereço e quando eu cheguei no lugar, era uma casa com sobrado e tinha uma varanda na parte de cima e ele estava pendurado, do lado de fora da varanda, tentando se esconder atrás de uma pilastra, o pior de tudo é que ele estava só de toalha e segurando o celular para não cair e tudo isso porque a mulher era casada e o marido que estava viajando chegou mais cedo para fazer uma surpresa - Todos começa a rir, Pedro fica vermelho mas também ri, ouve uma época, antes do acidente, que ele saia com todas as mulheres que via pela frente, mas após seus pais morrerem ele ficou diferente, mais sério - A pior parte foi quando ele estava correndo para entrar no meu carro e a toalha caiu, ele teve que correr totalmente pelado para o meu carro.