Cheguei em casa, entreguei meu Cavalo a Jhonny, um empregado da casa, muito cuidadoso principalmente com Oliver meu "alazão".
Entrei na casa abrindo as portas e gritando animada, nunca tive essa liberdade, mas agora eu sou praticamente comprometida com Raphael.
- RAPHAEL, RAPHAEL...!
Uma voz veio atrás de mim.
- Eu?!
- Ahhhh Raphael, tenho uma novidade. Claire vai se casar!
- Claire?! De novo?!
- Mas desse vez acho que vai dar certo! Não é de mais?! E fomos convidados para o jantar de noivado!.
- Uau.
- Raphael, o que você tem hj? Anda tão sem graça!
- Nada, estou ótimo... Só... Só resolvendo um caso importante... Eu acho melhor sair, não vou ser uma boa companhia está noite.
- Espera! - eu gritei- O que está acontecendo? Raphael eu consigo entender, me conte. Isso parece está te matando.
Ele respirou fundo e senti que ele queria chorar, mas simplesmente disse:
- Tenha uma boa noite meu anjo. E como já disse, não serei uma boa companhia está noite.
- O que você vai fazer? Por que anda tão estranho? Raphael!
Ele já estava de costas andando e parou por um pouco tempo, então voltou a andar até desaparecer na escuridão do escritório.
Estou muito preocupada com Raphael, ele não sai desse maldito cômodo, não temos mais noites como aquela. Ele fica apenas sentado lendo o dia todo, eu não sei o que está preocupando ele, mas parece ser terrível e ele não quer me contar, já insisti, mas mesmo assim ele não fala. A morte dos pais o machucou bastante, mas já faz 1 ano e tenho certeza que não é isso. Quando fui pedir a Janis para colocar a mesa, alguém bate na porta, assim que a abri era o porco do John.
- Olá mera meretriz
- Seu porco imundo
- Desacato a autoridade?! Que coisa feia
- Nossa! Que autoridade eu desacatei?!
- Sua vaca!
- Aprendi com sua mãe.
- O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI?!- disse Raphael descendo as escadas
- Foi ela que começou!
- Eu?! Ma...ma...mas...
- Linda, mande Janis colocar o Jantar por favor.
Apenas obedeci, não queria irrita-lo.
- John, o que vc está fazendo aqui? Não é dia de trabalho - disse Raphael- Aconteceu algo sobre aquele assunto?
- Infelizmente... Sim- disse John com armagura em sua voz
E por fim, saí. Mas que tipo de assunto seria esse?.
Antes de entrar na cozinha ouvi uns gemidos atrás da porta.
- Ahhh... Va... Vai... Vai mais!
Era a voz de Janis e mais de algum homem que não consegui reconhecer no momento. Abri a porta bem devagar e que só dava pra botar o meu olho e vi Janis com o cocheiro em cima dela na mesa da cozinha, foi a cena mais nojenta que já vi em toda minha vida. Naquela hora eu senti uma vontade desesperada de correr e vomitar, então fechei a porta devagar e fui correndo falar a Raphael, ele sabia o que fazer.
Abri a porta de seu escritório com força, entrei e parei quando ele terminou a última frase
- MAS ELA NÃO PODE... NÃO PODE SER ENFORCADA POR ISSO!- disse Raphael a John. E olhou pra mim com lágrimas nos olhos e perplexo- Linda, o que você está fazendo aqui?
- Qu... Quem... Quem vai ser enforcada?- eu disse tão baixo, que nem ouvi meu tom de voz
- Quem vai ser morta?
- Ninguém pelo o qual tenha que se preocupar - disse John - É apenas uma camponesa do Norte
- Tá, mas por que você está chorando?
- Por nada meu amor, apenas... Apenas me emocionei com a história dessa mulher e creio que ela não seja realmente uma bruxa
"Não! Não você, infelizmente não você Raphael"
- E o que você veio fazer aqui?
Eu não sabia como explicar a situação de Janis, e também não queria que ele pegasse os dois naquela situação horrenda, mas eu tinha que falar, eles estavam se amando em nossas comidas, imagina se eles haviam feito isso mais vezes, e nós havíamos comi... NÃO! Não quero nem pensar isso.
- Humm, como vou te explicar essa situação?!... John, poderia nos dar licença um minuto?
- Tudo bem?! - ele falou em tom de dúvida - espero vocês lá fora.
E devagar a porta foi se fechando atrás dele.
- Bom, o que você veio me falar? Está tudo bem?
- Sim! Bom... Não, talvez. A Janis e o Johnny... Sabe o que eu e você não fazemos a muito tempo?! Pois é! Eles estão fazendo por nós
- O que? Eu não estou entendendo nada do que você está falando
- A Janis... Está na cozinha... Fazendo coisas... Impróprias
- Que tipo de "coisas impróprias"?
- Aquilo que um homem e uma mulher fazem quando se amam muito, só que é na nossa comida.
- O que?!- Raphael soltou um grito tão alto que eu quase tive a certeza que as paredes tremeram- Ela... Ela tá fazendo isso agora? Como? Eu vou lá
- Não! Raphael, calma eu sei que é nojento e estranho, mas o que você vai dizer quando vir os dois daquele jeito?
- Que se foda, essa... Ela vai morrer
- Raphael calma! Respira homem, tá tudo bem!
- Tudo bem? Tudo bem? Ahhh que bom que está tudo bem!- ele falou sarcasticamente- Só me faltava essa.
- Você não vai fazer nada, eu falo com ela depois!
- Nada disso! Agora Linda, sai da minha frete.
- Não!
- Não?!
E com um empurrão ele me tirou do caminho da porta, e foi correndo atrás do casal e eu o segui.
Janis era a secretaria da casa, ela era filha da antiga governanta e foi criada com Raphael, ele a considerava como uma irmã mais nova, ela é a única coisa que ainda fazia ele lembrar de sua infância.
- Janis! Janis! Janis!- seus gritos era tão altos que eu acho davam pra ouvir do povoado vizinho - Janis! Janis! Ja...
E lá da cozinha vinha a mulher arrumando seu cabelo e ajeitando seu vestido todo amassado
- Oi Senhor, estou aqui!
- Cadê o homem?
- Que homem senhor?
- "Que homem?" Não sei faça de burra! Aquele com que você estava!
Naquele momento Janis corou, olhou para o chão e vi umas lágrimas tímidas saindo de seu rosto.
- Olhe para mim quando eu falar com você! - Raphael disse em tom áspero - O que você estava fazendo na cozinha?
Um silêncio constrangedor tomou conta da sala.
- Responda! - gritou Raphael- Janis, eu vou perguntar uma última vez. O que. Você. Estava. Fazendo. Na. Cozinha?
Eu não aguentei, tive que me intrometer. Era impossível continuar assim:
- Matando baratas
- O que?! - ele virou o rosto pra mim como um assassino - Você me disse que eles estavam fazendo "coisas impróprias".
- Me enganei, agora que eu vim me tocar... Hehehe desculpa Janis
- Não! Precisa de ajuda pra matar baratas?
- Pre... Preciso sim, senhor! - disse Janis - tenho medo delas
- Ahhhh... Entendi então vcs ficam sem roupas e gemendo quando matam baratas, estranho, né?! Linda quando você quiser matar baratas me chama viu?!
- Não senhor! Nós não estávamos... sem... Sem... Sem roupas
- É! Foi impressão minha, bobagem! - eu disse.
- Então por que me disse que "eles estão fazendo aquilo que não fazemos há um tempo"?
- Matando baratas, qual foi a última vez que matamos baratas juntos?
- Pelo o amor de Deus, Linda... Eu não...
- É... Não é querendo me intrometer no assunto, que é bem engraçado por sinal - disse John. Eu pensei que nunca ia dizer isso mas eu dei graças a Deus por ele se intrometer - eu estou com fome.
- Ponha o jantar agora Janis e depois teremos uma conversa. - Raphael falou com um controle tão grande, que nem o reconheci - e isso serve para você também Linda.
Jantamos naquela noite em um silêncio terrível, quando acabaram John e Raphael voltaram a discutir o terrível e assombroso assunto. Me proibiram até de ficar na frente da porta do escritório, canalhas! Mas eu vou descobrir, nem que pra isso eu peça aos seres outro lado.
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O Grito da Escuridão
RomanceTrancada; ai que patético para começo de um livro. Bem continuando, estou trancada, não como você pensa mas sim em minha mente, perdi minha alma muito cedo, minha vida, história, pessoas. E tudo isso com uma praga que jogaram em mim por amar. Eu ame...