capitulo 2

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        Hoje está um dia chuvoso, e como de costume estou em casa, na minha sala, olhando a chuva cair pela janela. Minha família está em algum cômodo conversando, mas eu prefiro ficar aqui quietinha no meu canto. A chuva de uma hora pra outra engrossa, e agora está chovendo muito, acho que nunca tinha visto uma chuva assim. Os raios e trovoes caem com uma fúria que a cada trovão a casa parece balançar. Nesse exato momento um raio e um trovão caem ao mesmo tempo de uma maneira tão estrondosa que faz com que a casa trema, nesse segundo a energia também vai embora e eu estou aqui no escuro. Minha mãe me chama e eu respondo dizendo que estou bem. A energia volta e tudo está claro novamente, a chuva também cessou e como em um passe de mágica o céu está limpo novamente.

        Abro a porta e vou para fora de casa para olhar o céu mais claramente, as crianças da minha rua já estão brincando fora de suas casas e todo aquele temporal de chuva passou, assim dando espaço para um lindo arco-íris. Sento-me no balanço que fica em frente a minha casa e fico por alguns instantes aqui pensativa e balançando, sou forçada a voltar do meu devaneio, pois sinto agora um forte cheiro de algo queimado, o cheiro vez de trás da minha casa, mas o curioso é que ninguém se propôs a ver de onde esse odor está emanando, talvez só eu esteja sentido, algo que acho difícil já que o odor está bem forte.

        Chego até o suposto lugar de onde vem o cheiro e aparentemente acho que um raio atingiu uma arvore, suponho isso devido ter se formada um buraco no tronco dela, a árvore está toda queimada, não sobrou nada nela há não ser seus galhos secos e agora queimados. Aproximo-me mais e noto que há algo brilhante dentro da árvore, não sei explicar o que seja, mais ele brilha muito, chega a ser hipnotizante. Tento pegar, mas a mesma esta quente, acho que devido a descarga elétrica, tento então pegar somente na parte brilhante que vem de dentro do buraco no tronco da arvore, quando estico minha mão para alcança-lo sinto-me sugada pela tal força brilhante, algo está me puxando para lá com tanta força que as minhas tentativas de fugir estão sendo fracassadas, parece que dentro da arvore se abriu um portal mágico ou qualquer coisa parecida, o qual está me puxando cada vez mais forte. Já não consigo mais tentar me soltar, meus braços estão mortos de tanto esforço em vão que estou fazendo, então neste momento sou sugada completamente para dentro do buraco brilhante na árvore, fecho os meus olhos com medo do que vai acontecer, sinto-me como se estivesse flutuando no espaço, parece que estou em um grande vácuo, ate que essa sensação acaba e quando abro novamente os olhos aonde vim parar me assusta.  

        De repente eu me deparo nesse lugar estranho, o qual eu nunca o tinha visto antes, um lugar onde a rua parece ser infinita de tão extensa que é. Dos dois lados só possuem gigantes árvores, tão altas que parecem tocar o céu. Olho para minha frente e só o que vejo são pessoas andando como sem rumo, só andam, parecem que não têm um destino para chegar aparentemente só estão ali para caminhar e caminhar.

        Uma nuvem de fumaça branca toma o céu, nunca tinha visto uma nuvem tão grande de fumaça na minha vida, parece que as pessoas que estão andando também se assustam, elas começam a correr vindo em minha direção como se essa fumaça as assustasse ou intimidassem elas. Quando vejo todas aquelas pessoas assustadas correndo em minha direção me desespero e o meu medo fala mais alto, começo a correr mais parece que minhas pernas não estão funcionando o suficiente para que eu possa escapar deles, pois quanto mais eu corro mais eles se aproximam de mim, estão quase me alcançando, minha única reação é parar de correr e fechar os olhos, parece uma atitude boba, mais foi a única que tive no momento.

         Quando abro os olhos a cena já é outra, estou agora em outro lugar, as pessoas aparentemente sumirão e no momento só há eu aqui. Não estou mais em uma rua deserta, agora tem pequenos casebres feitos de madeira, casas com cercados de pau feitos na frente dando um ar de casinhas do interior, só que essas casas não possuem a graça e a beleza de uma casinha arrumada do interior, essas são simples sem pintura e sem nada, simplesmente madeiras amarronzadas. As casas ficam uma de frente para outra e uma ruazinha de terra passa pelo meio delas, agora possui crianças brincando nessa ruazinha e o estranho e que essas crianças pulam de uma casa a outra é como se não se importassem com a altura ou a distancia de uma casa para outra. Essa situação está me deixando apreensiva e com medo, tanto que eu tiro o foco do lugar onde eu me encontro  e das crianças brincando e percebo que eu estou sentada em frente a uma das casas, o lugar onde eu estou sentada parece um pequeno jardim onde se planta flores mas dar ares de que o proprietário da casa não se preocupara muito com ele, pois a terra estava tão compacta no solo que eu sentei  e nem se moveu do local e só há umas três flores plantadas aqui e as mesmas estão secas parecem que nuca viram água na vida.

        Levanto-me para ir embora desse local desconhecido e assim que dou o primeiro passo uma cerca de madeira se forma instantaneamente em minha frente é como se fosse mágica, numa hora não tinha nada aqui e na outra uma linda cerca de madeira decorada com flores coloridas está aqui impedindo que eu passe. Na tentativa de ir embora daqui pulo a cerca toda florida e vou a busca do caminho de casa. A casa onde eu estava fica em uma esquina, então dobro a rua para achar o caminho de volta, essa se assemelhava muito com a de antes, a diferença é que esse caminho só possue casas de um lado e por um momento acho estranho tantas casas e nenhum morador aparente, até que vejo uma mulher aparecer na porta de uma casa encostado-se na entrada, não consigo identificar perfeitamente o rosto dessa mulher até porque ela faz questão de esconder através de seus braços encostados em sua face, ela aparenta ser uma mulher mulata com seus cabelos encaracolados mas estavam secos devido o sol, sua expressão corporal aparentava ser de uma pessoa que está cansada, é como se ela não suportasse essa vida.  Tento falar com aquela mulher mais parece que ela não esta me escutando a única coisa que ela faz e suspirar a cada pergunta que faço parece que não tem pretensão nenhuma para me responder.

        Desisto de pedir informação a ela e sigo em frente meu caminho até que sou surpreendida com três grandes cachorros bravos latindo para mim. Aquilo me deixa assustada e tento pedir ajuda mais parece que ninguém me houve. Aquela mulher continua lá na porta sem fazer o mínimo esforço de me olhar ou me ajudar a única coisa que ela faz e suspirar. Tento passar para me livrar dos cachorros mais eles ficam cada vez mais bravos e isso só me amedronta mais, minha sorte é que eles estão presos com grandes cordas na cor azul-céu, mais isso não impede que eles não permitam minha passagem. Mais uma vez fecho meus olhos esperando que aquela situação acabe.

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