Capítulo VII - Respiração

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O arrepiar com o frio, a respiração acalmada, até o calor de algo em uma de minhas mãos, a primeira vez em que me senti sereno. Minhas pálpebras relutantes e pesadas dificultavam minha visão, eu apenas conseguia enxergar por uma pequena fresta de minha visão estreita. O ventilador branco fazendo contraste com o teto da mesma cor, a janela pouco aberta de onde vinha o vento gélido que balançavam as cortinas em ceda claro, e uma mão que segurava a minha.

A cabeleira loira deitada na beirada da cama do que parecia ser um hospital. Tentei me levantar e uma fisgada em minha cabeça me fez soltar um leve grunhido, o que fez o menor se remexer um pouco. Meu braço com a seringa não me fez desistir de tentar acariciar seus fios. Relutante, meus dedos passaram pelos fios amarelos da pessoa escorada na beirada da cama.

— Castiel?! — Ouvi uma voz conhecida gritar meu nome da porta, no impulso eu afastei minha mão da cabeça do loiro rapidamente.

— Shh! — Fiz um sinal à frente de minha boca com o dedo indicador, minha expressão também não estava muito boa — Aqui é um hospital! — Quando me virei para ver quem estava na porta, era ninguém menos que Rosalya, com um buque de jasmins.

— Nossa, depois de três dias e você acorda com esse mau humor todo, misericórdia — Vi ela se aproximar trocando as flores secas de um vaso de vidro ao lado de um pequeno criado mudo.

— Desculpe, obrigado por trazê-las e... — Foi um choque de realidade repentino — Espera ai, três dias?! — A olhei espantado e ouvi o som do monitor cardíaco indicarem que estava aumentando.

— Seguinte, bela adormecida — Ela acabou de arrumar as flores e deu um sorriso de canto enquanto colocava a mão na cintura, o que me deixou um pouco puto — Dês de quando você pede desculpas? Realmente, aquilo que aconteceu deixou sequelas severas.

— Então, todo mundo sabe?

— Difícil é achar quem não saiba se isso saiu até nos jornais — Cruzou os braços.

— Mas que car--- — Ela havia cortado a frase antes do fim da mesma.

— Olha a boca, querido — Ela fez uma cara emburrada que mais parecia uma careta, eu ri um pouco disso o que fez a grisalha ceder e rir também — Enfim, agradeça a Lolla e Alexy, se não fosse por eles...

— O que têm eles? — Perguntei apreensivo.

— É uma loooonga historia, pode acreditar nisso — Ela ajeitou sua bolsa preta no ombro — Seu namorado tem um sono bem pesado, depois dessa gritaria toda aqui ele nem sequer se mexeu.

— Tsc, não começa, Rosa — A olhei aborrecido mas queria esboçar um sorriso apesar de tudo.

— Mas ele merece, ele quase não saia daqui, tivemos que implorar para ele comer alguma coisa, bem, acho que ele se sente culpado pelo que aconteceu — Meu olhar repousou sobre o garoto em seu sono mais profundo, ele parecia sonhar, e balbuciou algo.

— Castiel... — Ele havia falado meu nome, a palavra que deixou a mim e a garota barulhenta do meu lado perplexa. Não olhei para o rosto dela, mas juro com todas as minhas forças que senti seu sorriso malicioso ao meu lado.

— Então... — Ela pigarreou de forma um tanto duvidosa — Acho que vou indo — Deu um beijo na minha bochecha e saiu pela porta, não antes de gritar.

— Não se esqueçam de usar camisinha! — E foi embora, essa garota faz a gente passar cada vergonha. Uma das enfermeiras passou pela porta olhando de um modo estranho para mim que dei um sorriso amarelo.

— Então... — Ela olhou sorrindo, mas parecia que queria dizer outra coisa — Acho que já acordou, e pelo visto cheio de energia, vou chamar a medica — Nesse momento, o constrangimento me fez pensar em várias formas de assassinar uma certa pessoa de cabelos brancos.

Dias de Verão em Tempos de Inverno (Amor Doce) REDIGITAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora