Jorge e Aline

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(Aline)
Segui para casa me sentindo desolada, e por mais que eu tentasse ignorar o que tinha ouvido de Alex. Aquela história do Jorge e a Patrícia serem "amigos íntimos" ficou martelando na minha cabeça. Eu me perguntava se aquilo era realmente verdade? E se fosse até que ponto ia aquela amizade.

Cheguei em casa e Maria, a faxineira, uma senhorinha robusta e simpática fazia a limpeza da casa e eu subi para o quarto, pra não atrapalhá-la, me deitei na cama e me deitei observando a aliança em meu dedo.

(Jorge)
A manhã foi bem corrida, as 14hs estava livre, comendo uma barra de cereal e peguei a estrada de volta para casa, louco para chegar e poder me agarrar a Aline e comer da sua comida.

Junior ia ao meu lado, língua de fora e parecia sorrir satisfeito pelo passeio e por voltar a sua rotina do seu trabalho a meu lado.

- Quer um pedacinho? - Tirei um biscoito do bolso, fingi que tirei uma lasca do cereal e lhe dei, assim não ficava aguado.

(Aline)
Acabei pegando no sono e desci para a cozinha após algumas horas. Maria já tinha ido embora e eu fui preparar algo pra comer. Em algum tempo, Jorge chegou e eu não sabia como lidar com ele.

(Jorge)
Chegando em casa, percebi que Aline tirou o UNO do lugar, ele estava estacionado de modo diferente, sorri, esperava que tivesse gostado do desenvolvimento do carro na rua, abri a porta traseira e ajudei Junior a descer depois de colocar a escadinha para ele descer, que disparou para dentro de casa, fui ao portão fechei e entrei em casa, achei Aline na cozinha acariciando Junior.

- Cheguei! - Disse entrando na cozinha sorrindo e feliz por estar perto dela.

(Aline)
- Oi Jorge! - cumprimentei-o sem graça.

(Jorge)
- O que foi?... Está doente? - A puxei para mim e a observei. - Qual o problema?... Sem rodeios...

(Aline)
Ele se manteve abraçado a mim e fiquei ali sorvendo seu perfume e temendo soltá-lo e não poder abraçá-lo nunca mais. Me afastei devagar e o olhei diretamente nos olhos.

- Que tipo de relação você tinha com a Patrícia? Transou com ela?

(Jorge)
Minha espinha foi tomado por um gelo, minha respiração ficou entrecortada, soltei forte logo depois, puxei a cadeira e me sentei.

- Na verdade... Nenhuma... - Dei de ombros. - Transei com ela quando éramos adolescentes... Ela era a melhor amiga da Rebecca e foi ela quem fez a cabeça da garota para armar tudo aquilo e foi ela quem delatou o local da clinica clandestina... E ela é amante do pai da Rebecca... Eu e Rebecca praticamente crescemos juntos... Rebecca estudou comigo na mesma escola e morava três casa pra cima da minha no Morumbi... - Olhei para Aline. - E no dia do aniversário da sua amiga, ela ameaçou fazer a cabeça do Alex contra mim se eu insistisse em ficar com você.

(Aline)
- Alex acha que você pode ser o pai da Eduarda!- ainda estava digerindo todas as informações que ele tinha jogado no meu colo- Existe alguma chance disse ser verdade?

(Jorge)
Arregalei os olhos chegando a franzir a testa, chacoalhei a cabeça em negativa bem lentamente, estava chocado com aquela informação.

- Eu nem tenho como ser o pai da sua sobrinha, por que acho que nem no Brasil eu estava... E a ultima vez que vi essa puta foi... - Tentei lembrar, fiz um bico. - Cara!... Tem anos...  Foi dois meses depois que saí da cadeia... Ela riu da minha cara quando cruzou comigo no portão de casa.

(Aline)
O abracei forte, sentido a maciez e conforto dos seus braços e sentindo que tirei um fardo das minhas costas.

-Eu procurei o Alex!- eu disse soluçando entre lágrimas- Nós rompemos!

(Jorge)
- Ahhhhhhhhhhhh... Não diz isso Aline... - A abracei apertado. - Não pense assim e não deixe que essa merda toda afastem vocês! - Beijei seu rosto deixando que chorasse. - Ele só ficou sego, foi enganado por tanto tempo... Que para ele ninguém é confiável!

(Aline) 
Ele insiste na ideia de que você é perigoso pra mim e ele quer que eu o deixe! Não quero que se prejudique por minha causa... O Alex quer ditar regras pra minha vida... E isso eu não posso aceitar.

(Jorge)
- Não tem como levar isso a diante... E para mim ele só está blefando. - Segurei seu rosto. - Eu não vou dizer que morro de amores por ele ou que acho natural a atitude que ele teve... Mas não posso te dar apoio em se afastar... Seu irmão vai cair em si e vai entender, vai por mim... Ele vai te procurar e não tenha raiva dele, que deixe que descubra por si, quem é amigo e quem não é!

(Aline)
- Eu não sei, Jorge! Estou farta dessa mania de controle do Alex e quero trilhar meu próprios caminhos.

(Jorge)
- E vai... Se você deixou claro o que quer, como quer e quem quer... Ele vai ter que respeitar e aceitar. - Engoli em seco. - Não vou dizer que isso pode acontecer de um dia para a noite, mas vai acontecer e seremos uma grande família e teremos seu irmão em nossa casa... - Sorri e a beijei. - Eu estou aqui Aline... Somos um casal agora... Mesmo que eu não entenda nada disso... Mas você me ensina a cada dia a saber o que é ser um casal... E vou te apoiar no que for preciso e nas suas decisões.

(Aline)
Desabei em seus braços, deixando as lágrimas correrem soltas. Ele me apertou contra o corpo e beijou o alto da minha cabeça.

- Eu te amo muito! Não me deixa

(Jorge)
- Também amo você... - Gemi grudando-a mais em mim. - Fora de cogitação em te deixar! - Sorri achando aquilo muito bom.

- Então!... Maria veio fazer a faxina? - Disse para mudarmos de assunto e melhorar o nosso humor.

(Aline)
-Sim! -era tão bom tê-lo ao meu lado,que a ideia de perdê-lo doia- Ela manda bem com a bagunça!

(Jorge)
- Pare de chorar... Isso tudo vai passar. - Beijei  sua boca.

Fiz com que subisse e lavasse o rosto, arrumei a mesa enquanto ela lavava o rosto, coloquei a comida na mesa e esperei por ela se juntar a mim, Almoçamos com tranquilidade evitando de falar na sua briga com o irmão, eu não constei que também estava estremecido com meu pai justamente para não deixa-la mais triste, sabia que tudo isso seria temporário.

O InquilinoOnde histórias criam vida. Descubra agora