CAPÍTULO 11

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CLÉO

Era de tarde quando o João veio me encontrar na sala, de banho tomado e uma cesta na mão.

Eu apenas arquei uma sobrancelha e ela me respondeu pedindo que eu fosse colocar uma roupa mais fresca.

Subi e tomei uma ducha rápida e coloquei uma calça legging e um blusão por cima. Não era uma má escolha de roupa, era simples e dizia bem claro que eu não pensava que aquilo seria um encontro.

Não era um encontro.

Não pode ser um encontro.

Refaço o coque frouxe no meu cabelo e desço as escadas vendo João Augusto parado de banho tomado, roupas limpas e um cesto gigante na mão.

Ai caramba, é um encontro.

Mas vou fazer a desentendida e seguir com o plano.

Só desfaço o coque frouxo e ajeito o cabelo rapidamente.

- Pronta. – Sussurro baixinho, enquanto ele se vira para mim e sorri.

O que estava acontecendo?

Por que o meu maldito corpo se aqueceu todo com o sorriso desse safado?

João Augusto apenas caminhou até mim e ofereceu o braço para irmos.

Ele ainda estava sendo cavalheiro?

Eu estou perdida.

*

Andamos por entre a fazenda, com João de mãos dadas comigo – o que super me pegou desprevenida no começo -, me mostrando o curral, o galinheiro e um enorme espaço onde ficavam os cavalos mais lindos que eu já vi.

Ele até disse que me ensinaria a montar se eu quisesse.

Eu fiquei vermelha igual a uma beterraba pelo jeito que ele disse aquilo.

Quando encontramos o local que ele julgava ser perfeito, ele tirou da cesta uma toalha imensa e uma colcha que ele deixou de lado. Tentei não pensar no pra que daquela colcha também.

Estávamos debaixo de uma árvore gigante com uma sombra perfeita e que ainda nos dava uma visão perfeita do sol se pondo a distância.

Isso estava saindo pior do que a encomenda. Era uma espécie de bomba. O sorriso doce, o sol se pondo ao fundo, uma cesta cheia de coisas deliciosas e pelo amor de Deus todo poderoso, aquilo era uma cesta de morangos com chocolate?

Eu ia matar a dona Lúcia. Eu tenho certeza que isso tinha dedo daquela mulher louca. Ela me enganou direitinho! Quando eu voltar, eu vou ter uma conversa séria com ela, ah se vou.

- Por que não se senta? – Ele pergunta e acena para o local perto dele.

Eu continuo calada e sento do outro lado, fazendo com que ele suspire alto.

Pego um dos morangos para me distrair.

- Cléo, eu vou ser sincero com você, porque eu realmente tentei fazer o papel do cara que faz tudo certinho, passo por passo, mas eu não sou assim. Eu sou um cara que quando quer alguma coisa, vai atrás e ponto final. – Ele levanta o me queixo que no momento estava abaixado, tentando olhar para qualquer lugar, menos para ele. – Por isso, eu vou te perguntar aqui e agora que estamos sozinhos e sóbrios o suficiente, você gostou de ontem?

- O que de ontem? – Eu queria me socar por continuar fazendo esse papel da sonsa, mas caramba, era melhor me esquivar e provocara raiva dele do que essa calmaria e doçura toda. – Teve nada ontem.

Aparece uma centelha de raiva nos olhos antes de desaparecer e ele bufar.

- Ok, se você vai negar que teve algo ontem, então eu vou dar algo hoje para que você não esqueça.

E me beija.

Na verdade, ele me devora.

Ele lambe e morde meus lábios cheio de vontade, ele me beija com uma voracidade, cheio de paixão e saudade. E eu como a idiota que eu sou, faço o mesmo, porque querendo ou não, eu também sentia falta da sua boca maravilhosa sobre a minha.

Eu juro que não sei como acabei assim, mas quando nos separamos, eu com os lábios inchados e os olhos vidrados de tesão, João Augusto estava igual a mim, só que com o cabelo desgrenhado e alguns dos botões da camisa aberto.

Ele roça os lábios nos meus mais uma vez e planta um selinho lá, antes de se afastar.

- E agora? Você vai negar alguma coisa?



JOÃO AUGUSTO

O que eu mais queria naquele momento, era deitá-la ali na grama macia e tirar proveito daquele corpo que anda tirando a minha sanidade ultimamente.

Mas eu iria esperar ela dizer a palavra.

Eu podia não ter muita paciência, entretanto, tinha uma determinação do caramba.

Eu teria o que eu queria, e queria ela.

Dessa vez é ela que suspira e morde aquele lábio gordo delicioso dela.

- Não é tão simples assim, Augusto. Eu tenho um passado complicado e você também. Acha mesmo que qualquer um de nós está pronto para alguma coisa?

Ela tem um bom ponto.

Mas eu tenho um melhor.

- Que melhor maneira de saber se não tentarmos?

- Olha, se isso der errado, eu vou ficar mais ferrada do que eu estou, porque sua mãe é que esta me ajudando muito e mesmo envergonhada em admitir isso, eu preciso da ajuda dela nesse momento e me envolver com você, não vai ajudar. Só vai atrapalhar.

- Eu não vou ser um canalha com você, Cléo. Se eu estou propondo algo com você é porque eu sei de tudo isso, e não vou te sacanear.

- Eu não sei...

Pego a mão dela e dou um aperto.

- É só uma chance, só isso que eu te peço.

Ela suspira alto dessa vez e bate com a mão na testa, me fazendo rir.

- Eu vou me arrepender demais de tudo isso, mas eu vou topar sim.

Sorrio me aproximo mais dela.

- Eu prometo que não. – E a beijo novamente.

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E AI?

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AMARRANDO O COWBOY (COWBOYS #1)Onde histórias criam vida. Descubra agora