CLÉO
Era de tarde quando o João veio me encontrar na sala, de banho tomado e uma cesta na mão.
Eu apenas arquei uma sobrancelha e ela me respondeu pedindo que eu fosse colocar uma roupa mais fresca.
Subi e tomei uma ducha rápida e coloquei uma calça legging e um blusão por cima. Não era uma má escolha de roupa, era simples e dizia bem claro que eu não pensava que aquilo seria um encontro.
Não era um encontro.
Não pode ser um encontro.
Refaço o coque frouxe no meu cabelo e desço as escadas vendo João Augusto parado de banho tomado, roupas limpas e um cesto gigante na mão.
Ai caramba, é um encontro.
Mas vou fazer a desentendida e seguir com o plano.
Só desfaço o coque frouxo e ajeito o cabelo rapidamente.
- Pronta. – Sussurro baixinho, enquanto ele se vira para mim e sorri.
O que estava acontecendo?
Por que o meu maldito corpo se aqueceu todo com o sorriso desse safado?
João Augusto apenas caminhou até mim e ofereceu o braço para irmos.
Ele ainda estava sendo cavalheiro?
Eu estou perdida.
*
Andamos por entre a fazenda, com João de mãos dadas comigo – o que super me pegou desprevenida no começo -, me mostrando o curral, o galinheiro e um enorme espaço onde ficavam os cavalos mais lindos que eu já vi.
Ele até disse que me ensinaria a montar se eu quisesse.
Eu fiquei vermelha igual a uma beterraba pelo jeito que ele disse aquilo.
Quando encontramos o local que ele julgava ser perfeito, ele tirou da cesta uma toalha imensa e uma colcha que ele deixou de lado. Tentei não pensar no pra que daquela colcha também.
Estávamos debaixo de uma árvore gigante com uma sombra perfeita e que ainda nos dava uma visão perfeita do sol se pondo a distância.
Isso estava saindo pior do que a encomenda. Era uma espécie de bomba. O sorriso doce, o sol se pondo ao fundo, uma cesta cheia de coisas deliciosas e pelo amor de Deus todo poderoso, aquilo era uma cesta de morangos com chocolate?
Eu ia matar a dona Lúcia. Eu tenho certeza que isso tinha dedo daquela mulher louca. Ela me enganou direitinho! Quando eu voltar, eu vou ter uma conversa séria com ela, ah se vou.
- Por que não se senta? – Ele pergunta e acena para o local perto dele.
Eu continuo calada e sento do outro lado, fazendo com que ele suspire alto.
Pego um dos morangos para me distrair.
- Cléo, eu vou ser sincero com você, porque eu realmente tentei fazer o papel do cara que faz tudo certinho, passo por passo, mas eu não sou assim. Eu sou um cara que quando quer alguma coisa, vai atrás e ponto final. – Ele levanta o me queixo que no momento estava abaixado, tentando olhar para qualquer lugar, menos para ele. – Por isso, eu vou te perguntar aqui e agora que estamos sozinhos e sóbrios o suficiente, você gostou de ontem?
- O que de ontem? – Eu queria me socar por continuar fazendo esse papel da sonsa, mas caramba, era melhor me esquivar e provocara raiva dele do que essa calmaria e doçura toda. – Teve nada ontem.
Aparece uma centelha de raiva nos olhos antes de desaparecer e ele bufar.
- Ok, se você vai negar que teve algo ontem, então eu vou dar algo hoje para que você não esqueça.
E me beija.
Na verdade, ele me devora.
Ele lambe e morde meus lábios cheio de vontade, ele me beija com uma voracidade, cheio de paixão e saudade. E eu como a idiota que eu sou, faço o mesmo, porque querendo ou não, eu também sentia falta da sua boca maravilhosa sobre a minha.
Eu juro que não sei como acabei assim, mas quando nos separamos, eu com os lábios inchados e os olhos vidrados de tesão, João Augusto estava igual a mim, só que com o cabelo desgrenhado e alguns dos botões da camisa aberto.
Ele roça os lábios nos meus mais uma vez e planta um selinho lá, antes de se afastar.
- E agora? Você vai negar alguma coisa?
JOÃO AUGUSTO
O que eu mais queria naquele momento, era deitá-la ali na grama macia e tirar proveito daquele corpo que anda tirando a minha sanidade ultimamente.
Mas eu iria esperar ela dizer a palavra.
Eu podia não ter muita paciência, entretanto, tinha uma determinação do caramba.
Eu teria o que eu queria, e queria ela.
Dessa vez é ela que suspira e morde aquele lábio gordo delicioso dela.
- Não é tão simples assim, Augusto. Eu tenho um passado complicado e você também. Acha mesmo que qualquer um de nós está pronto para alguma coisa?
Ela tem um bom ponto.
Mas eu tenho um melhor.
- Que melhor maneira de saber se não tentarmos?
- Olha, se isso der errado, eu vou ficar mais ferrada do que eu estou, porque sua mãe é que esta me ajudando muito e mesmo envergonhada em admitir isso, eu preciso da ajuda dela nesse momento e me envolver com você, não vai ajudar. Só vai atrapalhar.
- Eu não vou ser um canalha com você, Cléo. Se eu estou propondo algo com você é porque eu sei de tudo isso, e não vou te sacanear.
- Eu não sei...
Pego a mão dela e dou um aperto.
- É só uma chance, só isso que eu te peço.
Ela suspira alto dessa vez e bate com a mão na testa, me fazendo rir.
- Eu vou me arrepender demais de tudo isso, mas eu vou topar sim.
Sorrio me aproximo mais dela.
- Eu prometo que não. – E a beijo novamente.
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AMARRANDO O COWBOY (COWBOYS #1)
RomanceDona Lúcia estava cansada do seu único filho ficar sozinho e se lamentando por um antigo relacionamento, então, ela resolve criar um perfil falso para ele em um site de relacionamento em busca de uma noiva para ele, e é ai que ela conhece Cléo. Cléo...