A velha

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Na periferia de uma cidade, no terceiro andar de um prédio, morava uma velha.
Ninguém nunca a viu com algum familiar, ou com qualquer pessoa, os únicos seres vivos que ela se comunicava eram seus gatos, ratos e pombos.
Seus vizinhos tinham medo de trocar qualquer palavra com a pobre coitada, sua fama era de bruxa e louca.
Ela vivia em completo isolamento.
Certo dia, uma pessoa estranha entrou no prédio, e por pura maldade, deixou na frente na porta de um homem qualquer, um bolo muito bonito, parecia delicioso, mas, ele estava amaldiçoado, cheio de magia negra.
O homem, inocente, pegou aquele "presente" e no mesmo instante, pegou a faca e partiu uma generosa fatia.
Não chegou a engolir o segundo pedaço, que começou a espumar e inchar a barriga.
Seus gritos agudos e histéricos chamaram atenção de todo o prédio, logo muitas pessoas ja estavam reunidas no apartamento do rapaz. Estava um completo rebuliço.
Apareceu um estudante de medicina, que naquele mesmo prédio morava, e tentou de todas as maneiras reverter os sintomas do homem, mas de nada adiantava, o rapaz só ficou pior.
Uma mulher fofoqueira que morava no prédio lembrou do trunfo:
-Isso não é doença, é macumba!! E das pesadas!!! Chama a bruxa do terceiro andar!!!!
  E lá se foram, três pessoas corajosas chamar a velha.
  Chegaram e pararam em frente à porta, discutindo quem tocaria a campainha.
  Um deles perdeu a paciência, já que era muito impaciente, e disse que tocaria.
  Rezou um pai nosso, já que era um católico fervoroso e fez o sinal da cruz. Quando ia tocar a cigarra, a mulher abriu a porta inesperadamente.
  Os três deram um grito fino, e a velha, assustada ficou, mas não com o grito dos homens, e sim, por ter visitas pela primeira vez!
  Ela abriu o sorriso, mas não pareceu muito convidativo, pois seus dentes eram podres.
  Os três se recuperaram e explicaram rapidamente a situação.
  A velha pegou seu "kit" e seguiu os homens.
  Eles não pararam de rezar até chegar ao andar do homem doente.
  Todos abriram passagem para a velha passar. Ela estava se sentindo uma rainha, pela primeira vez.
  O homem estava em cima da cama. Sua aparência estava deprimente. A barriga estava muito inchada, prestes a explodir, seus olhos estavam esbugalhados , a língua estava negra, e da sua boca, saia uma espuma branca, o pobre homem suava litros.
  A velha, como se já tivesse feito aquilo milhões de vezes, preparou um líquido com as ervas que vinha levado. Mandou que segurassem o rapaz com toda a força e colocou, a força, a bebida na boca do homem.
  Dez segundos depois, apenas, o homem começou a se debater, todos seguraram ele, e aos poucos, a barriga foi desinchando, os olhos foram voltando ao normal, a espuma parou e sua língua já estava ficando rosada outra vez.
  Todos saudaram a velha e foram para casa, deixando o homem aos cuidados do estudante de medicina.
  A velha, pensado que agora, depois de se tornar heroína, pensou que asa pessoas agora lhe dariam mais atenção e não lhe temeriam.
  Mas ela estava bem enganada, salvando o rapaz, só provou a todos o que sempre tiveram dúvidas:
  Ela era uma bruxa

Lembre-se: nem todo bruxo é ruim

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