Capítulo 8

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Eu sem você sou só desamor. Um barco sem mar, um campo sem flor. Tristeza que vai, tristeza que vem. Sem você, meu amor, eu não sou ninguém? -(Vinícius de Moraes.)


❤️...

Quando escutei a voz de Thomas, não sabia se agradecia ou espancava-o. Bom, claro que sou completamente agradecida a ele por ter me livrado de fazer uma grande burrada.



Pudemos ver que não sou cem por cento ante Clark, e que se estivermos juntos e sozinhos entre quatro paredes, corre um grande risco de nos pegarmos. E isso seria um grande erro.



Clark, foi alguém muito importante em minha vida, e muitos momentos maravilhosos tive ao seu lado. Como também, ele foi minha destruição, e foi difícil me reerguer. E ao vê-lo entrar no elevador, meu peito apertou de uma forma, que assustei-me, e isso não é saudável. Clark não é saudável, e por isso tenho que mantê-lo longe de mim.



Sua blusa ainda está em minhas mãos e ainda estou parada no mesmo lugar encarando o elevador. Como esperasse sua volta. Droga, Ava.



Entro no meu apartamento e encaro um Thomas curioso e questionador, encarando-me, sentado no sofá de pernas na mesinha de centro.



—Ei, tire esta perna da minha mesinha. -Ele rir e dar de ombros. E mantém suas pernas no mesmo lugar, que folgado.



—Nem vêm, esta mesinha é nossa. Você se acostuma. -Encaro-o e faço uma cara de pasma. Dando lhe um tapa fraco na perna, fazendo o tirar a mesma da mesinha. Enquanto o mesmo rir alto da minha cara.



Realmente, tudo neste apartamento é nosso. E lembrar-me que Thomas é folgado demais, me dar um certo medo, pois ele não terá limites. Mais estou feliz por tê-lo por perto.



—Ok, folgado. Mas, diga-me porquê não me ligou para ir buscá-lo no aeroporto? -Sento-me ao seu lado e jogo meus pés em seu colo. Depositando a blusa de Clark na mesinha de centro.



—Não queria atrapalhar. -Ele diz maliciosamente. Fazendo-me rir.



—Você sabe que não atrapalha. Bom, agora me fala, porque chegou antes do previsto?



—Ah, senti sua falta horas. Não pode?



—Como você é um tremendo mentiroso Thomas. -Dou-lhe uma almofadada, nos fazendo rir.



—Mas é verdade. Diga-me se este Clark é o mesmo Clark que estou imaginando que é. -Dou de ombros. —Nem venha que isso não é resposta. Me diga logo. Este é o Nicolas Clark?



—Sim! -Thomas meneia a cabeça em sinal de negação, fazendo-me ficar pior do que já estou.



—Ava, querida, não faça essa cara. Deveria imaginar que isso ocorreria.



—Imaginar é uma coisa... mas não queria que tivesse acontecido. Se não fosse você, eu teria de novo me entregado à ele.



—E se tivesse acontecido, você não deveria se maltratar por tal coisa. Você é mulher tem suas vontades e ele é um homem e infelizmente não é qualquer homem.



—É como todos os outros. -Rebato, encarando meu amigo que me conhece bem, e mas que a mim mesma.



—Não é mesmo. Não para você. E você sabe disso, e não se engane. -Sorrio fraco. E ele continua. -Obrigado por manter a chave cópia na portaria. Se não estaria até a pouco no olho da rua.

Nossa realmente, ainda bem que deixei uma segunda chave na portaria para caso de alguma emergência.


—Ainda bem que seguir está dica do Yuri. Mais conte-me, realmente o que adiantou sua viagem? Não acreditei nessa de que estava com saudades, sendo que iriamos nos ver daqui uma semana. -Meu amigo solta o ar, e resmunga.



—Meus pais de novo. -Ele comenta. Sério até eu, estresso-me com o Sr. E Sra. Bittencourt.



—O que foi desta vez? -Retiro meus pés do seu colo, e de suas mãos que estavam dando-me uma massagem relaxante. E sento-me mais perto e seguro suas mãos.



—O de sempre, querem que eu me case e tome a frente da empresa. Este nunca foi meu sonho, foi o sonho do Thiago, antes eles nunca cobraram nada, mas agora? Estou quase ficando louco.



Meu amigo está passando por uma barra, e estes pais dele, apenas fodem ainda mais. Thiago, conhecido como Ty, é irmão de Thomas, e para completar eles são gêmeos. Thiago que iria tomar a frente da empresa dos pais. Aquele prédio enorme era sua paixão, assim como sua linda e adorável esposa Olívia. Que infelizmente perdeu sua vida em um terrível acidente automobilístico junto com Thiago, que por sua vez, estar em coma e os médicos não sabem se ele sairá dessa, e se sair terá grandes sequelas, já que estar assim a seis meses. Estive ao lado deles quando tudo aconteceu, e sofri demais. Oly como gostava de ser chamada, era muito minha amiga, e ajudou-me demais quando voltei para o Brasil anos atrás.



—Nossa, ainda estão nesta? Mais entenda Thomy, que também é difícil para eles aceitarem tudo que está acontecendo. -O Sr. Paulo e a Sra. Carla Bittencourt, eram totalmente apaixonados pelos seus filhos, você via esta paixão com gesto e carinho de ambos a todo momento, e Olívia era a filha que eles não tiveram.



Eu entendo que estejam sofrendo, mas apesar de todo este sofrimento eles não podem forçar Thomas mudar totalmente a vida dele e viver a vida de outra pessoa, mesmo esta pessoa sendo seu irmão.



—Eu sei, e como eu fico? Eles vivem agora para Thiago, não me interprete mal, eu amo o meu irmão, mas e eu, eu não tenho escolha? Quando eles foram no meu apartamento, nem perguntaram se eu estava bem, apenas ordenaram-me o que eu deveria fazer. No dia seguinte arrumei minhas malas e aqui estou.



—Você então fugiu dos seus pais? -Sei que é algo totalmente sério e horrível de se passar. Mais não aguento e rio. Não pera, na verdade, gargalho muito alto.



Depois que conseguir me repor, respirando fundo, arrumei minha posição novamente no sofá e fui a amiga que meu amigo precisava.



-Sinto muito pela crise meu amor, más não acredito que você fez isso. Você fugiu Thommy.



—Sim, fugir. Apenas me despedir de Thiago, e para eles deixei uma carta na mesinha de entrada que tem no apartamento. -Thomas dar de ombros e faz uma cara linda. Fazendo-me, abraça-lo forte.



Meu amigo, apesar de se fazer sempre de forte, é um tremendo cara sentimental. E sei que tudo, está sendo difícil para ele. E ele estar à um triz de explodir. E quando  acontecer, estarei ao seu lado.



—Você sabe que sempre pode contar comigo né?



—Eu sei, por isso estou aqui nos seus braços. -Sorrio. E o aperto ainda mais forte nos meus braços.



—Vêm, vamos tomar um banho e descansar. Sua viagem deve ter sido cansativa. Ainda mais que estava em fuga. -Rindo nos levantamos, e o levei ao seu quarto.



Deixei meu amigo sozinho para tomar um banho, e fui para o meu quarto. Tomei um banho rápido novamente, e corri para cozinha, estava faminta, apesar de ter me alimentado bem na casa de Mel. Preparei dois sanduíches naturais, para mim e Thomas e peguei suco de laranja que tinha na geladeira e comemos.



Dormimos juntos, como nos velhos tempos depois de assistir um filme muito chato. E criticar e debater os erros do filme inteiro. Não me julguem. O filme realmente era péssimo.



E já estamos em um novo dia. Já corri pelo parque que tem perto de casa, e fui na padaria. Preparei um delicioso café da manhã de boas vindas ao meu amigo, e vou esperar ele acordar. Há viagem foi longa, e exaustiva, tenho certeza, à minha deixou-me acabada também, pois, são horas de viagem.



Aproveitarei este tempo para tomar um banho relaxante, coloco um pagode raiz no meu iPod para tocar. E entro no meu banheiro ponho a banheira para encher, a água estar morninha do jeito que gosto. Retiro minha roupa de ginástica e entro na mesma, e sou recebida com o calor da água muito bem, sendo assim relaxando imediatamente.



Saiu de meus devaneios com meu celular tocando, levanto-me resmungando, estava tão bom. Enxugo meu corpo e coloco um roupão e vou correndo para a sala, mas vejo Thomas apenas de cueca no meio da sala falando com alguém do outro lado da linha.



—Ei, folgado. Este celular é meu, me der aqui e vá colocar uma roupa. -Ele rir. E entrega o celular.



—É sua amiga Sarah, e nem reclama, vá você colocar uma roupa também. Bom dia, docinho. -Thomas dar um beijo na minha testa. E se retira.



—Oi Sarah. -Cumprimento minha amiga que dar um risinho do outro lado da linha.



—Bom dia docinho. -Ah não, já vai começar.



—Pode parar.



—Conte-me direito, tudinho safada. Bem, que Nicolas ligou ontem raivoso, mas pensei que era ciúmes bobos. Mais pelo que escutei, estava enganada. Poxa, perdi a aposta pro Enzo.



—Ei, você e o Enzo apostaram? E sobre minha vida, à sua safada. Mato você. -Ela rir, ainda mais.



—Conte-me os detalhes docinho.



—Não é o que estás pensando, Thomas é meu amigo. Aquele amigo que lhe falei que moraria aqui comigo.



—Ah, nossa, vocês tem muita intimidade né. -Sorrio da curiosidade de Sarah Clark.



—Sim, somos amigos a tempos. Desde moleques. Agora me explica, como assim Nicolas te contou de Thomas? -Perguntei confusa.



—Aquele babaca, me ligou na hora H, e me deixou numa saia justa com Enzo. E o mesmo pirou achando que Thomas era algo para mim, expliquei a ambos que nem sabia quem era, e estava mais desinformada que eles. Ele estava putinho.



—Putinho é? Bom saber.



—Agora me explique, como meu irmão soube de Thomas, e o mesmo não viria semana que vêm?



—Sim, mas ele apareceu ontem do nada aqui no apartamento.



—Opa, eu ouvi direito? No apartamento? -Droga, eu e minha boca grande.



—Sim! -Revirando os olhos, sento na cama enorme e espero por mais perguntas da minha amiga curiosa.



—Quer dizer que meu irmão estava ontem no seu apartamento?



—Sim! -Me disponibilizo a dar apenas está resposta. Sabendo que ela vai ficar raivosa, sem detalhes.



—Sim, e sim... explique direito docinho. Quero todos os detalhes. E agora. -Esbraveja, fazendo-me rir da sua impaciência.



—Seu irmão me deu uma carona, e bom, acabou dentro do meu apartamento. Fim.



—Ui... e diga-me, teve reconciliação?



—Ele é teu irmão, você não quer detalhes.



—Realmente! Então isso, quer dizer que vocês. -Antes que ela complete, nego.



—Não, Thomas felizmente apareceu. Já lhe falei como ele é meu anjo da guarda? -Ela resmunga e diz.



—Já, muitas vezes. E posso dizer que ele perdeu trinta por cento da moral comigo.



—Para de graça. Ele é gente boa, e este foi o melhor momento dele aparecer, vamos concordar.



—Verdade, amo meu irmão. Mais ele têm que rastejar um pouco mais.



—Não Sarah, nem isso. Eu não quero esta atitude do seu irmão. O nosso momento já passou.



—Ok, vamos deixar o assunto Nicolas Clark para depois. -Meneio a cabeça negativamente e vou para cozinha, fazer os ovos mexidos e fritar o bacon.



—Agradeço, e mais ainda se não tocar nesse assunto nunca mais.



—Credo, nunca mais é tempo demais amiga. Até mesmo para você, mas diga-me, ainda estar de pé o almoço com dona Melissa Clark, hoje?



—Claro, avise a ela. Podem vim.



—Bom, este é o ponto, ela adoraria conhecer seu apartamento. Mas a mesma quer lhe convidar para almoçar naquele restaurante Italiano que ela adora, você topa? Pode levar seu amiguinho, docinho.



—Só em pensar que não precisarei lavar louças, topo! E pode deixar, levarei ele para vocês conhecerem. -Rimos, marcamos o horário e nos despedimos.



Ir almoçar naquele restaurante, será magnífico. Eu o adoro. Todos os pratos de lá, é incríveis.



—Que cheiro bom. -Saiu de meus devaneios com a voz do meu amigo e o encaro.



—Venha, é seu café de boas vindas. Sente-se.



—Opa, café da Ava. Ganhei na loteria, vou ter todos os dias. -Gargalho, e com o guardanapo em mãos, dou uma bofetada no seu braço com o mesmo.



—Todos os dias tua venta. Mais quem sabe, se você for um bom menino, pensarei no seu caso.



Entre risadas, e um papo proveitoso. Degustamos do nosso café da manhã em paz.


Ainda te amo - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora