Killer

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dica: escutem alguma música triste enquanto leem.

Brooke Holland

Eu perdi a noção do tempo, meu corpo estava mole e dolorido, foi como se eu tivesse me desligado do mundo. Mas a barulheira horrenda repentina do lado de fora fez com que eu resolvesse sair daquela dispensa escura. Não era barulho de quem estava na festa, eram sirenes ligadas, pareciam muitas. Abri a porta e sai, não havia ninguém dentro da casa. Andei confusa e um homem de farda agarrou meu braço mandando eu sair da casa. Depois de ser praticamente jogada do lado de fora, vi no jardim uma mulher jogada repleta de sangue. Levei minha mão a boca sentindo um enjôo e tapei os olhos com força. Na hora lembrei de Carlie e sai em busca dela. A rua estava repleta de pessoas chorando e outras apavoradas. Uma aglomeração de pessoas estavam olhando aquela moça que provavelmente havia sido jogado da janela do segundo andar da casa que a pouco estava rolando uma festa e havia outra aglomeração do outro lado da casa. Corri para ver, mas os paramédicos já estavam fechando o saco, a única coisa que pude ver foi o rosto pálido do adolescente.

– O que houve?! – perguntei para uma garota que estava observando a cena.

– Cara, eu não sei! Eu tava lá deboa e de repente veio a polícia com esse pessoal morto! – notei que ela estava bêbada e ignorei.

– O que aconteceu? – perguntei novamente para um rapaz que parecia em perfeita forma.

– Uma mulher jogada da janela, esse moço asfixiado e um outro levou facadas. – ele disse como se fosse algo natural, mas eu estava incrédula. – Ah, o que levou facadas parece que tá em coma.

Fechei os olhos e respirei fundo, pensei em Carlie, Nate e Justin. Se algo acontecesse com eles eu não sei o que faria. Corri para a rua e reconheci os cabelos de Nate, segurei o braço dele e ele se assustou.

– Nate... – disse assustada e ele apenas me abraçou. – Onde está Carlie?!

– A mãe dela veio buscar ela. Se você quiser eles ligam pra sua vó.

– E Justin? Você o viu?

Nate se afastou:

– Como você pode ser tão ingênua? – disse alto. – Onde Justin Bieber está acontece merda! Só você não vê!

– Calma, Nate! – pedi.

– Ridícula! Você transa com um assassino! O assassino que matou minha irmã e esse tanto de pessoas. – seus olhos ficaram vermelhos. Ele estava exaltado, dizendo coisas bestas. Encostei em seu braço e ele me empurrou com força, minhas costas bateram no chão e vi que ele estava vindo pra cima de mim com raiva, mas um policial o segurou e uma menina me ajudou a levantar.

– Se acalma rapaz! Você vai ser induzido até a delegacia! – disse o policial colocando as algemas nele. Eu não conseguia acreditar naquilo, não conseguia sentir nada, tudo estava confuso.

Nate me olhou e pareceu se arrepender no momento.

– Desculpa, Brooke, por favor, me desculpe... – disse enquanto era carregado até a viatura. Apenas olhei para ele sentindo medo, medo de tudo.

Levei minha mão na cabeça e olhei a minha volta, toda aquela confusão e nem sinal do assassino. Ele podia estar em qualquer lugar, bem longe ou perto demais. Porém, a única coisa que me preocupava era onde Justin estava.

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– Você está bem? Precisa ir pra casa. A festa acabou. – disse um policial.

– Tudo bem... – falei um pouco perdida.

O policial tirou um bloco de notas do bolso e começou a anotar algo.

– Seu nome?

– Brooke. Brooke Holland. – disse.

– Você sabe do que aquele rapaz estava falando? ouvi ele fazer uma acusação. Justin seria aquele rapaz da família Drew?

Franzi a sobrancelha confusa.

– Justin Bieber. – falei.

– Drew Bieber? É o único daqui. – ele falou como se fosse óbvio.

– Eu não sei... – resmunguei.

– A senhora viu pessoas indo para o andar de cima?

– A qualquer momento as pessoas podiam subir. – disse lembrando de Justin subindo as escadas.

– O dono da casa disse que havia bloqueado o andar de cima. Você viu Drew subindo lá?

Meu coração palpitou, se eu falasse poderia não ser bom para Justin. Achariam que ele tem algo a ver com essa merda que houve. É claro que ele não tem, eu o conheço, como poderiam desconfiar dele?

– Olha, Nate estava blefando. Eu preciso ir, por favor, acabei de ver pessoas mortas na minha frente. – engoli em seco lembrando  da cena.

– Tudo bem. Como você vai voltar pra casa? Uma viatura pode te levar.

– Não precisa, eu vou sozinha... – eu precisava pensar.

– Tem um assassino por aí, mocinha. Nada de andar sozinha.

Ri pra ele, seu rosto parecia desfocado para mim. Nada me importava naquele momento, Nate vinha na minha cabeça, Justin.... Nate... mortos...

– Eu vou me cuidar. – me virei e comecei a andar pela rua em direção a casa da minha avó, me livrei de alguns curiosos e virei uma esquina ficando livre da rua do crime. Não era muito longe a minha casa, o tempo era suficiente pra eu tentar me recuperar de tantas coisas.

Comecei a pensar sobre os assassinatos que fiquei sabendo nesse pouco tempo, o dia do bar que eu fui com Justin... o acidente de carro que ouvi falar que não foi acidente... e agora essa. Justin esteve presente em todas.

Mas eu também estive.

Meu celular começou a tocar, o peguei rápido e atendi. Era Carlie.

– Amiga, você está bem? – perguntou ela.

Meu coração se acelerou e eu senti leves pontadas na cabeça. – Carlie, você acha que Justin é um assassino?

Ela ficou em silêncio por alguns segundos. Ouvi barulho atrás de mim na rua mas ignorei, eu não estava me importando se fosse morta ali.

– Por que tá perguntando isso?

– Por favor. Seja sincera. – medo de respostas era meu mais novo medo.

– Eu seria hipócrita de falar que não. Todos acham... mas o que houve?

– Eu não acho que Justin seria capaz. Eu o conheço. – andei mais rápido enquanto meus dedos perdiam a sensibilidade por conta do frio.

"– Você não conhece alguém o suficiente para confiar se não sabe o que ela gosta de fazer"

"Você realmente acha que me conhece, Brooke?"

sua voz ecoou pela minha mente...

O desespero tomou conta do meu corpo e eu andei bem mais rápido, afobada.

Carlie, por favor diz que é mentira... Ele não pode ser esse monstro! falei alto enquanto o medo percorria por minha veia. Minha avó disse que depois que a família Drew veio pra cá foi quando tudo começou... O SOBRENOME DE JUSTIN É DREW!

Poha! essa eu não sabia!

Tudo que aconteceu, Justin sempre esteve lá. Hoje na festa ele agiu estranho e correu para o andar de cima! meu coração dizia não, minha cabeça dizia sim, sim, sim e sim. Eu sentia que podia explodir a qualquer momento.

Eu pesquisei na internet os indícios de um psicopata. Vamos fazer pontos, amiga! Carlie disse séria. Primeiro:,É manipulador e não gosta de ser manipulado.

Um ponto. respirei fundo torcendo para chegar logo em casa.

É frio, calculista e não demonstra emoções.

Dois pontos... apertei o celular contra a orelha.

Costuma ser muito organizado...

Lembrei da casa de Justin, de cada detalhe, o copo lavado assim que usou, o closed completamente arrumado... Três pontos!

É agressivo e tende a sempre se meter em briga.

Quatro pontos. uma lágrima escorreu pela minha bochecha sem querer e parou no meu queixo.

Pode ter alguns ataques de bipolaridade.

Cinco pontos!

Como eu não pude perceber? As pessoas não se davam bem com Justin, todos desconfiavam, tinham medo. Mas tudo isso não entrou na minha mente de imediato. As brigas de Justin, seu modo de pegar meu braço da última vez, sua mudança de humor e a falta de sentimento... tudo se encaixava.

Brooke, é difícil de acreditar, eu sei. Mas olha, Jienna, a irmã do Nate era namorada do Jaxon. Eles terminaram e Jienna foi assassinada. Quem estava na cena de crime era Justin. Por isso Nate o odeia tanto.

Carlie, não... por favor, isso é um pesadelo. sentei na calçada e chorei mais, não era medo, era nojo de alguém como ele.

Se acalme, onde você está?

To sentada na calçada, eu não sei o que fazer, eu tô me sentindo um lixo. disse rouca com uma dor insuportável no peito.

VOCÊ TÁ LOUCA? SOZINHA?

Abafei um soluço e tentei secar os olhos, mas as lágrimas não paravam. Se Justin quisesse me matar ele já teria matado em tantas oportunidades que teve. Como eu pude me apaixonar por um psicopata, Carlie??!

Amiga, você ainda não sabe se é ele mesmo, mantenha a calma. Me fale onde você está que vou pegar o carro escondido da minha mãe.

Não venha me buscar. desliguei o celular.

Nightfall - Justin BieberOnde histórias criam vida. Descubra agora