- Ian Pov's -
Seu olhar mostrava puro ódio. Mais porque ela teria ódio de mim? Eu a conheci a um dia atrás.
— Brincar? P-por favor me explica porque eu to aqui...agora!
— Você? — Ela solta uma risada um pouco escandalosa mais logo me olha séria novamente. — Você esta aqui pra me ajuda em uma coisinha...—
— Que? Como assim? Te ajudar em que? — A olho. Estava cada vez mais confuso.
— Calma, você vai saber de tudo!
Tento me mover na poltrona mais as cordas estavam amarradas muito fortes.
— Pode me desamarrar? — Falo já com um pouco de raiva daquela situação.
Ela caminha envolta de mim mais logo para a minha frente ao me ouvir e suas mãos seguram meu rosto me fazendo olhar em seus olhos.
— Você pensa que isso aqui é oque? Uma brincadeira? Pois então vou te contar agora o que você está fazendo aqui!! — Diz ela em um tom agressivo e solta meu rosto.
Ela se distancia e puxa uma cadeira de madeira que estava no canto da parede. Se senta de frente a mim. Ela me olha com o mesmo olhar de antes, de raiva. Percebo ela levar uma de suas mãos ao bolso de sua jaqueta e tira uma pequena faca começando a passar a ponta da mesma na palma de sua mão devagar mais sem fazer nenhum corte.
Ao ver aquela cena sinto meu estomago revirar.
— Primeiro vamos começar voltando no tempo... 5 anos atrás. Onde seu pai estava nessa época? — Me encara.
Eu a olho ainda mais confuso.
— O que é que meu pai tem a ver com isso?Ela revira os olhos.
— Responde a merda da pergunta e vai entender! — Diz sem paciência.— Eu...eu não sei!! — Umedeço meus lábios que estavam secos por conta da sede. — Já disse que ele viaja muito! —
— NÃO! — Grita. — Ele estava na cadeia! E você sabe muito bem disso. —
Arregalo meus olhos ao ouvir aquilo e a olho assustado.
— Como sabe disso? —— Meu nome não te lembra nada? Rebbeca Marie Gomez —
— Não na verdade não lembra. AGORA ME SOLTA DAQUI SUA LOUCA! — Grito na ultima frase, aquilo já estava me enchendo.
— Ah não, então vamos esfriar sua cabecinha —Ela se levanta e passa a faca que estava em sua mão por meu abdômen fazendo cortar a camisa e minha pele. O corte não foi fundo mais a ardência em meu corpo me fez fechar fortemente os olhos. Depois de um tempo crio coragem para olhar em minha camisa que já estava começando a se sujar de sangue.
— PARA! — Respiro fundo. — O que você quer? — pergunto ainda alterado.
— Continuando...— Ela sorri olhando o sangue escorrer pelo meu corpo e se senta novamente na cadeira a minha frente. — Vamos ver se o próximo nome te lembra alguma coisa. Louise Marie Gomez... —
Levo meu olhar para ela me lembrando do tal nome. Franzi a testa perguntando dessa vez com mais calma: — O que tem essa mulher? —
— Bem lerdo você — Olha a faca com meu sangue e volta o olhar pra mim. — Ela é minha mãe! Ou melhor era. A mesma que seu pai matou a cinco anos atrás e por isso eu tive que viver em um orfanato. Sem amor, carinho e com a memoria da minha mãe ensanguentada na minha frente. —
Pude ver novamente a raiva na expressão de seu rosto.
— E-eu sinto muito — gaguejo.
— Não, não sente! — Diz seria. — Agora quer saber o que faz aqui? —
— Sim eu sinto — A olho tentando passar mais calma. — Quero, quero sim..—
— Você... Você esta aqui porque eu vou te usar para me vingar do seu querido papai! —
Suas palavras fazem meu corpo inteiro tremer. Eu sentia medo, sim estava com medo do que poderia acontecer comigo.
— E c-como quer fazer isso? — pergunto nervoso.
— Não esta óbvio? Ele tirou a vida de quem eu mais amava então vou fazer o mesmo com ele..mais vai ser aos poucos, você ainda vai sofrer muito em minhas mãos Ian, e quando eu ver que realmente não esta mais aguentando vou fazer você pedir socorro a ele mais ele vai te achar morto! —
Se aquilo que estava sentindo antes era medo então não sei o que estou sentindo agora. A raiva no olhar dela mostrava muito bem do que ela era capaz e depois daquelas palavras sinto que quase ia desmaiar.
— Você é doente! —
— É eu acho que eu sou sim — Ela fala soltando uma risada.
— Se odeia tanto assim meu pai, porque quer ser igual a ele? —
Ela fica parada olhando pro nada por um tempo mais logo volta o olhar pra mim.
— Eu não sou como ele...nunca mais volte a dizer isso! —
Ela vem em minha direção e tudo que sinto é uma forte pancada na cabeca fazendo minha vista escurecer.
- Rebbeca Pov's -
Bato a barra de ferro em sua cabeça e ao ver que ele já estava desmaiado apago a luz do local saindo de lá. Subo as escadas pela cozinha em seguida passo pela sala vendo o carro estacionado de frente a minha casa. Teria que esconder o carro, uma hora ou outra iram sentir falta do Ian e deixar seu carro de frente a minha casa seria burrice.
Saio de casa abrindo a porta da garagem de minha casa e entro no carro. O deixo na garagem e fecho a porta saindo de lá voltando para dentro de minha casa.
Volto para a cozinha separando algumas coisas pra ele comer. Sim, não iria deixar ele morrer de fome, isso seria fácil demais. Pego um pacote de bolacha uma fruta e uma garrafa de agua. Deixo tudo em uma bandeja e desco novamente ao porão.
Ele ainda estava desmaiado mais uma hora ou outra iria acordar. Deixo a bandeja no chão e começo a limpar a faca que estava suja com seu sangue logo parando ao ouvir ele tossir.
— Olha a princesa acordou!,— Sorrio.
— Pensei que tudo fosse um pesadelo! — ele resmunga abrindo os olhos.
— E é...um pesadelo bem ruim — Me levanto pegando a bandeja com as coisas e o olho. — Abre a boca —
O olho abrindo a garrafa de agua. Ele me olha pensativo mais acaba por abrir a boca.
— bom garoto! — Sorrio cínica e coloco a boca da garrafa entre seus lábios te fazendo beber um pouco do liquido.
— Pensei que me deixaria morrer de fome e sede...— Ele umedece seus lábios.
— Que graça teria? — Falo abrindo o pacote de bolachas e pego umas três colocando em sua boca as forças. — Não tenho paciência pra isso! — me distâncio.
Ele mastiga comendo com um pouco de dificuldade.
— Pode me dar mais? Por favor!! —Umedeço meus lábios negando com a cabeça. — Não não posso não, economize na comida...essa vai ser a sua única refeição do dia! — Aponto para as coisas da bandeja.
— Eu não acredito que isso ta acontecendo... —
— Cala boca Ian...— O olho. — Você me irrita muito sabia! —
— Rebbeca! Eu não te fiz nada, por favor! —
— Minha mãe também não tinha feito nada ao seu pai — retruco.
— Meu Deus! Me ajuda! —
— Ian, cala boca! Eu já disse — Falo indo ate o colchão que estava jogado no chão. Ele estava velho, havia pouco tecido e as molas estavam enferrujadas. Pego a corrente que estava jogada no chão e a prendo na barra de ferro que era ligada entre o chão e teto. Pego uma algema na caixa de madeira e prendo um dos lados na corrente então me levanto indo até você. — Um movimento suspeito, eu te mato! — Falo tirando uma arma do cós de minha calça e aponto a arma a sua cabeça começando a desamarrar um de seus braços. Pego novamente a algema e prendo o outro lado no braço que estava livre então desamarro o outro braço em seguida suas pernas.
— Agora pelo menos consegue comer sozinho — O encaro tirando a arma de sua cabeça a guardando novamente.
Ele olha seus pulsos que estavam vermelhos e machucados. — Eu ainda vou sair daqui...e quando eu sair eu te mato! — Diz ele com raiva e anda ate o colchão se sentando.
— Ah jura? — Gargalho com cinismo. — Vou estar te esperando! — Pisco para ele.
Ele se cala. Sinto minha cabeça doer, não tinha dormido quase nada na noite anterior.
— Não se anime, daqui a pouco eu volto! — Falo me virando de saio do porão fechando a porta. Subo ao meu quarto rapidamente e me jogo na cama tentando dormir o que não foi difícil. Minutos depois pego no sono.
- Sonho On -
Eu estava andando por uma rua escura. Alem da escuridão estava frio e muita neblina, o que dificultava minha visão.
De depende sinto uma mão tapar minha boca, eu tentava gritar, escapar de todas as formas daquele homem que me segurava mais não conseguia.
Do nada o sonho muda o cenário. Eu estava em minha casa sentada na escada olhando para o chão ouvindo o choro de uma criança ecoar pelo ar.
- Sonho off -