Capítulo Sessenta E Seis - Não Vou Te Esconder Nada

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Débora

- Leonor, o que houve? Está tudo bem? Indago encarando ela que entra pela porta assustada apressadamente

- Eu estou bem. Só demorei porque estava a acertar tudo com o dono do cómodo que eu estava. Fala pousando sua pequena mala no chão

- Ahm. Está bem! Agora vamos arrumar tudo no seu quarto. Digo sorridente

- Você está com um ar alegre, pra quem estava triste à um tempo atrás. Sorrimos

- Pois é. Não vai adiantar eu ficar pelos cantos me lamentando pelo que está acontecendo. Eu tenho que voltar a ser a Débora de antes, e transmitir vida, alegria ao meu bebé. E é o que estou fazendo daqui em diante. Digo me sentando na cama junto com ela.

- Que bom minha querida! Você não sabe o quanto isso me deixa feliz. Me encara sorrindo enquanto acariciava meu rosto
- Você já comeu? Indaga preocupada

- Já sim. O Daniel preparou um jantar gostoso e muito saudável
Desculpa, mas eu acabei tudo. Sorrio

- Ah Débora, que bom.
Olha, quando eu estava grávida, eu ficava assim mesmo como você, principalmente quando tinha desejos de comer algo. Pena do meu marido que me suportava! Fala com a cabeça nas nuvens lembrando do que falava

- Eu sinto muito pelo o que aconteceu com o seu marido!
Mas a sua filha, o que aconteceu com ela?
Você não me falou mais nada sobre ela

- Você tem razão!
Eu vou te contar toda a história. Não vejo mais motivos para te esconder nada da minha vida

Há vinte e um anos atrás, eu era feliz, casada com o homem que eu mais amei na minha vida. Nós éramos felizes juntos, tínhamos tudo em nosso redor, estávamos ansiosos para ter nossa filha para completar a nossa felicidade.
Horas depois me encontrava na maternidade prestes a dar a luz ao nosso bebé.
Sentia umas contracções fortes que foram aumentando no momento do parto. Na sala de parto encontravam - se o pessoal do hospital e o meu marido ao meu lado.
Fui fazendo esforço e consegui retirar o bebé dentro de mim. Foi uma emoção e tanta vê - lá chorar. Era tão fofa, tão pequenina, tão frágil, mas bem saudável.
De repente comecei a ver tudo girando em meu redor, senti dores fortes na minha cabeça e apaguei.
Fiquei inconsciente por algum tempo e quando abri os olhos, me deparei que estava sozinha, deitada numa cama que se encontrava num quarto particular.
Gritei aflita chamando pelo Brian, meu marido, mas quem veio foi a enfermeira.
Pedi explicação nela por o que estava acontecendo e ela não soube me dizer direito, só me informou que meu marido tinha saído.
Desespero tomou conta de mim, fiquei aflita me perguntando onde ele estaria e onde estará minha filha.
Minutos depois ele entrou com uma aparência abatido, com um ar triste, e com olhos que jorravam lágrimas.
Perguntava preocupado, nervosa o que estava acontecendo. Foi quando ele me disse que nossa filha morreu. Meu coração parou em ouvir aquelas palavras. Fiquei apavorada. Não pensei duas vezes, me esforcei a levantar da cama compondo todas minhas forças que tinham se esgotado. Saí daquele quarto desesperada procurando meu bebé em todos cantos. Foi depois de eu ter andado pelo todo corredor que a parteira me mostrou o bebé sem vida. Segurei - a em meus braços deixando escorrer lágrimas pelo meu rosto.
Não pude ver ela por muito tempo após eu desmaiado, mas sentia que ela não era minha filha.
Eu estava saudável na gravidez e minha filha também. Eu tinha uma alimentação equilibrada, praticava exercícios físicos, tinha uma médica particular que me examinava todos os meses, o pessoal que realizou meu parto eram pessoas qualificadas naquela área, portanto eu não entendi o porquê dela ter morrido no parto.
Na minha mente minha filha estava viva e tinha sido trocada por bebé já morto. Eu tinha muitas inimigas, por causa do meu dinheiro, do meu marido que era um milionário, minha fama, minha felicidade.
Martelei essa ideia na cabeça do Brian que logo de primeira concordou comigo. Ele me falou que logo na hora que eu tinha desmaiado, ele foi retirado da sala com uma das enfermeiras e recebeu instruções de que devia se dirigir a farmácia procurar um medicamento que me ajudaria a melhorar. E quando ele voltou foi informado que o bebé tinha morrido.
Fizemos de tudo para encontrar vestígios, notas, alguns registos para provar a suposta troca. Mas isso foi sem sucesso.
Decidimos então esquecer o pesadelo e construir uma vida nova. Nos mudamos para Suíça, onde vivemos por lá dois anos. Voltamos pra cá, para passar às férias e foi aqui que o Brian foi assassinado e eu recebi a culpa da sua morte, em que fiquei presa por vinte anos.

- Nossa! Sua história é muito triste.
Eu sinto muito!















































Amores 💜
Mais uma vez não esqueçam do voto 😁😁

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