Capítulo 18 - Devia fer sido eu. (Parte 2)

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"Nossas cicatrizes servem pra nos lembrar que o passado foi real."

- Hannibal

De imediato a porta do quarto se abre e Lucien traz uma bandeja de prata nas mãos com um sanduíche e refrigerante

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De imediato a porta do quarto se abre e Lucien traz uma bandeja de prata nas mãos com um sanduíche e refrigerante. Ele ainda está sujo de fuligem, suor e sangue, mas algo irradiava dele.

— Achei que você precisava disso — ele põe a bandeja na cama — Eu já comi caso você queira saber.

Ele sorri e eu me forço a sorrir, mas não tenho bons resultados pois rapidamente Lucien me olha tristonho, mas não ao ponto de demonstrar pena. Acho que ele está tentando ser cauteloso, com medo de eu começar a chorar.

— Obrigado. — digo sentando na cama e sorrindo de leve. — Estou faminto.

Ele assenti meio sério e pega algumas coisas na sua mala e vai até o banheiro em silêncio. Sinto meu estômago roncando e mordo o sanduíche de uma vez. Em questões de segundos já devoro tudo e começo a beber o refrigerante, até que eu escuto Lucien gemendo no banheiro.

— Droga. — a voz dele saia abafada por causa da acústica do banheiro.

— Está tudo bem? — ponho a bandeja no chão devagar e me levanto encarando a porta do banheiro — Lucien? O que tá acontecendo?

— Está tudo bem! — responde arfando. — Fica tranquilo.

Reparo que o chuveiro ainda não tinha sido ligado, o que me deixa preocupado. Algo está acontecendo. Vou até a porta e encosto meu ouvido lentamente, tudo está em silêncio. Ouço Lucien gritar e abro a porta com tudo dando de cara com ele apoiado na pia sem camisa.

Seu corpo está meio sujo, mas não é isso que me preocupa. Tem um corte na lateral do seu braço direito e há muito sangue escapando dali. Ele está com os dedos cheios de pomadas e gaze. Deduzo que estava tentando fazer o curativo sozinho. Rapidamente me aproximo dele com meu coração pulsando forte.

— Se apoia em mim. — digo passando seu braço por cima do meu ombro e segurando sua cintura, ele geme um pouco de dor mas me obedece.

Levo ele até a banheira e o mesmo senta na beirada. Pego o kit de primeiro socorros em cima da pia e me aproximo dele com o peito batendo tão intensamente que sinto meus dedos tremerem. Me ajoelho e encaro seu corte com temor. Fico temeroso no primeiro instante e após alguns segundos decido segurar sua mão e vou subindo aos poucos por seu antebraço até chegar próximo ao corte. É provável que ele tenha se ferido quando estávamos na minha casa.

— Foi profundo Lucien. Temos que te levar pro hospital, vai precisar de pontos com certeza.

— Nada de hospital! — Lucien fala com força, mas sem gritar — Isso já aconteceu comigo, só passa a pomada pra não infeccionar e depois enfaixa, okay?

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