Capítulo Sete

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"Kate?" eu a chamei, estranhando o seu silêncio no outro lado da linha.

"Meu pai do céu, Ana! O que você foi fazer?! Como assim vocês não usaram proteção?"

Eu mordi meu lábio, sem saber o que responder.

"E-eu não... Que droga!" fechei minha mão e soquei meu travesseiro com raiva. "Eu estou tão perdida, não sei o que vou fazer. "

"Escuta, isso é uma coisa muito fodida, mas estou com você, está bem?" eu concordei mesmo que ela não pudesse ver. "Agora não existe essa de um pouco grávida, ou muito grávida. Ou você está grávida, ou não está. E quantos porcentos você acha que está?"

"Noventa e nove?" encolhi os meus ombros. "Pelos sintomas, eu acho que estou."

Eu a escutei respirar pesado.

"Meu Deus... O seu período está atrasado?" ela perguntou.

"Uns três dias só, mas..."

"Porra! Você pode estar mesmo grávida!" ela gritou.

"Ah muito obrigada por ajudar." eu falei com ironia.

"Mesmo assim eu acho melhor você fazer um teste e confirmar."

"Eu não posso comprar um teste, Kate. O dono da farmácia é conhecido da minha mãe, e se ele contar pra ela que me viu comprando teste de gravidez?"

"Tá tudo bem, então deixa comigo que eu compro e amanhã você vem pra cá antes da escola e aí descobrimos se você vai ser mamãe." eu percebi um pouco de diversão em seu tom.

"Isso é sério?" bufei." Eu estou desesperada aqui e você está achando graça nisso?"

"Hey não me culpe tá legal? Ninguém mandou esquecer da camisinha... Se prestasse atenção nas aulas de educação sexual...."

"Ok Kate eu não preciso me sentir mais culpada do que já estou." eu a cortei." Te vejo amanhã, tchau. Te amo também." encerrei a ligação.

Joguei minha cabeça pra trás na cama e respirei fundo. Minha mente me mandava pensar em algo. Mas o que pensar se o estrago já estava feito?

Eu, grávida?... Isso tudo parecia tão ridículo... Eu queria tocar em minha barriga porque não me sentia grávida e nem nada dentro de mim, mas eu simplesmente não conseguia. Não tinha coragem.

Eu olhei para a porta entreaberta do meu banheiro acesso e a curiosidade gritou em meu ouvido para ir até lá e encarar a realidade através do espelho pela primeira vez. Eu deixei meu celular de lado e mesmo hesitante, andei em passos curtos até ele.

Primeiro, eu me encarei no espelho, depois respirei fundo e então levantei minha blusa rápido para não se arrepender se eu continuasse pensando demais. Cravei os meus olhos em minha barriga de frente e não notei nada visível aparentemente, que cheguei a pensar que não era possível ter alguma coisa ali. Hesitante, virei de lado para ver de outro ângulo. Minha boca se entreabriu mas não esbocei nenhum som. Não, não era possível.

Balancei minha cabeça, abaixei minha blusa de volta e sair correndo de volta para minha cama.

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Cinquenta Tons de Cinza: Dezessete e... GRÁVIDA?Onde histórias criam vida. Descubra agora