Vesper e Aurora

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Lá vai ela, festeira e primeva

Pairando a dançar
Enquanto a luz, coitada, só olha
A noite é palco apenas da treva

Eis que não tarda e a treva se cansa
Sua dança solitária dá lugar a um balé
Soturno ainda, rompendo as sendas
E em um cálido abraço, a luz se adensa

Se faz  quente sobre a criação
A luz, que trás a vida e o fulgor
Também queima, e cega a tudo
Avança sobre o dia
E esmaece de exaustão

A treva renovada ergue sua parceira
O balé vira bolero, vespertino e divino
Luz e treva em equilíbrio, o crepúsculo
A noite se aproxima, o dia vencera

No descanso das horas, a luz espera
E sua parceira de dança desliza
Elas não existem sozinhas afinal
Sucedem uma a outra de forma eterna
Até que o eterno se torne o que Era.

Pequenas coisas do dia a diaOnde histórias criam vida. Descubra agora