CAPITULO I

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Alfonso naquele instante sorria para a vida. Jamais havia imaginado que, um dia, iria se casar. Muito menos que pudesse vir a sentir algo tão forte por alguém. Na verdade, nem acreditava no amor. E agora, ali estava ele na festa do seu casamento, olhando com paixão para a mulher que amava, que se encontrava sentada à mesa ao lado, conversando com alguns amigos. Vestida de noiva, Anahí mais parecia fazer parte de um sonho. Aquele com o qual Alfonso sonhara desde que a vira pela primeira vez.

― Você está parecendo um adolescente apaixonado ― Jim, um amigo, que se encontrava sentado ao lado dele comentou.

— E eu estou muito apaixonado, amigão.

— Quem diria, hem? — Jim brincou.

— Pois é, quem diria!

— Sabia que você me surpreendeu? Aliás, surpreendeu a todos os seus amigos.

— Imagino! Afinal, surpreendi a mim mesmo.

— E você se casou como manda o figurino: com padre, padrinhos e festa que, por sinal, está fantástica.

— Quem bom que você está gostando da festa — Alfonso respondeu, meio ausente.

— E quem não está? Essa festa deve ter custado uma fortuna. Comida soberba, música divina...

— Por falar em música, estou com vontade de dançar. ― Alfonso se levantou, o coração batendo forte dentro do peito, e se aproximou da mesa onde Anahí se encontrava sentada com os amigos, com muita vontade de ter na ponta da língua algo criativo para dizer. Porém, a emoção o impedia de pensar, de raciocinar direito. De repente, ouviu uma frase comum, banal, saindo dos próprios lábios:

― Quer dançar comigo, sra. Herrera?

― É o que mais quero neste momento. ― Anahí se levantou sorridente e, de mãos dadas com Alfonso, seguiu para a pista de dança.

― Essa música fala de amor ― ele disse baixinho.

― A música é linda, e a letra fantástica. Mas poeta algum jamais conseguirá exprimir o que eu sinto. Ninguém jamais será capaz de exprimir o amor que eu sinto por você.

― Gostei do conjunto de músicos que escolheu. A cantora é ótima.

― Minha mãe queria que eu escolhesse um outro, mais clássico. Um que tocasse bastantes valsas, músicas mais antigas. Mas conheci esse conjunto da festa de aniversário de uma amiga minha. Quando deixei esse aniversário, que foi maravilhoso, disse a mim mesma que, um dia, se viesse a me casar, já saberia quem contratar para animar a festa.

Emocionado, Alfonso continuou ouvindo Anahí falar. Parecia mentira que tudo transcorrera como havia imaginado ao conhecê-la, no último mês de fevereiro, no intervalo de uma apresentação teatral. Assim que a vira, ficara encantado e dissera a si mesmo que iria casar com aquela jovem de longos cabelos castanhos, de porte médio, esguia e sorridente. E o destino havia se cumprido. Ali estava ele na festa do seu casamento, com a mulher que amava nos braços. E Anahí não era só bonita e profundamente inteligente. Ela era também uma pessoa muito especial que se preocupava em ajudar as outras pessoas. Para Anahí o mundo só seria melhor quando todas as pessoas tivessem a mínima condição de conforto, a mínima condição de sobrevivência. Tantas qualidades, tanto altruísmo fez com que Alfonso se apaixonasse mais e mais por ela e, ao perceber que os pais da mulher amada eram contra o casamento entre os dois, não mediu esforços para conseguir o que queria.

― Você está muito calado, Alfonso ― Anahí comentou, após tê-lo beijado no rosto.

― Estou? ― Ele sorriu e a trouxe para mais junto de si.

UM PRESENTE INESPERADOOnde histórias criam vida. Descubra agora