Ao passar pela aquele corredor largo e glamoroso, só se escutavam gemidos de choro vindo de um cômodo não muito visitado pela aquela pessoa que estava em frente à porta e pronta para abri-la. Mas ele não podia fazer aquilo, ele sabia que tinha sido duro, mas para ele Dulce era muito exagerada e ele não duvidava nada que ela estivesse fingindo chorar para ele sentir pena.
Só que tinha um probleminha, Sebastian nunca sentia pena, não depois do ocorrido que havia lhe transformado. Não, ele não podia se enganar novamente.
Ele mexe a cabeça negativamente, lutando com seu interior e se lastimando por seu escritório ter como caminho aquele maldito corredor. Ele sabia que ela estava sofrendo pelo o irmão, mas isso era normal e iria passar, bem, era isso que ele presumia.
Sabe? Sebastian já foi bom com sentimentos, mas há tanto tempo que nem ele mesmo se lembra. Aprendeu a viver de uma forma diferente, aprendeu a se adaptar com as situações e a esconder o seus mais profundos desejos e pensamento.
Ele deu um passo para trás, não iria bater naquela porta, ele ia dizer o que? Ele sabia que tinha que falar com ela, ele não podia fazer ela sofrer tanto. Afinal, ele não precisava mantê-la bem, não precisava mantê-la viva, mas ele ainda era humano e tinha sentimentos.
Meus leitores, não me entendam mal, mas Sebastian não parou a frente daquela porta por pena, por remoço, mas sim, porque ele tinha que cuidar de Dulce, tinha. Mas bater naquela porta não ia fazer diferença, não para ele.
Ele abriu a porta de uma vez antes de pensar que pouco lhe importava as consequências.
— O que faz aqui? — Dulce perguntou levantando um pouco o edredom até o mesmo chegar ao pescoço.
— Por que choras? — ele perguntou, não foi uma das melhores perguntas.
— Por que se importa? — ela rebateu.
— Não é que eu me importe — ele sorriu sarcástico, mentiroso —, não crie ideias nessa sua cabecinha. Mas eu tenho a responsabilidade de cuidar de você.
— Sinto lhe informar, mas você não estar cumprindo sua tarefa com êxito e chorar não vai arrancar nenhum pedaço do meu corpo.
— Apenas se continuar chorando, mas, se isso se tornar sério e rotineiro, pode arrancar mais de um pedaço.
— Meu irmão acabou de morrer, você não entende? Eu não posso deixar isso preso. Aliás, nem isso pode ser livre? Eu não aguento mais ficar trancada dentro dessa casa. Não aguento mais. Eu pensava que seria livre aqui, mas você, como todos os outros, me enganou! Preferiria mil vezes definhar naquela prisão do que ver seu sorriso sarcástico e essa sua cara todo dia! — ela gritou desabafando, aquelas palavras atingiram Sebastian em cheio.
Ele surpreendeu-se com a audácia da sua esposa, mas ele, como sempre, parecia estar em sobre controle.
— Eu nunca disse que você ia ser livre, sonhe em pensar que ficaria naquela prisão, você se casaria comigo nem se fosse a força, mas seu pai é inteligente demais e sabia que você ia preferir a mim do que a prisão — Sebastian disse indo em direção à porta —, você não estava presa, mas agora está — ele disse saindo e trancando a porta.
Dulce correu até a porta, gritou por socorro, socando aquela maldita porta. O ódio consumindo seu ser.
— Você está muito livre para meu gosto — Sebastian disse do outro lado da porta — só sairá daí quando eu desejar, torça para ser rápido.
Dulce gritou, Sebastian riu da pobre garota.
— Seu hipócrita, seu crápula — ela gritou socando a porta e do escritório Sebastian escutava os gritos e ria interiormente.
Ela vai aprender a me respeitar, ele pensou.
Dulce estava odiada, gritou até sua última força, mas já havia passado por aquilo, ela sabia que não ia adiantar de nada, principalmente se tratando de Sebastian e seu orgulho. Ela morreria gritando e ele não há deixaria livre.
Dulce foi até sua cama e se aconchegou escutando seus soluços, ela não tinha família? Ninguém ligava para ela? Cadê a família de sua mãe? Que família era essa? Que vida era essa?
O mais engraçado de tudo é que a esperança e a fé de Dulce nunca morriam, sempre estavam firmes, enquanto ela estava deitada pensava em um futuro melhor, um futuro onde ela era feliz, um futuro que ela sempre sonhou que teria.
Como Sebastian poderia ser tão mal? Ele sabia que Dulce estava em um momento difícil, ele sabia que ela precisava simplesmente explodir naquele momento. Ela sempre havia sido meiga, tolerante e aguentava tudo calada, mas eram muitos sentimentos presos dentro dela, um deles teria que se liberta e, no caso, no momento que Sebastian chegou no seu quarto e a deixou mais triste, ela não aguentou, ela não poderia aguentar aquilo tudo.
Ela não se arrependeu do que havia falado, bem, não ainda. Ela já havia se acostumado com aquele quarto e ele era muito mais aconchegante que a sua antiga prisão. Como ela conseguia ver o lado positivo daquilo tudo?
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Em Um Cativeiro ®
RomanceATENÇÃO: Este livro é livre para todos os públicos. Ps.: Todos os capítulos que tiverem "❈" já foram revisados. Dulce uma mulher de 19 anos, uma pessoa que já sofreu muita na vida, visto que ficou presa por 12 anos sem nenhum motivo a...