Prólogo - Uma reunião curiosa

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Grande Henge, no limiar da realidade

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Grande Henge, no limiar da realidade. Ano 2000 D.C.

No meio de um círculo de enormes pedras negras, no topo de um monte, um curioso grupo observava os pastos da planície que se estendia até o infinito e o céu cheio de estrelas acima de suas cabeças. Aquele lugar era o grande Henge, ou ao menos era assim que eles o chamavam desde os primórdios. Ninguém sabia o verdadeiro nome daquele lugar sagrado, nem mesmo os deuses.

As pedras que formavam aquele misterioso monumento eram como torres esculpidas em um material duro e escuro que apontavam para o céu, quase como os dedos da mão de um gigante enterrado a muitos, muitos anos atrás. A terra tinha alguns lugares como o grande Henge, sendo o Stone Henge, na Inglaterra, apenas o mais antigo do qual os humanos tinham conhecimento. Mas perto do círculo de pedras original, aquele não passava de uma vaga lembrança do que o grande Henge significava.

O grande Henge sempre estivera ali e nem mesmo os deuses sabiam explicar sua origem. Apenas compreendiam que um grande poder existia no monumento, e usavam esse poder para encontrar respostas quando tudo o mais falhava. Como era o caso naquele instante.

Odin olhava para a pedra monumental no centro do círculo com sua expressão escondida pelas abas largas de seu chapéu, assim nenhum dos outros pôde ver a dor e sofrimento que sua decisão lhe trazia. Ele podia ver que a pedra de estrutura aparentemente lisa tinha um aspecto cristalino e se um olhasse com atenção, perceberia que a escuridão que conferia a cor as rochas não era uma textura e sim algum coisa contida dentro delas. As grandes rochas continham esse material negro e seja lá o que fosse aquilo, era dali que o poder mágico do grande Henge se originava.

A tonalidade escura escondia pequenas gravuras feitas no interior dos pilares rochosos, como se tivessem sido escritas por baixo do cristal. Algumas das línguas representadas por elas eram desconhecidas até para Odin, o chamado "Pai de todos", e mesmo assim ele continuava a ler, procurando por uma resposta diferente da que já tinha.

Ao seu lado, um homem de cabelos negros longos amarrados em um rabo de cavalo, de feições orientais, estava sentado em posição de lótus. Seu quimono se movia harmoniosamente quando o vento o atingia. Aquele homem era Suzano-o. Deus das tempestades e do mar. Sua calma era algo assustador e fez com que Odin compreendesse o que significava dizer "a calmaria que antecede a tempestade".

O último integrante do grupo, vestido com um clâmide branco que deixava parte de seu peitoral exposto, caminhava descalço em círculos enquanto analisava as constelações no céu. Seus cabelos e barbas brancas transmitiam sua idade, experiência, sabedoria e poder. Mas nada nele faria alguém ver um ancião fraco e indefeso, porque mesmo com a idade avançada seu corpo mantinha muito da força que ele claramente tinha tido na juventude e bastava olhar em seus olhos azuis para sentir a força de sua presença. Era uma sensação quase elétrica, digna de Zeus, o mais poderoso dos deuses do Olimpo.

— Acredito que somos só nós três. — Zeus disse, interrompendo sua caminhada e se juntando aos outros deuses. — Não esperava colaboração por parte dos selvagens do novo mundo, mas Anubis? Como ele pode não entender que isto é necessário? — Perguntou, claramente irritado com o assunto.

A FILHA DO FOGO : DESPERTAR (VENCEDOR DO WATTYS 2018)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora