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Carla narrando

Vivian e eu fomos para a casa de Bete, para o chá. Vivian ajudou a me arrumar da melhor maneira possível, mas eu não estava muito animada.

— Vivian eu não queria ir. Eu não ando muito bem. - disse enquanto caminhávamos.

— Vai valer a pena, meu anjo. Acredite em mim.

Chegamos. Então ela bateu na porta. Bete nos recebeu muito feliz, e sua voz estava com um tom mais ansioso do que nunca. Ela disse ter uma surpresa para mim, o que me deixou preocupada. O que será que ela estava aprontando? Bete segurou minha mão, indo em direção a sala e depois parou. Fiquei esperando o que iria acontecer, até que senti outras mãos me tocarem. Elas eram quentes, e eu já havia as sentido uma vez. Quando nossas mãos se uniram, soube quem estava ali comigo. Fiquei mais feliz como a muito tempo não ficava. Um misto de emoções me tocava, e senti uma lágrima descer. Era ele.

— Tomás? - sorri para ele.

— Oi.

— Você está aqui! Eu pensei que não ia mais te encontrar.

— Eu não podia ficar sem falar com você, precisava saber se está bem.

Não esperei mais nem um segundo, e o abracei bem forte. Sentia tanta a falta dele. Eu sei que não o conhecia a tanto tempo, mas ele me fazia sentir alguém especial. Senti-me protegida com aquele abraço. Ele me apertou contra o corpo dele, o que me fez arrepiar.

— Eu sei o que está acontecendo com você. A Bete me contou tudo. - ele me disse, enquanto me abraçava.

— Eu estou com muito medo! - comecei a chorar.

— Vai ficar tudo bem! Não vou deixar que nada aconteça a você!

— E se ela descobrir que você está aqui? - me soltei dele. E se Cintia soubesse que me encontrei com ele? Seria meu fim. — A gente não pode fazer isso! - comecei a chorar de novo, mas ele me segurou e me abraçou novamente.

— Eu planejei isso, e ela não vai saber. A Vivian e a Bete estão me ajudando! - ele dizia mexendo em meus cabelos. O apertei mais forte.

— Toma querida, beba um pouco de água para se acalmar. - Bete me deu o copo, e bebi a água bem devagar. — Agora, porque vocês dois não se sentam aqui para conversar, enquanto
Vivian e eu vamos a cozinha? - assenti e elas saíram deixando Tomás e eu sozinhos.

— Vem, senta aqui. - me sentei perto dele. — Quero saber o que a Cintia fez a você. - contei tudo que aconteceu. A cada momento tentava ser forte, mas não conseguia — Eu não acredito! Como alguém pode fazer isso?

— Porque continua com ela? Se sabe que ela é tão mal, porque não a deixa? - falei chorando.

— Porque eu não posso!

— Mas por que não?

— Esquece isso, não tem como eu te explicar. - ele passou a mão no meu rosto, limpando uma lagrima e me puxando para perto de si e passou o braço em volta do meu ombro. — Me diz que ela não bateu em você!

— Ela não me bateu, ela só fez aquilo que te contei. - ficamos em silencio. — Tomás?

— O que?

— É sério isso? Se preocupou comigo durante todo esse tempo?

— É claro! Olha, eu sei que não te conheço a tanto tempo, mas realmente me importo com você. Se eu estou com a Cintia, pode ter certeza que é para o seu bem!

— Tomás, se for o melhor para você, eu quero que se afaste de mim. Quero que me esqueça, quem sabe assim, a Cintia não deixe você em paz?!

— Não! Jamais te deixaria sozinha!
Eu vou vir sempre que puder, para saber como você está. - ele me puxou para um abraço que retribui do mesmo jeito. Ele beijou o topo da minha cabeça.

— Tom? Posso te tocar? E não me faça  rir.

— Não prometo nada.

O amor é cegoOnde histórias criam vida. Descubra agora