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Minha infância foi ótima, tudo que eu quis eu tive, não posso reclamar de nada, nunca me faltou nada tanto materialmente, quanto emocionalmente. Meus pais me criaram para ser forte, batalhadora, honesta, justa, e patricinha, confesso que sempre fui mimada. Sempre que meu pai encontrava um dvd novo da Barbie ele me trazia, eu tinha coleção de Barbies, mas o que eu realmente gostava era de jogar futebol e vôlei, empinar pipa e andar de patins, nunca gostei de andar com as meninas do bairro e brincar de boneca, eu gostava era de ficar no meio dos moleques, jogar bolinha de gude, bater card, colecionar tazos, girar blayblayd, eu era um menino de longos cabelos loiros, em corpo de mulher.

Conforme fui crescendo e aprendendo as manhas da vida eu fui ficando mais esperta, continuava no meio de moleques mas já fazia amizade com algumas garotas, comecei a pular elástico com elas, estudamos todos juntos até o 4 ano, quando cada um foi para uma escola diferente, como eu andava com meninos eu aprendi a brigar, meu pai me colocou para fazer capoeira e muai-tai, fiz 12 anos de cada.

Sozinha em uma escola nova e sem amigos eu passei a sofrer bulling, as pessoas me zoavam, mas não me tocavam, foi nessa escola que conheci meus novos amigos, todos homens, tinha apenas uma garota, ela era muito parecida comigo, o irmão dela era da minha sala, ele quem me defendia, com eles eu comecei a aprender a me defender melhor, em um belo dia as garotas que me zoavam vieram mexer comigo no final do período, entraram na sala que eu estava com mais duas meninas e trancaram a porta, elas estavam atrás de uma outra garota e eu não sabia onde ela estava e como eu não falei elas me bateram, ameaçaram me bater mais se eu fosse na diretoria, porém não precisei ir porque elas gritaram para a escola toda que iriam me bater então eles vieram atrás, chamando a atenção dos inspetores da escola, e eles abriram a porta e viram que eu estava apanhando delas, fomos todas para a diretoria chamaram minha mãe e a mãe delas, a minha mãe compareceu, a delas não, no dia seguinte a garota que elas procuravam estava junto com elas e veio me ameaçar dizer que ia me bater, ela era sobrinha de uma das inspetoras, meu sangue ferveu, eu cheguei na inspetora e disse "Ontem eu apanhei por causa da sua sobrinha e você viu, hoje ela está andando com as garotas que me bateram e está me ameaçando, eu sei me defender e vou reagir se ela resolver tocar em mim", a inspetora conversou com ela e na saída o estacionamento da escola estaria cheio esperando nossa briga, as garotas que me bateram no dia anterior me fecharam no banheiro e vieram me ameaçar e eu respondi rapidamente a ameaça "Eu cansei de vocês me zoando, se eu sou ou não lésbica o problema é meu e não de vocês, querem me bater? Vai faz a fila, mas vem uma de cada vez, mas já aviso agora, ou me deixam em paz ou quando eu levantar eu vou atrás de cada uma, eu sei onde vocês moram e eu não tenho medo de vocês, nunca tive só não queria confusão, mas adivinhem? Eu cansei", elas não abriram a boca, eu saí do banheiro empurrando elas, sai da escola de cabeça erguida, desse dia em diante ninguém nunca mais mexeu comigo, no mês seguinte meu pai fez minha mãe me trocar de escola, e a fama que eu ganhei assim que pisei na nova escola é que eu tinha batido nas cinco garotas sozinha, eu comandava a escola por um boato, uma única garota se meteu a besta de querer tirar a prova dos nove, o que aconteceu? A minha primeira briga, ela queria puxar meu cabelo e eu soquei a cara dela - não me orgulho disso -, e foi assim até a oitava série, quando mais uma vez mudei de escola.

A história da minha vida (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora