Não revisei Sorry
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.Zombie corria atrás de mim como em um minigame.
Apesar de correr por todos os salões brancos fugindo das linhas em meu caminho, ela não me atacava e isso me deixou intrigada pois apesar de fugir eu não sabia pq fugia, até porque não estava assustada.
Após minutos à fio correndo pelos corredores Lenny me aparece e diz para segui-lo, ele começa à mecher em uma espécie de caixa no chão e se joga no calabouço de mais ou menos um metro quadrado, o sigo. Após descer pelo o que me pareceu cinco segundos, caio em frente à um portão de lata suspenso à mais de um metro do chão por onde sai uma luz de tom alaranjado pela brecha que fora deixada aberta, porém não vejo mais ele e sim Donny que me olha sorrindo indo em direção ao portão subindo pela abertura de trinta centímetros e me ajudando à subir logo em seguida.
Ao passar para o outro lado descemos alguns degraus e passamos por uma janelinha de vidro vaivém vertical.
Me encontro agora do lado de fora do edifício e descubro que o mesmo se trata de um shopping, cuja a janela pela qual acabara de passar continha uma publicidade de Luna Fortuner, uma influencer de grande status (apesar de isso ser quase tudo o que eu sabia sobre ela).
Sigo andando pelo estacionamento contornando o shopping enquanto Donny me dá instruções as quais não consigo compreender pois não estou entendendo nada do que está acontecendo, chego a entrada principal, ela despareceu. Passo pelas portas de vidros transparente e me encontro em mais um dos grandes salões brancos (dessa vez ainda maior) com ladrilhos enormes onde haviam mais andares e portas de vidro transparente como as da entrada
Fico desnorteada e vejo Dony e Lenny conversando na sala seguinte tento passar pela porta mas não consigo, eles parecem não me ver, olho ao redor, apenas mais vidro em meio a imensidão branca, respiro fundo tento entrar novamente e falho.
Ouço alguém me chamar à esquerda e vejo Brian, ele esta vestido em uma camisa social preta, parece contente em me ver. Passo pela porta me encontro em uma praça de alimentação, vejo sushi por todas as mesas, fico inquieta até que sentado em uma mesa ali perto está Cyan, eu não o via à muito tempo, aquilo me surpreendeu:
- Olá...
- Oi - eu já não via Brian
Um silêncio bom tomou conta do ambiente, estávamos interligados e pensávamos nos momentos em que já havíamos passado juntos.
- ...sabe, é complicado, não consigo acreditar como uma pessoa pode me manipular desse jeito - Cyan falava olhando para uma porta no canto do refeitório onde havia uma loja de produtos "Fortuner" - ela nem sequer parecia sentir por se se afastar, simplesmente me cativou, sorriu para me manter ao seu lado, me influenciou e me dispensou!
Há um tempo atrás vi Cyan em reportagens com Luna, eles formavam um belo casal, apesar disso eu sabia que por trás daquele sorriso branco um monstro se escondia, mas ouvir aquilo da boca dele era diferente, me mantive calada.
- ela só devia ter sido mais direta!
Me virei e caminhei até a loja, ele me seguiu.
Ao abrir a porta notei a atmosfera totalmente apelativa do local.
Tudo ali dizia "entre, compre, nos mantenha ricos e finja se importar com algo que nem mesmo sabe do que se trata".
Um coquetel ocorria em meio as luzes alaranjadas as quais ofuscavam os olhares falsos em minha direção (eu poderia não saber quem eles eram ao certo, mas eles me conheciam).
Luna aparece na escada principal, ela segurava uma taça de champanhe, no rosto um sorriso com os dentes brancos em evidência, vestia um vestido rosa marfim de alfaiataria fina, aparentava elegância mas a sua promiscuidade era evidente.
Ao olhar em minha direção fechou o sorriso lentamente e desceu as escadas me observando, atravessei o salão e me retirei pela porta que dava para um pequeno jardim.
Era noite e o banquinho de cimento estava coberto pela luz da lua, pequenos arbustos haviam sido aparados recentemente, e todos os canteirinhos estavam florindo, as cores predominantes eram vermelho, violeta e Marinho.
- ...deseja um quarto? - uma moça de cabelos encaracolados me interroga, deve ser funcionária da pousada a qual o jardim pertence, balanço a cabeça negando:
- Logo partirei.
- Entendo - ela se vira para os canteiros e começa à rega-los - Lenny logo voltará, preciso cuidar das flores.
- Então você é a dona do jardim?
- Digamos que sim, mamãe foi para Filadélfia e me deixou cuidando das árvores, Lenny está cordenando as finanças.
- Então você é Hortênsia? Lenny havia mencionado você em uma de nossas conversas!
- Sim, e você é...
-Sim!... - a interrompi sem graça - eu prefiro não falar disso desculpe.
-Eu entendo - ela continua à regar as flores- gostaria de conhecer o restante do jardim?
- Claro!
Subimos por uma escada de emergência velha, a noite fria deixava o metal gélido
Ao chega no topo uma brisa leve passou levando folhas secas de macieira.
- É tão bonito
- Eu sei, é difícil aceitar que ainda exista no meio dessa bagunça, mas para algumas coisas não temos explicação.
Ela diz aquilo de modo intencional, mas ambas sabemos que eu não tenho muito tempo para sutilezas.
Mais uma brisa passa dessa vez mais forte, e com ela algumas luzes piscando no céu.
- Acho que tentamos fugir demais.
- Você não está fugindo!
- Eu sei, eu já desisti à um tempo - a ansiedade toma conta de mim.
- Não tem problema, eu entendo - sei que ela realmente entende.
Foxter aparece por detrás da macieira, ele está lá para ter certeza de que ninguém me acompanhará, é difícil alguém não respeitar uma quimera de fogo.
Minhas roupas começam à balançar por causa do vento forte, Hortênsia senta em um dos banquinhos, me sento ao seu lado e seguro sua mão, à esta altura consigo ouvir o bater de seu coração, fecho os olhos e sinto-me desmanchar como se fosse composta por tufos de algodão incinerado.
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Muitos dizem que o canto de um anjo é acolhedor, porém boa parte dessas pessoas nunca experimentaram beijar um.